Sentimento Inesperado | Trilogia Amores - Livro III

Capítulo 7

Uma semana depois

Alícia

Eu já estava me preparando para dormir quando meu celular começou a tocar, olho para o nome do Lorenzo na tela.

— Isso é hora de ligar, Lorenzo? Eu acordo cedo, sabia? — resmungo ao atender a ligação.

— Troca de roupa e me espera no portão do seu prédio, do lado de dentro, por favor — ele pede.

— O que está acontecendo? — pergunto já ficando preocupada.

— Só faz o que eu pedi — desliga na minha cara.

Tiro a minha camisola e pego um calça jeans, camiseta de manga cumprida e calço minha bota cano baixo de salto quadrado, coloco meu sobretudo e penduro minha bolsa no ombro e saio do meu aparelho fechando a porta.

— O que está acontecendo? — indago assim que entro no carro do Lorenzo.

— Você já vai saber e não fica me fazendo perguntas — ele arranca com o carro e quando percebo estamos no caminho para o apartamento da Rebecca.

— Aconteceu alguma coisa com a minha irmã, né? — sinto meus olhos se encherem de água.

— Sim, mas fica calma — ele entra na rua onde Rebecca mora e quando vejo a ambulância, eu saio do carro antes mesmo que pare e corro até a maca que eles estão empurrando.

— O que aconteceu com ela? — questiono a um dos socorristas.

— Violência doméstica, a vizinha ligou para a polícia quando a ouviu gritando por socorro. Você é parente? — assenti.

— Eu sou irmã dela, posso ir junto? — ele assente — Liga para o meu pai, Lorenzo? — concorda e vai para o carro.

Rebecca está com o rosto bastante machucado e a roupa está com sangue, isso está me deixando ainda mais apavorada. Quando chegamos no hospital eles a levaram para a emergência, preenchi a ficha dela e fui para a sala de espera, Lorenzo me abraçou assim que me viu.

— Vai ficar tudo bem — ele beija meus cabelos.

— Você já sabia que ele batia nela? — encaro suas íris castanhas.

— Sim — sussurra e fecha os olhos com força — Eu prometi que não contaria para ninguém, eu tentei a convencer de todas as formas para o denunciar, mas Rebecca estava com muito medo e no fim aconteceu isso, eu deveria ter feito uma denúncia anônima e nada disso teria acontecido.

— A culpa não é sua! — o abraço — Foi por isso que bebeu daquele jeito na semana passada?

— Depois que ela me contou o que estava acontecendo eu fiquei com raiva por ter prometido e bebi demais, mas eu também tinha medo de contar para alguém e aquele monstro descobrir que Rebecca me falou e a fizesse mal, mas no fim tudo o que eu não queria que acontecesse, aconteceu.

— Vamos ter fé — meus pais e Noah entram pela porta de entrada e caminham até nós dois.

— Como está a minha filha? — minha mãe pergunta.

— Ainda não temos notícias — Lorenzo responde.

— Como vocês souberam do que aconteceu? — meu irmão indaga confuso e eu olho para Lorenzo.

— A última ligação do celular da Rebecca foi para o meu e a vizinha que chamou a polícia me ligou — ele explica.

— Eu vou pedir informações — meu pai saiu e minha mãe foi com ele.