Capítulo 44 - Parte I

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Alícia

Entro em uma cafeteria. Lorenzo saiu mais cedo de casa com o senhor Beaumont para visitar um fornecedor, levei as crianças para a escola e antes de ir para empresa resolvi comprar um café com croissant, mas vejo senhora Laurent com doutor Carter sentados em uma mesa, me aproximo deles.

— Oi, senhora Laurent! Doutor Carter — os cumprimento.

— Oi, Alícia! Como vai? — ela me olha.

— Bem, obrigada. A senhora não gosta de mim?

— Eu tenho uma mágoa muito grande dos seus pais, mas não faz sentido nenhum eu ter dos filhos, vocês não fazem parte do passado — responde.

— Eu posso lhe pedir uma coisa?

— Se eu puder realizar, sim.

— Posso visitar o túmulo do meu irmão? — doutor Carter nos observa.

— Você quer ir mesmo?

— Sim, desde o dia que o meu pai contou tudo sobre o passado de vocês, mas acabou acontecendo tanta coisa que não consegui ir ao cemitério.

— Tudo bem, é seu direito — ela pega um papel e anota as coordenadas para que eu chegue até o jazigo.

— Obrigada — agradeço e me despeço deles.

— Alícia? — senhora Laurent me chama e eu me viro.

— Rosas brancas, por favor — pede e eu concordo com cabeça, saio sem comprar nada, posso passar aqui depois novamente.

Passo em uma floricultura e compro um maço de flores brancas, entro no meu carro e dirijo até o cemitério do endereço. Quando chego eu saio do veículo e caminho pelos corredores até encontrar a sepultura, me ajoelho no chão contornando as letras do nome com o dedo.

...Ange éternel...

Alison Laurent Clair

★ 10.03.1983
✝ 11.03.1983

Tiro as rosas do plástico e as coloco no lugar próprio para elas. Fico pensando em como seria as nossas vidas com ele presente, mas se formos pensar, nem eu e meus irmãos existiriam se a senhora Laurent e meu pai não tivessem se separado.

— Eu soube de você há pouco tempo, mas saiba que se estivesse aqui seríamos muito amigos — sussurro, limpo uma lágrima que escorreu com as costas da mão, me levanto e vou embora.

Adrentro meu veículo de volta e pego um espelho na bolsa e me recomponho, não posso chegar na empresa com a maquiagem borrada. Quando me sinto melhor eu dou a partida seguindo o caminho para o trabalho, assim que saio do elevador dois braços me envolvem em um abraço apertado.

— Para que serve seu celular se não usa quando é preciso? — Lorenzo me olha sério.

— Desculpe, mas o que houve? — franzo o cenho, confusa.

— Eu liguei aqui na empresa para a Chloe me passar uns endereços e aí ela perguntou se você não vinha trabalhar, já imaginei que tivesse acontecido alguma coisa com você e as crianças, mas liguei na escola e a pessoa disse que você tinha as deixado lá — explicou, estava me sentindo péssima por ter o deixado preocupado.

— Eu não ouvi o celular tocando, me perdoe — o abracei, beijando sua bochecha.

— Tudo bem, vamos até a sua sala? — assenti e fomos para lá, ele tranca a porta quando entramos — Aonde você foi?

Sentimento Inesperado | Trilogia Amores - Livro IIIDonde viven las historias. Descúbrelo ahora