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— Santos fodidos hambúrgueres! Quem era aquele cara gostoso? — Mike cuidadosamente manobrou o sedã Volvo emprestado por seu pai em torno das pessoas bêbadas que ondulavam pelo estacionamento. — Se eu não estivesse sóbrio como uma pedra, eu acharia que ele era o produto de minha imaginação esfomeada por sexo.

— Psshh! — Eu murmurei, de olhos fechados, minha cabeça girando apoiada para trás, contra o encosto de cabeça. — Nem me fale sobre fome de sexo.

Michael agarrou a minha mão e apertou. — Ah, merda. Sinto muito, babe! Eu esqueci!

Fazia três semanas desde meu rompimento, mas eu não estava a ponto de divulgar o fato de que tinha sido mais como quatro semanas... Talvez cinco, desde a última vez que estivemos realmente íntimos. Eu devia ter visto a falta de interesse de Jack como o sinal do que era, ao invés de dar-lhe justificativas na minha cabeça, ele estava ocupado com obrigações da fraternidade, enquanto eu tinha pelo menos duas horas de ensaio por dia, mais ainda quando eu tinha os ensaios em grupo. Ele tinha a sua média A de notas para manter, e eu tinha aulas de música para dar.

Um minuto depois, Maggie saltou do banco de trás.

— Você não respondeu a pergunta, Rosalie! — Seu discurso foi quase tão arrastado quanto o meu, o meu nome pronunciado em três sílabas diferentes, como três palavras separadas. — Quem era aquele cara bonito, e o mais importante, por que não resolveu sua fome de sexo com ele? Santo inferno, acho que eu estaria disposta a chutar Will pra fora da cama por uma noite com ele!

— Vagabunda! — Mike disse, revirando os olhos em seu espelho retrovisor.

Maggie riu.

— Neste caso... Inferno! Sim!

Ambos ficaram em silêncio, olhando para mim, esperando que eu revelasse quem ele era. Eu mentalmente ordenei tudo que eu sabia sobre ele. Ele me salvou do ataque de Kyle, o que eu não tinha dito a ninguém. Ele tinha dado uma puta surra em Kyle, o que eu também não tinha contado a ninguém. Ele me encarou durante toda a aula de Economia na quarta-feira, e depois me ignorou completamente na sexta-feira, o que eu não havia contado a ninguém. Ele trabalhava no Starbucks. E ele ficava me perguntando se eu estava bem... Mas ele não tinha me perguntado isso hoje à noite.

Hoje à noite tinha sido algo completamente diferente. Num acordo silencioso, nós dançamos várias danças sem parar, lentas, rápidas e tudo mais. Suas mãos nunca deixaram meu corpo, desencadeando uma onda de saudade que eu não sentia por um longo tempo, mais de quatro ou cinco semanas atrás. Suas mãos não tinham andado de forma inadequada, os dedos nem mesmo tinham provocado sob o tecido da minha blusa na cintura, mas eles queimaram a pele abaixo dela independentemente.

E então ele desapareceu. Inclinando-se, seus lábios próximos ao meu ouvido, ele me agradeceu pelas danças, me levou de volta à minha mesa, e desapareceu na multidão de pessoas. Eu não tinha visto ele de novo, e só poderia supor que ele tinha deixado o clube.

— O nome dele é Calum. Ele está na minha aula de Economia. E ele desenha coisas.

Maggie começou a rir e bateu no banco de couro.

— Ele desenha coisas? Que tipo de coisas? Garotas nuas? Isso é muito mais do que a medida dos esforços para a maioria dos caras artísticos. Normalmente não são nem garotas inteiras. Só peitos.

Michael e eu rimos junto com ela.

— Eu não sei o que ele desenha. Ele apenas... Estava rabiscando algo na turma, sexta-feira. Eu não acho que ele nem ouviu a palestra.

— Ah não, Michael! — Maggie inclinou-se até onde o cinto de segurança permitiu. — Parece que aquele deus de homem é um mau aluno. Nós sabemos o que isso significa para Rosalie.

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