Prólogo

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Boa leitura

A noite estava extremamente escura, a pista estava molhada e o céu era como um show de luzes e estrondos , a tempestade nos pegou em uma péssima hora..

Era possível ouvir o som da forte ventania, mesmo com todos os vidros fechados. Mas garoto de seis anos no banco de trás não parecia muito preocupado, embora estivesse atrasado para a própria formatura.

Formatura de alfabetização, aquela em que todos os pequenos ganham um chapel de formando,e um anel com as letras "a,b,c" gravadas.

— ainda vai demorar muito? — perguntou o menino,sem demonstrar muito ânimo em sua voz, ele odiava eventos, a não ser que você evento envolvesse esportes, aí ele adorava.

— estamos chegando, querido. — respondeu mamãe com sua voz doce de sempre, a mulher era um poço de paciência, tinha quatro filhos, sendo três deles com idades abaixo de 10 anos.

Eu era a mais velha com 19 anos e soube aproveitar minha época de filha única. Agora eu era uma moça independente, com meu próprio dinheiro e emprego e estáva feliz por estar alí,com minha mãe e seu irmão dentro daquela carro,no meio de uma tempestade infernal.

Meu pai sempre foi muito carinhoso comigo,mas era louco para ter um menino, e depois de muitas tentativas,vaio Miguel - que nascera quando eu tinha 12 anos-  e três anos depois vieram  os gêmeos ,Eduarda e Lucca.

No banco da frente, mamãe cantarolava algo em um tom baixinho enquanto olhava pela janela.

O grito agudo  veio em seguida.

O brilho dos faróis do carro desgovernado incandearam meus olhos  ,foi como um sopro,em um minuto eu ouvia a doce voz de mamãe,no minuto seguinte,a única coisa que conseguia ouvir eram o zumbido agudo e as batidas do meu coração.

...

— Respire , você precisa me ajudar a te ajudar, só respire...

Não,eu não conseguia, eu estava me afogando em meu próprio sangue, no sangue que escorria sem parar,pelo meu nariz .

— tragam um balão de oxigênio, ela está entrando em choque anafilático...

As vozes soavam longe, era como se meus ouvidos estivesse tapados com uma grande bola de algodão, mas eu ouvia os zumbidos, ouvia os sons das rodinhas da maca rolando contra o pixe seco da pista, e a sirene da ambulância que soava longe.

Era assim que eu morreria? Afogada no meu próprio sangue? Em uma maca, dentro de uma ambulância barulhenta? Eu morreria antes de terminar a faculdade? Era a Isso que minha vida se resumiria?

A luz branca no teto da ambulância.

Essa foi a última coisa que eu vi antes de apagar.

...

E lá estava eu outra vez, as quatro da madrugada, suada e assustada,  sonhara mais uma vez com aquele dia, e a única coisa que podia fazer era agarrar-me a Lissa - minha cachorrinha de pelúcia - e chorar até adormecer outra vez...

Rental WifeWhere stories live. Discover now