𝑗𝑎𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑚𝑒 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑐𝑒𝑟𝑒𝑖 𝑑𝑒 𝑡𝑖

𝐶𝑎𝑝𝑢𝑡 𝑄𝑢𝑎𝑟𝑡𝑜 𝐷𝑒𝑐𝑖𝑚𝑜

04 de maio de 2020

O campo da Universidade de Bright Moon estava lotado de estudantes e professores, o espaço era grande e acomodava todos muito bem, mas a sensação de que transbordava de pessoas ali não saía do peito de Adora nem que ela tentasse.

Depois do coma, multidões a deixavam nervosa, principalmente no ambiente escolar, já que sempre tinha alguém perguntando sobre o acidente, o coma ou a amnésia. Muitas dessas situações era evitadas por seus amigos, mas nem sempre era possível fugir.

A ideia principal era fazer a feira somente com os alunos da universidade, porém poucos alunos quiseram submeter seus artigos, então o diretor decidiu fazer uma colaboração com o Instituto de Bright Moon, e consequentemente algumas escolas de ensino médio também enviaram seus alunos.

Era uma ótima oportunidade para todos, principalmente para os adolescentes que poderiam aprender com os universitários. Adora não tinha submetido nenhuma pesquisa, Sea Hawk também não, ambos tinham trancado a faculdade e voltado a pouco tempo, suas agendas estavam comprometidas com as tarefas que eles precisavam entregar para conseguir seus respectivos diplomas.

Já que ambos só estavam passeando pela feira, era dever deles relatar tudo o que acontecia para os outros que apresentavam seus trabalhos. Sea Hawk, tinha um olhar certeiro, sua altura também ajudava, a cada dez minutos ele via algo interessante e avisava Adora, que rapidamente relatava no grupo de conversas da panelinha.

Não havia nada de muito escandaloso, alguns rostos bonitos, discussões leves por causa do estresse, nada que rendesse uma grande fofoca depois. As coisas iam ficando mais interessantes assim que eles chegavam na área dos alunos do Instituto, Sea não parava de descrever as figuras mais bonitas, e ele não era muito discreto.

— Amiga pela misericórdia aquele menino é tudo de bom.

A única coisa que a menina podia fazer era concordar, na maioria das vezes ela nem achava o dito cujo, mas o amigo fazia questão de usá-la como pretexto para tirar fotos dos outros discretamente.

— Sorri, Adora.

— Pra quê? Você nem vai tirar foto minha.

— É só pra disfarçar, anda.

Ele segurava o celular apontado para a loira, mas o foco da câmera ia para um rapaz atrás dela, que não fazia ideia que estava sendo observado.

— Já deu?

— Só mais uma. Pronto, assim tá bom.

— Tu me faz passar cada coisa.

— É só pra gente comentar depois, mas bem que podia rolar alguma coisa entre ele e eu. - Um sorriso de lado apareceu em seus lábios enquanto ele analisava as fotografias.

— Se quiser eu posso falar com ele.

— Deus me livre, claro que não.

Incrédula Adora ficou sem reação, então deixou um tapa fraco no ombro do amigo.

— Mandei no grupo as fotos. - Hawk disse, guardando o celular no bolso.

— Tenho certeza que na hora que eles puderem eles vão começar o fuxico.

— E essa é a melhor parte. - A risada do garoto era alarmante, tão alta que as pessoas em volta olhavam para ele, fazendo a menina ficar com vergonha.

Quando chegaram na área dos alunos do ensino médio, eles não poderiam ficar mais surpresos.

— Pelo amor, eu pensei que ia ver umas criança, não esses homem barbudo. - Sea Hawk olhava alarmado para os adolescentes.