Capítulo 13 - Jimin

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— Você sabe que sim — murmurou, apertando os dentes no lábio inferior com força, se lembrando do fato das suas pílulas terem acabado no dia anterior.

— Vai colocar na sua conta? — ele se levantou com cuidado, fazendo com que Jimin segurasse seu braço para ele não despencar de cara no chão.

— Não. Eu trouxe dinheiro — tinha acabado de pagar uma dívida, não criaria outra.

— Ficará o mesmo valor de sempre — o adolescente assentiu, se levantando da cama para ir até sua calça jeans jogada próxima da escrivaninha, onde levara o suficiente para pagar o que precisava. Teria que voltar andando para casa.

— Aqui — as notas foram jogadas no colchão com mínimos furos, antes de pegar as três cartelas com pílulas brancas que não demorou para guardar dentro do bolso do casaco, antes de vestir suas roupas. Seu corpo inteiro doeu ao mover a perna, fazendo com que uma careta surgisse em seu rosto. — Me foda com menos força na próxima vez, Im. Eu mal consigo levantar a coxa.

— Você que pediu para eu acelerar — o homem – que Jimin supunha ter dezenove anos porque nunca se deram ao trabalho de falarem muito sobre a vida um do outro – sorriu, colocando um cigarro entre os dentes antes de acendê-lo. O Park não disse nada, preferindo vestir suas roupas de marca como se não o conhecesse durante todo o trajeto. — Park?

— Que foi? — murmurou, confirmando que seu celular e sua carteira estavam ali antes de colocá-los no bolso da calça, junto das chaves da casa. 

— Você se arrependeu?

Jimin travou, deixando que tudo que acontecera desde que saiu de casa voltasse a sua mente. Ele se lembrou de quando Jaebum abriu a porta, não parecendo surpreso ao vê-lo, se lembrou de beberem bastante, e se lembrou de quando cada um ingeriu três pílulas de algo que o Park não fazia ideia do que era, antes de começarem a transar no sofá da sala de estar até que pararam na cama. Nada novo; já tinha acontecido tantas vezes que o adolescente não se surpreenderia caso alguém dissesse o que aconteceu.

— Não, não me arrependo — respondeu, ajeitando os cabelos negros que caiam em seu rosto esculpido. — Até que você transa gostosinho.

— Sou melhor que os playboy de Gangnam? — ele sorriu de lado, fazendo Jimin rir porquê de alguma forma ele conseguia ser sexy fazendo aquilo.

— Sim, Jaebum. Você é melhor que todos eles — riu. — Eu preciso ir agora. Te mando uma mensagem quando... isso acabar — disse, se referindo às pílulas em seu bolso.

Jaebum assentiu, porquê sabia que Park Jimin era seu melhor cliente – desde que tinha catorze anos e um desejo inexplicável de parar de sentir. Parar de sentir o quê ele não sabia, porquê não trocavam mais do que vinte palavras a cada encontro.

— Até mais, Ji.

Jimin nada disse, fechando a porta ao sair como aquele fosse um muro que separava suas vidas.

Outubro de 2012 – 6 anos.

Querido diário,

Papai convidou Jeonggukie e Yoonie hyung para virem aqui em casa hoje. Ele não me avisou, então fiquei surpreso ao vê-los.

Brincamos a tarde toda. Appa permitiu que brincássemos no quintal, então corremos por todo ele em uma corrida animada que Jeongguk ganhou. Foi injusto! Ele é o mais novo! Ele deveria ter perdido.

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