Capítulo 35

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Um mês depois

Lorenzo

Ver Alícia sofrendo foi um momento muito difícil, eu queria passar a dor que ela estava sentindo para mim, eu já sou acostumado. Perdi as contas de quantas vezes acordei durante a madrugada com seu choro e a única coisa que eu podia fazer era abraça-la bem forte porque nenhuma palavra era reconfortante nessas horas.

— O senhor me chamou, pai? — pergunto quando entro em sua sala, Pierre estava sentado na cadeira em frente à sua mesa.

— Sim, sente-se, por favor — faço o que ele pediu.

— Pai, se o senhor não sabe, eu tenho algumas para fazer — meu irmão diz, impaciente.

— Como buscar sua educação? — ele olha sério para o Pierre — Você é o atual presidente, mas antes disse é meu filho e me deve respeito — assentiu.

— É uma reunião particular? — pergunto.

— Preciso que você vá para Milão, Pierre, Lorenzo toma conta da empresa enquanto você estiver fora.

— O Lorenzo, pai? Ele não sabe nem cuidar dele mesmo — ironizou.

— Lorenzo é tão capacitado quanto você para cuidar da empresa.

— Então por que o senhor não colocou ele como presidente?

— Porque eu não aceitaria — respondo.

— Você só diz isso porque já sabia que o papai não iria lhe escolher.

— Já chega, Pierre! — nosso pai ralha — É melhor você não ir para Milão mesmo, se não, é capaz de fazer uma besteira.

— Por que o senhor não pode ir, pai?

— Tenho que comparecer em dois eventos na próxima semana e eles exigiram minha presença, se não, eu mandava você com a Alícia.

— Já que ama tanto o Lorenzo, manda ele para Milão.

— Eu não posso deixar Alícia sozinha.

— Qual é a frescura da vez? Ela está há um mês sem trabalhar, vou descontar os dias dela do salário no final do mês.

— Alícia está afastada por atestado médico e não é frescura — aperto meus dedos, tentando me controlar.

— Não sabia que médicos davam atestado médico para frescurite — em um movimento eu o seguro pela gola da sua camisa, o encarando nos olhos.

— Não fala da minha mulher! — trinco o maxilar e o solto, saio da sala sem falar nada.

— Tudo bem? — Vicent pergunta quando eu entro na cozinha da empresa batendo a porta.

— Você tem irmãos?

— Infelizmente não, minha mãe não teve mais filhos.

— Que bom, porque as vezes é um porre ter irmão mais velho — encho um copo com água e bebo tudo de uma vez — Se alguém perguntar de mim, diz que eu fui para a casa almoçar com a minha mulher — ele assente.

Passo em um restaurante no caminho e assim que entro em casa tranco a porta e vejo Alícia sentada no sofá mexendo no IPad, deixo as sacolas na mesinha de madeira e me aproximo dela devagar, beijando seu pescoço.

— Quer me matar, Lorenzo? — me olha brava, agarrando meu pescoço.

— Nunca, meu amor — me sento ao seu lado.

— Que surpresa gostosa — pulou no meu colo, afroxando minha gravata.

— Eu ainda vou voltar para a empresa — falo.

Sentimento Inesperado | Trilogia Amores - Livro IIIWhere stories live. Discover now