15-Invasão ao Senado

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Os corredores do Senado estavam escuros, iluminados apenas pelos postes de luz que estavam nas calcadas do lado de fora. Respirei fundo e coloquei o capuz sobre a cabeça. Andei devagar pelos corredores, usando a hidden blade para iluminar o caminho.
-Paulo.- sussurrei pelo comunicador- onde é as escadas?
-Elas estão a aproximadamente 20 metros de você no corredor à esquerda.
Continuei caminhando pelos corredores do Senado. Tudo estava estranhamente quieto. Todas as salas que eu passava estavam vazias. Cheguei às escadas com facilidade. Abri a porta corta-fogo e vi um apenas um lance de escadas.
-Paulo-chamei-Cade o resto da escada?
-Estão no outro lado do quarto andar.
-O que? Quem foi o idiota que desenhou esse prédio?
-Oscar Niemeyer.-respondeu ele secamente.
-Oh.-fiquei pouco vermelho por ter insultado o menor arquiteto brasileiro.
-Esqueça isso. Concentre-se na missão.
Desci as escadas e quando abri a porta corta-fogo do quarta andar eu vi um guarda de costas para mim a poucos metros. Me agachei e fechei a porta atrás de mim silenciosamente. Me aproximei dele rezando para que não virasse para trás. Me levantei e dei um mata-leão no guarda. Fiz pressão contra seu pescoço enquanto ele tentava arranjar meu braço inutilmente. Quando ele desacordou, coloquei-o no chão e sussurrei:
-Foi mal, mas é para um bem maior.
De repente todas as luzes dos corredores acenderam. Me levantei e ativei as duas hidden blades, preparado para qualquer coisa.
-Sabe,-disse uma voz grossa vindo de um alto falante preso à parede.- para um membro de uma forte e poderosa organização que são os Assassinos, você cometeu um erro bem básico de ter deixado de desligar as câmeras de segurança.
Desliguei o comunicador e dei uma olhada ao meu redor. Olhei para cima e vi uma câmera de segurança presa ao teto. Me senti tão idiota naquela hora. Tínhamos planejado tudo perfeitamente. Mas parando pra pensar, o calculo de pouso do salto tinha dado errado então eu não fiquei muito surpreso quando esse pensamento passou pela cabeça.
-Não tenho tempo para você.-disse fingindo ser confiante.
-E você não terá. No momento tem agentes do batalhão de operações especiais, também conhecido como BOPE, está indo em sua direção através do terraço e do térreo. Você está vindo em sua direção com a ordem de neutralizar quem invadiu o Senado brasileiro e matou um guarda. Não tem como você fugir disto.
-E quem disse que vou fugir?
Joguei uma das laminas no alto falante e a outra na câmera. Corri por todo o andar, procurando e destruindo todas as câmeras que achei. Estava destruindo a número 18 quando eu ouvi o som da porta corta-fogo bater violentamente contra a parede. Os agentes estavam entrando.
Me escondi dentro de um escritório e peguei cobertura em uma mesa. Fechei os olhos, respirei fundo e me concentrei e um tudo que estava ao meu redor. Me concentrei e ouvir e sentir pelo chão os passos de meus perseguidores. Consegui contar 14 agentes. Muitos deles estavam vasculhando escritórios enquanto os outros vasculhavam os corredores, então não demoraria muito até que pelo menos um deles viesse procurar nesse.
Ouvi um deles se aproximar do escritor onde eu estava. Fiquei calmo, tentei não fazer nenhum barulho e saquei duas laminas. Quando o agente começou a vasculhar o escritório, joguei, sem ele perceber, arremessei uma lamina na parede, fazendo um barulho quando se fincou nela. O agente se virou, apontando o fuzil que segurava na direção da onde viera o som. Quando ele se virou, me levantei e arremessei a segunda lamina em sua nuca. Quando esta atingiu sua cabeça seu corpo inteiro estremeceu e relaxou. Corri em sua direção para pegar o corpo que estava começando a cair."Menos um," pensei "faltam 13."
