Capítulo 42

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Lorenzo

Entro no hall de entrada da minha casa e não ouço nenhum barulho a não ser um som baixo de música em algum cômodo, deixo minhas coisas na beira da porta e subo as escadas para o segundo andar, tinha alguém na academia. Troco minha roupa por um shorts e fico descalço mesmo, desço de volta seguindo a melodia animada que saia dos alto-falantes do som. Vejo Alícia dançando em frente ao espelho com um pesinho na mão fingindo ser microfone, abro a porta devagar entrando e fico a observando até ser notado, ela sorri e larga tudo vindo ao meu encontro e pula no meu colo, acabo escorregando e caímos os dois no chão.

— Não foi minha intenção lhe derrubar, acabei me empolgando — ia se levantando, mas eu a puxei para meus braços a abraçando e a beijando, como eu senti falta dos seus beijos.

— Que saudade, meu amor! — me viro, ficando de lado, passo a mão em seu rosto.

— Eu também senti saudade, Lorenzo — sorriu.

— Cadê as crianças? — pergunto enquanto distribuo beijos por sua pele.

— Eu não sabia que você ia voltar hoje, então o Noah marcou a festa do pijama na casa dele esse final de semana, mas podemos buscá-las se você quiser — nego com a cabeça.

— Eu estou morrendo de saudade deles, mas aguento esperar até segunda, a gente espera eles na porta da escola de manhã — concordou — Então vamos ficar o final de semana sozinhos? — abro um sorriso safado.

— Ah, meu amor, eu bem que queria compartilhar com você a minha safadeza, mas eu estou menstruada e vamos ter que nos divertir daqui uns dias — se senta.

— Tudo bem, meu amor! Eu me contento só com beijos e carinhos, o que eu já amo, mas agora vem aqui — sorrio.

A puxo para perto e colo nossos lábios. Passar essa semana sem Alícia e as crianças só me fez perceber ainda mais que ficar longe deles é muito difícil e angustiante, principalmente nas horas que fiquei sozinho no hotel, se eu precisar viajar à trabalho novamente eu dou um jeito de levá-la comigo.

— Como foi esses dias sem mim? — nos levantamos e fomos para dentro da casa, indo para a cozinha.

— Nos primeiros dias foram chatos, principalmente na hora de dormir, mas depois foi tranquilo — se sentou na beira da mesa — Depois de levar as crianças para a casa do Noah, eu voltei e peguei uma das suas telas brancas, mas realmente eu não tenho talento para nada.

— Ei, não fala isso, amor! Cadê a sua pintura? Eu quero vê-la! — sorrio.

— Não ficou iguais as suas.

— E nem teria que ficar, cada um pinta de um jeito.

— Eu vou pegar, mas eu não quero saber sua opinião — assenti, Alícia voltou depois de uns minutos com a tela na mão, ela fez um furacão de cores.

— Está linda! — digo.

— Não está, você está dizendo isso só porque quer me iludir — se senta na mesmo lugar que estava antes.

— Eu nunca que faria isso — deixo o quadro no balcão e me aproximo dela erguendo seu queixo para que olhasse em meus olhos — Por que você se diminui tanto em alguns momentos? Por que acha que deve melhorar algo que já está bom? O que acontece, Alícia?

— Minha mãe sempre me dizia que quando uma pessoa a elogia mesmo você sabendo que não fez algo certo é porque ela quer iludi-la para continuar errando. Eu ouvi isso durante os anos de balé e na adolescência também, de vez em quando erro algo e consigo escutar o grito dela me chamando de imprestável.

Sentimento Inesperado | Trilogia Amores - Livro IIIWhere stories live. Discover now