Capítulo 50- " O amor tudo suporta"

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Lindsay permaneceu do lado de fora, chorando e tentando digerir tudo o que ouviu. De repente, como se ouvisse seus pensamentos, seu corpo foi envolvido em um abraço. Rebeca continuou a abraçá-la até que os soluços pararam. Lindsay enxugou as próprias lágrimas, agora mais calma, e sorriu.

_ Sem querer ser grosseira, mas o que está fazendo aqui? _ Lindsay perguntou depois de um tempo.

_ Eu vi a notícia na internet agora pouco, fiquei preocupada com você e vim te ver._ Rebeca pareceu sincera.

_ Obrigada pelo abraço, eu estava precisando.

_ Não precisa agradecer, acredite: eu precisava tanto ou mais do que você.

_ Parece que perdi todo mundo: meus pais, minhas irmãs, que nunca encontrei, meu melhor amigo, que também era o meu namorado. _ Lindsay falou, com os olhos marejados.

_ Ei, você não perdeu todo mundo, estou aqui, sou sua amiga e me importo com você. _ Percebendo o que sua amiga tinha dito, Rebeca entrou em alerta, dizendo: _ Espera, o que aconteceu com o Vitor?

_ Ele mentiu pra mim, Rebeca, ele nunca me disse que estava investigando o meu pai e que um homem tentou matá-lo. Aquele homem que causou o acidente pode ter sido contratado pelo pai da Anna.

_ Vitor sabia para que finalidade estava investigando o seu pai? _ A filha adotiva dos Parker disse.

_ No começo, não, mas ele escondeu o que fez. Ele podia ter me dito, tudo isso poderia ter sido evitado, Anna não teria como chantagear ele. Sabe o que isso significa? _ A pergunta da ruiva deveria ser retórica, mas Rebeca respondeu mesmo assim.

_ Significa que Vítor cometeu um erro, um erro muito grave. Ele mentiu, sim, mas isso não diminui em nada o arrependimento dele. Também não diminui o amor que ele sente por você.

_ Justamente por me amar que ele devia ter me contado o que fez. _ A detetive disse, de braços cruzados.

_ Foi por te amar que ele queria te poupar dessa história. Ele teve medo, Lindsay.

_ Eu não entendo, não consigo entender por que ele não me contou.

_ Olha a forma como você reagiu, Lindsay. Ele errou, óbvio, mas dá pra notar o motivo da apreensão dele.

_ Não sei o que fazer. _ Lindsay disse, de forma sincera.

_Só quero que responda para si mesma: apesar desse erro, eu ainda o amo? Abaixo de toda essa dor, ainda há um sentimento verdadeiro e puro por ele? Responda para si mesma e então saberá o que fazer.

_ Obrigada, Rebeca, por tudo.

_ Eu que agradeço, Lindsay.

As duas entraram no hospital e esperaram por notícias de Deise, que ainda passava por uma cirurgia, lutando por sua própria vida. Alguns minutos se passaram e houve um burburinho na recepção do hospital.

_... informações da minha filha? _ Uma mulher ruiva alterou- se com a recepcionista.

_ Senhora, eu peço que se acalme. _ A recepcionista se manteve calma e paciente, mesmo diante da situação.

_ Eu fiquei quase seis meses presa por um homem louco, que eu chamava de marido, seis meses sem ver minhas filhas. A última coisa que eu preciso é ficar calma. _ Os olhos da ruiva, semelhante aos de Lindsay, indicavam sua fúria.

Lindsay paralisou ao ver aquela mulher ali. Era ela. Tinha que ser.

_ Mãe?

As palavras saíram quase em um sussurro, mas foram alto o suficiente para a mulher ouvir e olhar em sua direção. Sua surpresa maior foi ver o homem ao seu lado, que também queria informações sobre a filha da ruiva.

Uma Noite Sem FimWhere stories live. Discover now