Vasculhei o corpo procurando por algo útil. Peguei dele uma pistola, granadas e o radio. Analisei os itens que pegara e senti um plano se formando. Tirei meu casaco e coloquei no corpo do agente. Verifiquei de que não havia ninguém no corredor e arrastei o morto até lá em uma posição que ficasse de frente a porta do escritório onde estava. Coloquei uma granada no bolso e peguei seu fuzil, dei uns tiros no chão do corredor e voltei a me esconder atrás da mesa do escritório. Peguei o radio a disse através dele:
-Neutralizei o alvo, repito, neutralizei o alvo.
-Ótimo, onde você está?-perguntou algum outro agente pelo rádio.
-No corredor 5 da ala c do andar.
-Estamos a caminho.
Guardei o radio e o fuzil e aguardei. Quando eu ouvi uma dúzia de agentes correndo pelo corredor eu peguei a pistola e a armei.
-Lá está o corpo!-gritou um dos agentes. Todos eles então correram até ele com as armas apontadas para o morto.
-Revistem-no.-disse quem provavelmente era o superior deles.
Fechei os olhos, respirei fundo e esperei alguns segundos para ter certeza que a maioria deles haviam se reunido em torno da minha isca. Abri os olhos e levantei de trás da mesa com a pistola em mão.
Tudo aconteceu como se o mundo estivesse em câmera lenta e eu não. Apontei a arma na direção do bolso do casaco, onde estava a granada, e atirei. Voltei ao meu esconderijo antes mesmo da granada explodir todos meu casaco e os 12 agentes que estavam ali. Quando sai de trás da mesa observei o estrago que tinha feito. Onde antes estava minha isca agora estava um borrão preto no carpete e onde antes havia paredes brancas agora havia sangue e marcas da explosão.
-Parado aí!-gritou um agente no final do corredor onde estava.
Joguei uma lamina na direção dele mas o ele fora mais rápido em pressionar o gatilho da pistola que segurava. Quando a faca atingiu seu peito, o corpo já caiu morto no chão. Eu estava pronto pra seguir em frente mas quando dei o primeiro passo fiquei tonto. Minha visão começou a ficar branca e comecei a enxergar pontos pretos. Olhei para minha barriga e vi uma mancha de sangue começando a se formar em minha blusa. Caí de joelhos no chão, com o batimento cardíaco acelerando. Tirei minha blusa e dei uma olhada no ferimento. A bala tinha perfurado minha barriga mas por sorte não perfurou o estômago. Com as mãos tremendo, tirei a bala de dentro de mim. Quando a joguei no chão minha visão ficou mais braça que antes e senti meu batimento cardíaco cair. Analisei novamente o ferimento. Eu estava com uma hemorragia interna que precisava ser cauterizada. Com a mão esquerda eu abri o buraco e com a mão direita eu peguei uma lamina da hidden blade. A energia da qual a lamina era feita deveria cauterizar a hemorragia, ou eu iria morrer dentro do Senado. Segurei a lamina sobre o ferimento, respirei fundo e rezei. Coloquei a lamina dentro do ferimento. Gritei da extrema dor que estava sentindo, que era uma mistura de queimação e de corte. Lutei com todas as forças para me manter acordado. Deixei meus braços caírem no chão de tão fraco que estava. Analisei mais uma vez a ferida e vi que havia cauterizado. Peguei minha blusa e a amarrei em volta da ferida.
Esperei um pouco até meu batimento cardíaco e visão voltarem ao normal para me levantar. Me apoiei na parede pois ainda estava muito fraco. Me guiando pelas paredes, fui até as escadas, cruzando o terceiro andar inteiro tonto.
Quando cheguei no segundo andar vi perfeitamente onde estava meu alvo. O segundo andar era diferente dos outros andares pois este era totalmente aberto com algumas mesas e pilares que sustentavam o andar de cima. No lugar de paredes de concreto, a sala era rodeada de vidros enormes que davam uma visão de uma bela paisagem noturna. No centro estava a maior mesa da sala. Imediatamente entendi que aquele era meu alvo.
Manquei até grande mesa e me dirigi a CPU do seu computador. Retirei do bolso da calça o pen-drive que Paulo me dera e o inseri em uma entrada USB. Liguei o comunicador e chamei:
-Paulo, pen-drive wireless conectado.
