Sentimento Inesperado | Trilogia Amores - Livro III

Capítulo 50

Lorenzo

Noah me ligou avisando que estava levando Alícia para o hospital porque ela desmaiou quando a mãe disse que o senhor Clair não é o pai biológico dela. Saio da minha sala com o celular em mãos e trombo em Pierre antes de entrar no elevador.

— Aonde você está indo? Ainda está no horário de trabalho — franze o cenho.

— Alícia está no hospital e eu preciso vê-la — aperto o botão chamando o elevador.

— Mas o que aconteceu? Ela saiu uma hora antes do almoço e eu até perguntei se ela estava aprontando alguma coisa de errado e ela disse que não.

— Quer um conselho, mano? — ele assente — Seja o melhor amigo e marido que você puder para a Rebecca, ela vai precisar muito de você, o furacão que está se formando vai deixar estragos na família Clair — dou dois tapinhas no seu ombro e entro no elevador.

— O que você quer dizer com isso? — questiona, mas antes que eu fale qualquer coisa as portas metálicas se fecham.

Eu chego no hospital em menos de vinte minutos. Peço informações e quando chego ao quarto Noah está com Alícia, ela estava dormindo serenamente na cama, me aproximo devagar pegando a sua mão com cuidado.

— O que aconteceu? Eu falei que não era para ir sem o senhor Clair no apartamento — olho para o meu cunhado.

— O que a minha mãe falou para a Alícia, ela ia dizer com ou sem o papai lá conosco — responde, se aproximando.

— O que ela disse?

— Ela falou que Alícia não é filha biológica do nosso pai — senhor Clair entra no quarto com os olhos arregalados porque ouviu o que o Noah disse.

— Eu não acredito que ela falou isso! Elaine não tinha o direito! — passa as mãos no cabelo, nervoso.

— Pai, isso é verdade?

— É claro que não, Noah! Não entendo o porque da Elaine ter dito isso.

— Nós descobrirmos algumas coisas, vamos ali fora conversar um pouco — eles saem e eu me sento na poltrona ao lado da cama.

Ver Alícia nesse quarto branco de hospital me deixa angustiado, eu sei que ela vai sair daqui, mas eu não tenho boas lembranças deste lugar. Noah me chamou e disse que o senhor Clair vai ficar com a minha noiva enquanto vamos ao apartamento onde a dona Elaine está morando, eu só não sei ainda o que vamos fazer lá de novo.

— A dona Elaine disse que eu não posso deixar pessoas sem autorização subir a partir de agora — o porteiro fala pela décima vez, ele não queria abrir o portão.

— Eu e a minha irmã estivemos aqui agora à pouco, o senhor não se lembra? Eu precisei sair com ela carregada e levá-la para o hospital — ele diz.

— Eu sinto muito, senhor, eu só cumpro as ordens dos moradores — entra na cabine do porteiro.

— Que porra! — Noah bate no portão, irritado.

— Vamos entrar pela garagem — aponto para onde um carro estava entrando.

Antes que o portão se feche eu e Noah passamos por ele e entramos no subsolo, corremos até o elevador e apertamos o botão do andar que é do antigo apartamento de Alícia, mas assim que saímos do quadrado metálico vimos que a porta estava aberta. Meu cunhado entrou primeiro e não encontramos dona Elaine em lugar algum, e também não tinha nada no guarda-roupa.

— Ela com certeza já estava planejando fugir imaginando que uma hora ou outra tudo ia ser revelado — Noah se senta na cama.

— Mas ela fugiu com quem?