Capítulo 3

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Alícia

Optei hoje por vestir um terninho, simples e confortável, passei em uma confeitaria para tomar café e fui para o trabalho.

— Bom dia, maninha! — abraço Rebecca assim que a vejo.

— Oi, Alícia!

— Por que você não vai para o meu apartamento e nós fazemos uma maratona de filmes? — sugiro.

— Eu não tenho mais paciência para essas coisas, Alícia, eu vou sair com o Michel hoje.

— Você só sai com ele ultimamente.

— Nós somos namorados, Alícia, casais costumam sair e se divertirem, se você tivesse um saberia — fala.

— Você é uma ridícula, sabia? Pra ter um namorado como o Michel eu preferiria morrer sozinha! Ele é um imbecil! — saio andando, irritada.

— Você está chorando? — Lorenzo pergunta assim que entro na sala que divido com ele.

— Não — passo a mão no rosto e me sento na cadeira atrás da minha mesa.

— Eu sei que nos conhecemos há dois dias, mas você pode contar para mim o que aconteceu — ele se aproxima.

— Não precisa se preocupar, eu estou bem, só briguei com a Rebecca.

— É mesmo? Por qual motivo? — ele me olha confuso.

— Desde que Rebecca começou a namorar ela se distanciou e ficou insuportável, eu sinto falta das vezes que ficávamos até tarde conversando sobre coisas bobas ou assistindo algum filme, era meio que um ritual nosso uma vez por semana.

— Não fica assim, ela está deslumbrada com o namorado, é normal isso — ele se senta na cadeira em frente à mesa e pega minha mão, a acariciando — Nunca ficou assim quando teve um namorado? — nego.

— Eu nunca tive nenhum namorado.

— É mesmo? Por que?

— Porque eu não quero, eu gosto de ser solteira, dançar sem depois precisar ouvir que estava me exibindo demais ou que mulher comprometida não pode usar roupa curta.

— Nem todos os caras fazem isso.

— Eu sei! Mas eu prefiro continuar solteira, namorar para ficar igual a Rebecca não está nos meus planos — puxo minha mão da dele.

— Já que a sua irmã não quer assistir filme com você, pode chamar outra amiga.

— Eu não tenho amigas!

— Como não tem amigas? Você parece ser uma pessoa legal e super divertida.

— Obrigada! Mas achei que eu fosse doída e falante demais — brinco e ele abre um sorriso sem graça, ele fica fofo com vergonha

— Meu pai que é falante demais.

— Senhor Beaumont é muito legal! Eu o adorei desde que nos conhecemos.

— Ele é sim! — ele se levanta e volta para a mesa dele.

— Obrigada por querer ajudar — agradeço e ele apenas sorri de lado.

Pego um espelho pequeno na bolsa e olho se minha maquiagem borrou, limpo o rímel no canto do olho e o passo novamente nos cílios. Eu não sou uma pessoa que chora por qualquer bobagem, mas quando estou de TPM fico mais sensível.
Depois de almoçar com Lorenzo, pedi que me esperasse um pouquinho porque eu ia entrar na loja.

— Como vai, senhorita Lamartine? — uma das vendedoras pergunta.

— Eu estou bem, obrigada! Minha encomenda já chegou? — ela balança a cabeça em confirmação e sai do balcão e logo volta uma sacola de papel, agradeço e saio da loja.

Sentimento Inesperado | Trilogia Amores - Livro IIIDonde viven las historias. Descúbrelo ahora