-Ótimo, já estou recendo os arquivos. Seu transporte já está a caminho.
-Ok. Cambio final.-e desliguei o comunicador.
-Tão previsível.-disse uma voz familiar atrás de mim.-Vocês assassinos são tão previsíveis. Sempre fazem a mesma coisa. Atacam escondidos. Nunca são corajosos o suficiente para encara uma luta de frente.
Me virei e me vi deparando com um homem grisalho de aproximadamente 40 anos usando um terno caro. Pelo tom de sua voz parecia ser o mesmo homem do alto falante.
-E quem seria você?
-Você não sabe quem eu sou?
-Até agora só pude concluir que você é apenas mais um inútil.
-Inútil? Eu sou o ministro de saúde da nação. Eu sou um templário de batente alta. Treinado para conquistar e comandar tudo e todos.
- Exatamente como eu disse: um inútil.
-Hehe, você não sabe com quem está mexendo.- disse ele tirando o palitó.
Levantei uma sobrancelha e saquei uma hidden blade.
-Sério. Se afaste de mim e não te matarei devagar.
Para minha surpresa ele era rápido. Sem que eu tivesse tempo para raciocinar ele correu em minha direção e me socou na cara. Juro por deus que senti minha mandíbula se deslocar um pouco. Olhei para ele e saquei as duas laminas. Tentei apunhalar ele no coração mas ele desviava. Ele continuou me socando no rosto com uma força que provavelmente me deixaria com o rosto roxo na manhã seguinte.
-Muito lento, Assassino, muito lento.-disse o ministro.
Durante o intervalo entre um soco e outro, peguei uma lamina e a arremessei no pé do ministro. Ele gritou de dor com a lamina atravessando seu pé e o prendendo ao chão. Aproveitei a oportunidade e tentei apunhala-lo novamente, mas ele desviou vazando eu acertar de raspão seu braço esquerdo. Ele me socou no barriga, perigosamente próximo ao meu ferimento de bala. Senti a ferida latejar e arder. Não agüentei a dor e me curvei com as mãos encobrindo o ferimento. O ministro a proveitos a oportunidade e tirou a lamina de seu pé. Ele se aproximou de mim e me ergueu pelo pescoço.
-Coitado.-disse ele com uma voz irônica.- Parece que ele está com um machucado na barriga.- Pra enfatizar a ironia ele me socou na ferida. Não agüentei e gritei de dor.- O que faremos com o pequeno Assassino?
Senti minha o sangue do ferimento recém aberto escorrer pela minha barriga. Lutando contra toda dor, eu chutei o ministro na virilha, fazendo-o me largar. Tentei ficar de pé, mas a ferida aberta estava me deixando fraco de mais. O ministro conseguiu se recompor e caminhou em minha direção. Ele me ergueu pelo pescoço novamente e disse:
-Agora você me deixou bravo.
Ele caminhou, comigo em sua mão, até a direção de umas das grandes janelas de vidro e me segurou contra ela. Ele começou desferir vários socos em minha ferida, me causando uma sensação forte de que iria desmaiar.
Ele me empurrou com força contra a janela, fazendo-a quebrar. Ele me ergueu no meio do ar de uma altura de dois andares.
-Se você não tivesse me irritado eu até deixaria você dizer suas ultimas palavras.- disse ele.
Aproveitei que ele estava ocupado demais com seu discurso e saquei a lamina da minha mão direta e a enfiei diretamente em seu coração. A expressão de ódio mortal que antes estava no rosto do ministro fora substituída por uma expressão de surpresa e medo. Imediatamente eu senti a pressão posta contra meu pescoço diminuir. Forcei meu corpo para frente e conseguir alcançar a beirada do chão do segundo andar. Quando o ministro não conseguiu mais me segurar eu já estava de pé ao seu lado. Me mantive de pé e o empurrei pela janela. Assisti ele cair e pousar de cabeça contra o chão. Minha visão ficou ainda mais branca e meu batimento cardíaco caiu drasticamente. Liguei novamente o comunicador e disse rapidamente:
-Paulo, venha me buscar.
Essa foi a ultima coisa que eu disse antes de desmaiar e cair da janela.

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