Capítulo 2

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Arrumo-me dentro da carruagem, ajeitando os meus cabelos e vestido para parecer apresentável. Então meu coração bate mais forte e desço da carruagem com elegância e delicadeza. Meus olhos param imediatamente no príncipe, que se encontra vidrado em mim, com um sorriso estonteante, parece que ele se surpreendeu de alguma forma. Porém, viro o meu olhar para a rainha Carolina e o rei Arthur que se encontravam a poucos metros de mim e sinto um arrepio. O rei olhava-me fixamente, franzindo sua testa e com cara de poucos amigos. A rainha, por outro lado, parecida mais amigável, porém distante.

— Altezas — Digo, me curvando como gesto de respeito e todos me imitam.
— Que bom! que chegares bem, querida — Diz a rainha abrindo um sorriso sem mostrar dentes.
— Tudo calmo, rainha — Afirmo sorrindo para esconder o nervosismo.
— Vamos todos entrar, a princesa deve estar cansada — Fala o rei dando as costas para todos. Deixando-nos deslocados com a situação, mas assim fizemos, fui me recolher aos meus novos aposentos com Ana.

— Estou surpresa, gostei de todos, foram bem "receptivos" — Sou irónica
— Todos? — Ela fala com uma sobrancelha maior que a outra. Então começamos a rir
— Você também notou? — Digo entre risos
— O rei é mesmo um grosso como todos falavam — ela afirma
— Espero que ele seja sempre assim, só diga o mínimo e saia — Deito-me na cama.


Começamos a falar de todos, inclusive do belo príncipe, que me parecia bem simpático e bom, ao contrário do pai. Não sei exatamente o que falar do rei, o olhar que ele repousou sobre mim, estava estampando para todos que me odeia, e certamente, somente por eu ser uma Albana, mas o que posso fazer se não tentar conviver.
Naquela tarde adormeci e acordei somente de tarde quando Ana, começa a sacudir-me afirmando que eu estava atrasada para a festa que minha nova família faria como boas-vindas. Começo a arrumar-me, e desço.

Abre-se os portões do salão e entro. Então todos os olhares curiosos se voltam para mim. Encho os pulmões de ar e ando pelo local com classe, esbanjando o meu lindo vestido brilhante que é aberto em uma das pernas, permitindo que vissem a minha pele branca. Começam a se curvar como forma de reverência e abaixo a minha cabeça retribuindo o respeito a eles. Logo dissipo-me na festa, tentando fazer o máximo de amigos possíveis. Me pego a conversar com reis aliados e princesas belíssimas, mas sinto uma grande mão segurando firme o meu braço. Direciono o olhar ao meu lado e lá está o arbitrário rei me olhando com um sorriso forçado.

— Podemos falar em particular, princesa? — Assento com a cabeça e logo estamos a sair do salão, andando pelos corredores escuros do palácio, iluminados somente por pequenos pontos de fogo e o brilho da lua.
— Como ousa causar esse escândalo? — Diz o rei soltando o meu braço e com tom raivoso.
— Perdão?
— Suas pernas estão tão a amostra que todos vão pensar que é uma princesa de um lugar sem decência, manchando a minha reputação — Se aproxima de mim exalando o seu cheiro apurado. Tudo que ele disse em alto e bom tom, colocou o meu sangue a ferver.
— Como ousa você, em insinuar que sou sem decência —Franzo a testa, me aproximando de peito estufado, sem medo.
— Olha como se dirige a mim princesinha, logo será minha nora e não terá outro objetivo a não ser ficar apresentável para os outros! — Me olha fixamente — você...- Pega o meu queixo — vai agora cobrir as suas pernas.


Fico sem reação, ele estava muito perto e respirando pela boca, me fazendo sentir o seu hálito frio e refrescante. Começo a ficar nervosa, percebendo a indecência que estava ele tocando-me daquele jeito.

— Se eu trocar de roupa... — Empurro sua mão do meu queixo — ...não voltarei a festa! – Falo me impondo.
Quando ele ia rebater-me com grande raiva e autoritarismo escutamos uma voz familiar.
— Pai? — O príncipe entra no corredor — posso tomá-la do senhor para que conversemos? —
Viro-me de volta ao rei e o seu semblante já mudou, parecendo mais controlado.
— Autorizo filho, vão! mas não fiquem sozinhos muito tempo — e assim mãos carinhosas pegaram as minhas e me conduziram para longe daquele toque.

O rei tirano Where stories live. Discover now