01 × no próximo final de semana

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Já havia 24 horas que Kakashi estava com 48 anos. Então por que ele se sente como tivesse 16? Já havia 12 horas que eles retornaram do País das Fontes Termais, mais de 18 horas que ele sentiu aquilo.

Kalmia dorme no peito dele, no sofá da sala. E a respiração calma de sua noiva rege o ritmo de sua própria respiração. O deixa completamente relaxado, olhando fixamente para seu filho que também dormia, deliciosamente tranquilo.

Livre da sua máscara, da bandana e das roupas superiores, o Sexto Hokage sorri. A lembrança viva dessa mulher ajoelhada em sua frente, vestida da personagem principal criada por Jiraya... Às vezes ele não consegue acreditar.

E muito, muito inflado com o que há entre eles, Kakashi ergue a sua mão anelada, tocando com a ponta de seus dedos o braço de Kalmia. O toque o faz percebê-la gelada.

Com cuidado Kakashi se desprende dela, apoia a cabeça de Kalmia e a deita completamente no sofá. Aproveitando que se ergueu para buscar uma coberta para ela, o pai de Kakeru o tira da cadeirinha e sorri minimamente ao aninhá-lo também adormecido em seu colo.

Kakashi põe o filho no berço e volta para a sala. Ele cobre Kalmia e junta do chão o pacote da cortina que ela comprou em uma parada na volta da viagem. Ele guarda o embrulho e se preocupa com a escolha dela. "Então Kalmia quer pôr uma cortina grossa e escura no quarto da casa nova?!" - ele pensa. "Tsc. Vou precisar de uma desculpa para mantê-la aberta".

Agora é assim que a cabeça dele funciona. Kakashi contra-ataca qualquer mínimo sinal de depressão, pode passar pelo que for, ele se recusa a deixá-la voltar àquele inferno.

Kakashi encontrou na bailarina algo que ele nunca pensou ser possível sentir. Kalmia lhe deu mais do que uma família, muito mais do que sua própria versão do Jardim dos Amassos. Ela lhe deu um propósito, uma convicção inabalável. Uma sensação sólida e imutável quanto aos próprios sentimentos que tudo o que ele pode querer é guardá-la em si, regá-la, mantê-la sã.

Por isso Kakashi caminha até a cozinha, a maioria das coisas já encaixotadas para a mudança à casa nova. Ele ergue os olhos para o relógio, derramando o chá fumegante em suas canecas preferidas. Conta os segundos para Kalmia acordar.

─ Um... ─ um sorriso lascivo se pendura no canto de seus lábios.

─ Dois... ─ Kakashi termina de adoçar o chá dela, deixando o seu sem açúcar.

─ Três!

─ Por que você me deixou dormir no sofá? ─ a voz rouca e manhosa chega antes mesmo do corpo pequeno dela, vem xingando-o por ter ficado toda dolorida.

Kakashi se vira e sorri.

─ Bom dia, sra. Hatake.

O coração de Kalmia erra uma batida ao vê-lo assim, corado, sorridente e sem camisa. Pior ainda: com um de seus mimos preferidos em mãos.

Ela caminha até ele e pega a sua caneca, bebe um gole e logo morde os lábios na vã tentativa de conter seu sorriso.

─ É noite, Kakashi ─ implica, provocando-o ao chamá-lo pelo nome.

A falta de sorte de Kalmia estava na energia jovial completamente revigorada nele. Ela o deixava elétrico, provocava todas as emoções nele. Por isso que quando sua noiva o corta, ele tira dela a caneca de chá, pousando-a junto da sua.

─ O q... ─ Kalmia arfa com a pegada em sua cintura, sente o peito bater debaixo da costela dele, depois Kakashi se afasta, curvando-se à altura dela.

─ Seja mais gentil comigo! ─ exige, fazendo-a divagar ao assistir seu olhar indeciso entre os lábios e olhos dela.

─ Senão...? ─ mesmo que o coração já tivesse acelerado, Kalmia reúne sua coragem e instiga.

GRITE Shippuden - Hatake KakashiWhere stories live. Discover now