𝑃𝑟𝑜𝑙𝑜𝑔𝑜

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03 de janeiro de 2020

Adora abriu os olhos preguiçosamente, adaptando-os à iluminação do quarto, um cômodo de paredes em tons pastéis e decoração amena. As janelas estavam abertas e traziam uma brisa leve de fim de tarde, junto com o dourado do pôr do sol. Ela se sentou o melhor que pôde, sentindo seu corpo levemente travado e dolorido. Respirando fundo ela encarou a porta que se estendia à sua frente.

— Alguém? Olá? — Adora perguntou percebendo  que seu braço estava ligado a algumas máquinas barulhentas que ela não sabia o nome e muito menos para que serviam.

Seu chamado foi ignorado por longos segundos, segundos demais para que ela se sentisse confortável na situação. Nesse momento ela percebeu que estava em seu quarto, ele estava muito diferente do que ela lembrava.

— Tem alguém aqui? — Ela perguntou novamente ao ar, um pouco mais alto desta vez.

A porta rangeu e uma figura pequena apareceu, uma garota de cabelos lilás, vestia uma jaqueta rosa pastel com uma blusa preta estampada e uma saia roxa, seus olhos brilharam e seus lábios se repuxaram no mais eufórico sorriso que Adora vira.

— Você acordou! - Ela disse em um tom mais alto, seu coração pulava de alegria, aquela cena nem parecia realidade, se Glimmer estivesse sonhando mais uma vez ela morreria de tristeza ao acordar. — Bow! A Adora acordou!

A garota se aproximou da cama da amiga, que fora cuidadosamente projetada para abrigar os aparelhos que a mantinham viva enquanto inconsciente. Glimmer mal podia acreditar em seus olhos ao encarar os de Adora, finalmente abertos e atentos à qualquer movimento.

— Ai Adora, eu poderia explodir de felicidade, o Bow queria ser o primeiro a te ver, assim que você acordasse, mas eu fui mais rápida. - Ela ri e olha para a porta, onde a figura de um menino de cabelos cacheados castanhos e calças rasgadas adentrava o quarto.

— Adora! - Os olhos do menino brilhavam com as lágrimas que escorriam, sua expressão passava alívio e ternura ao ver a mais velha. — Sentimos tanto sua falta! - Ele diz com a voz falhada, se aproximando desajeitado e abraça a amiga.

— Minha mãe não queria que você acordasse no hospital, então ela deu um jeitinho de te trazer aqui pra casa! - Adicionou Glimmer ao perceber a confusão no olhar de Adora.

— Desculpa, o que aconteceu comigo?

Bow e Glimmer se entreolharam por breves segundos. — Bom, você caiu de um cavalo e machucou a cabeça, quando a gente chegou no hospital você tinha tido lesões muito graves no cérebro e acabou entrando em coma.

— Os médicos não tinham certeza se você iria acordar, mas nós tínhamos esperança.

— Quer dizer que eu fiquei em coma? Por quanto tempo?

— Receio responder, mas você ficou inconsciente por longos três anos. - Uma voz imponente respondeu, e uma figura alta e magra apareceu à frente da porta, com cabelos lilás, longos e comportados, diferente dos de Glimmer que tinham um penteado bagunçado cheio de personalidade. A presença de Angella fez Adora se sentir pequena, ela tinha uma expressão muito séria, que logo se transformou em um sorriso vermelho contrastante com os dentes de marfim.

— Um de meus maiores medos era que ficasse mais tempo assim, eu não aguentaria por mais tempo. Fiz questão de trazê-la para casa e cuidar de você eu mesma. - A mulher foi se aproximando e ganhando espaço ao lado de Adora, sentou-se na cama e acariciou calorosamente seu rosto e seus cabelos. — Bem vinda de volta Adora.

— Eu não tô conseguindo entender o que está acontecendo.

Angella sorriu delicadamente, um sorriso de canto de boca, certamente ela já imaginava aquela confusão vindo da menina. 

O mundo parecia mais vazio, mais escuro, aquele quarto, tão cuidadosamente decorado parecia agora um lugar apertado e como em uma ópera o coração dos quatro naquele cômodo apertaram, e suas respirações ficaram mais pesadas, em momentos era como se doesse puxar o ar para dentro, e lágrimas escorreram livremente.

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[Eu não sei se eu escrevi demais pro prólogo, mas tudo bem, essa fanfic não vai ser muito longa, mas ela pode se estender um pouco por que eu me empolgo escrevendo kkk.]

𝑗𝑎𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑚𝑒 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑐𝑒𝑟𝑒𝑖 𝑑𝑒 𝑡𝑖Where stories live. Discover now