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Chegando um minuto antes da aula de Economia começar na manhã de Quarta-feira, a última coisa que eu esperava ver era Jack, encostado na parede do lado de fora da sala de aula, trocando números de telefone com uma iniciada da Zeta. Rindo depois de tirar uma foto de si mesma, ela entregou seu telefone de volta. Ele fez o mesmo, sorrindo para ela.

Ele nunca sorriria para mim assim de novo.

Eu não sabia que eu estava congelada no lugar até que um colega de turma bateu com ombro em mim, derrubando minha mochila pesada do meu ombro.

— Desculpa! — Ele murmurou, seu tom mais ―Saia do caminho do que ―Desculpe, eu que trombei com você.

Enquanto eu me abaixava para recuperar minha mochila, rezando para que Jack e sua fã não tivessem me visto, uma mão segurou a alça e pegou a mochila do chão. Eu endireitei-me e olhei em claros olhos castanhos profundos.

— O cavalheirismo não está realmente morto, você sabe. — Sua voz profunda e calma era a mesma como eu me lembrava da noite de sábado e da tarde de segunda-feira, sobre o balcão da Starbucks.

—Ah?

Ele colocou a alça de volta em meu ombro.

— Nah. Esse cara é só um idiota! — Ele fez um gesto em direção ao cara que tinha colidido em mim, mas eu podia jurar que seus olhos passaram por meu ex, também, que estava atravessando a porta, rindo com a garota. Sua brilhante calça de moletom laranja tinha ZETA escrito através do traseiro. — Você está bem? — Pela terceira vez, essa pergunta, vinda dele, tinha um significado mais profundo do que a costumeira implicação diária.

— Sim, tudo bem. — O que eu poderia fazer além de mentir? — Obrigada! — Eu me virei e entrei na sala, sentando em minha nova cadeira, e passei os primeiros 45 minutos de aula com minha atenção fixada sobre o Dr. Muller, o quadro que ele preencheu e as anotações que fiz. Obedientemente copiando gráficos de equilíbrio de curto prazo e de demanda agregada, tudo aquilo parecendo tanta besteira, eu percebi que teria que implorar pela ajuda de Thomas Hood depois de tudo. Meu orgulho só iria fazer com que eu me atrasasse ainda mais.

Minutos antes do final da aula, eu me virei e peguei minha mochila como uma desculpa para dar uma olhada para o cara na fileira de trás. Ele estava olhando para mim, um lápis preto solto entre os dedos, digitando no notebook na frente dele. Ele se largou em seu assento, um cotovelo sobre as costas dele, um pé com bota casualmente apoiado no suporte sob sua mesa. Enquanto nossos olhos se prendiam, sua expressão mudou sutilmente de ilegível para sem sorrisos, embora cauteloso. Ele não desviou o olhar, mesmo quando eu olhei em minha bolsa e então de volta para ele.

Eu virei pra frente, meu rosto quente.

Rapazes tinham mostrado interesse em mim ao longo dos últimos três anos, mas a não ser por dois de curta duração, certamente nunca se revelaram ou assumiram a paixonite, um era meu próprio tutor de baixo com idade de faculdade e outro, o meu parceiro de laboratório de química, eu não tinha me sentido atraída por ninguém além de Jack. A palestra de Economia tinha reduzido a tagarelice ao fundo, eu não conseguia decidir se a minha resposta a este estranho era constrangimento persistente, gratidão por ter me salvado de Kyle, ou uma simples atração. Talvez os três.

Quando a aula acabou, eu arrumei meu livro em minha mochila e resisti ao impulso de olhar em sua direção novamente. Eu me ocupei pelo tempo suficiente até que Jack e sua fã saíssem. Quando me levantei para ir, o cara persistentemente sonolento que se sentava ao meu lado falou.

— Ei, quais foram às perguntas que ele falou para fazermos para o crédito extra? Devo ter apagado por alguns segundos, justo quando ele as discutiu, minhas anotações estão indecifráveis. — Eu olhei para o local que ele indicou em suas notas, e com certeza, os rabiscos tinham se tornado menos e menos legíveis. — Sou Ashton, a propósito.

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