30- Eu e meus desmaios.

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-Qual é a graça disso?- reclamou Júlia.

-Não é para ter graça, é para garantir os que tudo vá bem.- retruquei.

Estávamos nós dois sentados na beirada de um telhado de uma casa observando uma manifestação em frente à prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. Julia havia se juntado à irmadade por isso agora usava sua própria lamina oculta e um capuz branco.

-Quantas pessoas a internet disse que vieram?- perguntei a ela.

-Um pouco mais de 1.500 pessoas.- respondeu ela com orgulho. Eu não podia culpa-la por ter esses sentimentos. A visão de ver todas essas pessoas fazendo a diferença é de fato algo lindo de se ver.

-Tá tudo bem por aí?- perguntei Ellie pelo comunicador.

-Não se preocupe, princesa. Ta tudo ótimo por aqui.- respondeu Júlia.

Ellie suspirou e perguntou:

-Por que deixamos ela entrar na irmandade?

-Porque ela concorda com os mesmos princípios que os Assassinos, ela pode ser útil em combate e...

-E o Lucca sabe que eu curti essa lâminas star wars.- interrompeu-me ela ativando a lamina que estava em seu braço esquerdo.

Eu olhei pra ela com uma expressão de "o que você está fazendo?" ela me responde com uma piscada.

-Tenho um mal pressentimento sobre isso.- disse Ellie.

-Anglais sont tout de même.- Disse Julia no que eu acredito que seja francês.

- Excusez-moi. - retrucou Ellie - Je ai compris ce que vous avez dit.

- Je parie que vous avez utilisé un traducteur

- Tu ferais mieux de se...

-Galera - interrompi.

-Quoi?- disseram as duas em uníssono.

-Vai rolar alguma coisa lá embaixo.

Algumas vans da policia estacionaram ao lado da multidão com vários policiais desembarcando delas. Porem esses policiais não estavam armados com escudo anti multidões, eles estavam armados com fuzis.

-Vai dar bosta.-disse Júlia.

-Devemos descer?

-O que você acha?- disse ela pulando do telhado.

"Essa garota é louca." pensei enquanto tomava distância para pular. "Eu gosto disso." Pulei do prédio. No nivel da rua, me juntei a Júlia no meio da multidão.

- O que ta rolando?- gritei para que ela pudesse me ouvir em meio toda a multidão.

-Por enquanto nada.- gritou ela de volta- Vamos aproveitar o "nada" e fazer algo antes que eles façam.

-Espere um pouco.

Um dos policiais pegou o fuzil atirou nas pessoas mais próximas. Elas caíram no chão já mortas. Júlia olhou pra mim com uma de "eu te avisei". Júlia correu em direção a um carro e subiu em seu teto. Ela tirou o capuz da cabeça, desembainhou a rapieira e a ergueu.

-Não fujam!- gritou ela.- Lutem de volta. Não deixem que eles os assustem.

O discurso de Júlia estava convencendo a multidão a ficar e avançar contra os policiais. Eu fui junto com eles no meio da multidão. Ativei as lâminas e derrubei dois policiais de uma vez. Os policias tentavam atirar contra a multidão, mas eram muitos para ter um efeito significativo. Um por um os policiais eram mobilizados ou recuavam.

A multidão comemorou como se fosse um exército, gritando e jogando socos ao ar. Júlia se juntou ao meu lado no meio da multidão já encapuzada.

-Nada mal. - elogiei.

-Já tenho uma pequena experiência com revoluções.

Ao longe pudemos ouvir o som de mais sirenes se aproximando. Nos viramos e vimos mais viaturas e vans se aproximando.  Quando os policiais desceram e se agruparam pude ver que eles em bem maior números que antes, parecendo um exército. Um deles deu um tiro de advertência ao alto, mas dessa vez todos correram.

-Fiquem!- gritava Júlia.- Lutem contra eles!

Porém ninguém quis se arriscar. Julia se exaltou e correu na direção deles com a rapieira em mãos. Ao se aproximar de um deles, Julia levou uma coronhada no rosto, fazendo-a cair desacordada.

-Julia! - gritei. Mas antes que eu pudesse ir ajuda-la, um policial atirou em minha perna. Eu caí de joelhos no chão com a ferida queimando em minha perna. Um dos policiais se aproximou de mim e tirou o capuz de minha cabeça. Ele olhou fixamente pro meu rosto antes de gritar para outro policial.

-É ele mesmo.

-Apaga ele então.- respondeu o outro. O policial então virou a pistola e bateu a coronha na minha nuca. Caí no chão vendo tudo girando. Antes de desmaiar pude ouvir dois deles conversando:

-E a garota?

-Deixa ela aí. O capitão só pediu o moleque.

Assassins creed : revoluçãoWhere stories live. Discover now