𝐶𝑎𝑝𝑢𝑡 𝑉𝑖𝑐𝑒𝑠𝑖𝑚𝑜 𝑄𝑢𝑎𝑟𝑡𝑜

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16 de junho de 2020

Adora chegou tarde em casa, enquanto caminhava no corredor, viu Glimmer parada na porta de seu quarto, com os braços cruzados.

— Tu tava onde? — a menina tinha um olhar de curiosidade.

— No fliperama.

— Fliperama?

— Com a Catra.

— Ah. — Glimmer adotou um semblante malicioso e convencido, que foi substituído por um confuso. — Se você tava com a namoradinha por que voltou triste? Já tá com saudade?

— Ela não é minha namoradinha. — a mais alta se aproximou da porta e abriu a mesma, dando passagem para a amiga entra, imitando-a logo em seguida.

Em silêncio, ela deixou tirou os sapatos e a jaqueta, sentou-se na cama ao lado de Glimmer e tirou do bolso o anel que recebera de Catra.

— Reconhece? — a amiga fez que não com a cabeça. — Catra falou que era nossa aliança. Bonita, não?

— É linda. E brega, bem a sua cara.

— Eu sou brega?

— Adora pelo amor, você usa topete.

A loira deu uma risadinha fungada, e voltou seu olhar para o anel em sua mão. A prata brilhava intensamente com a luz da lâmpada, os detalhes em dourado e o sol gravado eram mais perceptíveis.

— Ela me deu a aliança dela, e eu nem sei onde a minha tá.

— Bom, deve estar em algum lugar desse quarto, não pode ser tão difícil de achar, pode?

— Não sei. — Adora suspirou cansada, parecia que toda a informação que recebera da ex, havia se transformado em um martelo, que batia e batia em sua cabeça.

— O que aconteceu? — um breve silêncio tomou conta do lugar, e então com um sorriso triste Adora começou a falar.

— Eu encontrei ela ontem, no clube, e decidi chamar ela pra sair. Eu queria saber mais do nosso namoro, porque eu não lembro de quase nada, e ela me levou no fliperama. Eu tinha que ganhar dela em algum jogo, por isso demorei tanto pra voltar. — ela deu um riso baixo, algumas lágrimas escorriam de seu rosto. — Quando eu ganhei, ela me contou como a gente se conheceu, como eu pedi ela em namoro, como foram nossos últimos momentos...

A voz dela falhou, Glimmer segurou os ombros da amiga e a trouxe para mais perto, deixando um beijinho no lugar.

— Eu queria tanto saber como nós éramos, eu nem levei em consideração os sentimentos dela, e quando ela começou a chorar na minha frente eu me senti a pior pessoa do mundo.

Glimmer tinha um sorriso atencioso nos lábios e um olhar carinhoso. Assim eram seus amigos. Todos eles eram estranhos e suas personalidades divergiam em quase tudo. Eles discutiam muito também, e sempre faziam baderna onde quer que iriam, eram um pequeno bando de arruaceiros.

Porém, de alguma forma, todos eles tinham um olhar e um sorriso caloroso, que magicamente desanuviava os piores pensamentos de Adora. Os abraços e palavras de carinho, pequenas atitudes que deixavam o dia de qualquer pessoa perfeito. Talvez esse fosse o poder do amor, deixar tudo o que toca melhor.

— Ela disse que me ama, e eu queria dizer que também amo ela, mas eu não sei se amo ela de verdade. — a voz da menina estava baixa, os soluços mais altos. — Eu queria tanto me redimir por tudo o que eu fiz ela passar, eu deveria fazer tudo por ela, pra ela nunca mais chorar por minha causa.

Glimmer girou os ombros de Adora em sua direção, olhou no fundo dos olhos da menina e sorriu doce, um sorriso de lado transbordando carinho. A loira estava vermelha, os polegares da mais nova secaram as lágrimas, e depois repousaram sobre seus ombros.

𝑗𝑎𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑚𝑒 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑐𝑒𝑟𝑒𝑖 𝑑𝑒 𝑡𝑖Where stories live. Discover now