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A batida de Calum era leve. Eu estava tão nervosa que estava tremendo quando me levantei para atender a porta. Ele disse que queria me esboçar, mas eu não tinha certeza se isso era tudo o que ele queria fazer, ou se era um código para mais. Mike nunca iria escutar o fim de tudo se eu o tivesse em meu quarto e pelo menos não o beijasse, mas Calum não me parecia o tipo de cara que geralmente parava no beijo. Muitas garotas viam a faculdade como uma espécie de período exploratório, e muitas estariam mais do que felizes em explorar Calum. Mas tinha me levado mais de um ano para trabalhar até o sexo com Jack, e ele era o único cara que eu já tinha dormido. Eu não estava pronta para ir por aí com Calum, não ainda de qualquer maneira, recuperação ou não.

Eu respirei.

Ele bateu de novo, um pouco mais forte, e eu parei de pensar e abri a porta.

Seu cabelo curto e azul se escondia por trás do gorro cinza escuro. Na iluminação difusa do corredor, seus olhos assumiram a qualidade quase pretos que tiveram na primeira noite, quando ele olhou para a minha caminhonete depois que ele brigou com Kyle. Ele encolheu os ombros, as mãos nos bolsos da frente, o caderno de desenho debaixo um braço.

— Hey! — Ele disse.

Dei um passo atrás para o quarto, segurando a porta aberta. Olivia e Rona estavam apoiadas na porta de seu quarto do outro lado do corredor, analisando Calum e boquiabertas para mim, o vendo entrar no meu quarto. Olivia arqueou uma sobrancelha e olhou para sua companheira de quarto. O andar inteiro saberia que eu tinha um cara quente no meu quarto em cinco minutos.

Eu o deixei entrar e bati a porta quando Calum jogou seu caderno de desenho na minha cama e pôs-se no centro do quarto, que parecia encolher com ele lá. Sem se mexer, ele examinou o quarto, a pouca decoração que havia colocado, como o pôster da minha musa musicista profissional em contrabaixo e outros pequenos detalhes que eu havia adicionado ali para que ficasse mais a minha cara. Aproveitando-se de sua distração, estudei-o: botas pretas, arranhadas no inferno, jeans desgastados, moletom cinza com capuz. Ele virou a cabeça para examinar o meu lado do quarto, e eu olhava para o perfil de sua mandíbula, lábios entreabertos, cílios escuros.

De frente para mim, seus olhos se moveram sobre mim e depois para o notebook na minha mesa, que eu tinha ligado a um pequeno conjunto de alto-falantes. Eu configurei uma playlist da minha coleção para tocar tranquilamente. Outra das sugestões de Michael. Ele intitulou a lista de OBBP, e eu esperava que ele tardiamente não inspecionasse a lista e perguntasse o que isso significava. Eu não diria a ele, claro, mas o meu propenso rubor iria provavelmente incinerar.

— Eu gosto desta banda. Você os viu no mês passado? — Ele perguntou.

Jack e eu os tínhamos visto, na noite da verdade, antes que terminamos. Eles foram uma das nossas bandas locais favoritas. Ele tinha estado estranho naquela noite. Distante. Nos shows, ele normalmente aconchegava minhas costas em seu peito, as pernas abertas apenas o suficiente para acomodar os meus pés entre os seus, seu braço em volta bloqueando o meu. Em vez disso, ele estava ao meu lado, como se fôssemos amigos. Depois que terminamos, eu percebi que ele decidiu antes da noite que sua reserva foi a evidência do muro entre nós, eu só não tinha visto ainda.

Eu balancei a cabeça, varrendo Jack dos meus pensamentos.

— Você viu?

— Sim. Não me lembro de ver você lá, mas estava escuro, e eu talvez tivesse tomado uma ou duas cervejas. — Ele sorriu, dentes brancos, apenas imperfeito o suficiente para indicar que ele não tinha sofrido com a ortodontia como eu tinha. Tirou o gorro e o deixou cair na minha cama, colocou o lápis em seu caderno de desenho e deslizou as mãos pelo seu cabelo curto. Bom Deus! Quando ele puxou o capuz sobre a sua cabeça, sua camiseta branca levantou um pouco com isso, e eu tive a minha resposta sobre o quão longe as tatuagens se estendiam. Eu podia ver um desenho de uma ferradura e um índio, uma pena serpenteando próximo a ferradura, entre o pássaro, com o nome embaixo que vi no Starbucks e o índio, descansava um desenho de quatro riscos verticais cortados por uma linha horizontal, e na parte de cima do seu pulso, estava escrito a palavra ALIVE. Nas mãos, em cada lado tinham três letras que pareciam como iniciais.

Jet Black Heart // cth Where stories live. Discover now