Capítulo 26- Missão quase impossível parte 4

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Todas as quinze modelos, que dariam início às suas carreiras, foram encaminhadas para um estúdio imenso, onde passaram o dia recebendo atenção.

Maquiagem, roupas novas, havia um closet para que cada uma escolhesse a roupa que bem entendesse, um dia de princesa foi oferecido para cada uma delas e todas sentiram- se satisfeitas, apesar de algumas estarem levemente desconfiadas.

Além de todos os mimos, elas tiveram seu momento "estrela", um momento em que teriam uma sessão de fotos personalizada. As quinze escolheram usar esse momento para aproveitar ao máximo as roupas que havia ali, satisfazendo seus caprichos.

Jenny, apesar de sorridente, não estava nada feliz com aquilo, não havia tempo para diversão, não poderia se distrair de seu objetivo. Porém, após alguns minutos, se rendeu ao pedido de suas novas amigas e aproveitou o momento.

Ao cair da noite, as meninas estavam satisfeitas, algumas ainda davam suspiros de satisfação, outras reprimiram gritos de alegria, mal sabiam que o conto de fadas chegara ao fim.

Todas foram levadas para um grande salão, que fora reformado para se transformar em um extenso quarto. Havia exatamente oito beliches espalhadas pelo local, as meninas estranharam serem levadas para aquele lugar, mas nada disseram.

_Escolham a cama que quiserem, logo trarão o jantar de vocês. Vamos recolher seus dispositivos e os entregaremos a vocês amanhã, pois precisamos que vocês descansem para um importantíssimo evento que vai promover a carreira de vocês.

Nenhuma delas ousou abrir a boca para questionar, todas balançaram a cabeça, concordando. Após recolher os dispositivos de todas, Carolina indica a porta à esquerda, dizendo ser o banheiro e tranca a porta do quarto. A mais próxima da porta é Lindsay, que ouve o barulho e fica em alerta. Ela se levanta e vai até a porta para conferir sua hipótese.

_O que está fazendo? _ perguntou uma das mulheres, curiosa.

_Está trancada. Ela nos trancou.

_Por que ela faria isso? _ Hannah é quem pergunta dessa vez, se sentindo insegura.

Antes que obtivessem respostas, uma garota de aproximadamente treze anos saiu do banheiro com o rosto vermelho.

_Quem é você?

_ Quem são vocês? _ Ela rebate.

_Somos as modelos que você logo verá na capa de revista. _ disse, Lara, uma mulher arrogante, enquanto jogava os cabelos para trás.

_Só se for no jornal. _ A menina não controlou - se.

_Ah, nos jornais, nas revistas, tanto faz, vou ser famosa de qualquer forma.

_Tem razão, só há uma diferença entre ambos os casos: na revista seria famosa por ser modelo, no jornal por estar desaparecida ou morta. A pré- adolescente tinha a língua afiada, pois estava na defensiva.

_Do que está falando? _Hannah interferiu.

_Vocês foram enganadas: não serão modelos, talvez até sejam famosas, mas não da maneira que estão pensando. Bem- vindas ao " Love Night", uma casa de prostituição.

Onze das quinze garotas gritam " O que? " e começam a murmurar frases inaudíveis, já que estavam confusas e sem entender absolutamente nada.

_Isso é mentira sua! Afinal nem a conhecemos.

_Ah, sim, prazer, Mary, tenho treze anos e fui enganada assim como vocês. Bom, não exatamente, minha mãe sabia onde estava me colocando, ela simplesmente me vendeu, disse que eu seria mais útil agora e prometeu vir me visitar todo final de mês para saber como eu estava e aproveitaria para pegar uma parte do dinheiro que eu conseguisse, se é que me entende. Então, agora que me conhecem, conhecem minha história, vão mesmo acreditar na Carolina? Vão mesmo se iludir?

Algumas ainda se mantiveram incrédulas, talvez em estado de choque e se perguntavam se aquilo era mesmo real.

_O que é isso no seu rosto? _ Jenny deixou sua curiosidade falar mais alto e perguntou algo que chamou sua atenção.

_Digamos que alguns homens gostam de ter um saco de pancadas de vez em quando.

Jenny sentiu uma repentina raiva surgir, " ela é apenas uma criança, quem eles pensam que são? ", pensou raivosa.

E então, a ficha de todas caiu. Algumas soluçavam, outras apenas deixavam as lágrimas caírem, em silêncio.

Jenny, sem entender direito o que estava fazendo, caminhou em direção à Mary e a abraçou. Mary, que antes se mantinha fria diante de toda a situação, deixou sua máscara de indiferença cair e desatou a chorar.

Ela não imaginava receber uma demonstração de carinho de alguém que nem a conhecia, aquilo pegou- a de surpresa, pois a mesma não recebia abraços nem de sua mãe. Mary envolveu - se no abraço de Jenny, permanecendo imóvel enquanto descarregava toda a dor acumulada dentro de si.

Jenny sentiu as lágrimas brotarem, mas não se permitiu chorar, não naquele momento. Suas lágrimas, entretanto, eram por um motivo diferente do motivo das demais moças: ela se comoveu com a história da garota à sua frente, além disso, Mary era muito parecida com a irmã de Jenny e isso a desestabilizou.

Sua postura decidida e um tanto debochada a lembravam de Aurora, sua irmã de dezoito anos. Ela tomou para si a missão de cuidar daquela menina. Quando a refeição de todas chegou, elas já haviam se acalmado e muitas decidiram nem tocar no prato, desanimadas.

_É melhor comerem, não sabemos quando será nossa próxima refeição. _ Mary alertou, mais calma.

_Tem razão. _ Lindsay concordou, já pegando o prato.

Após a refeição, todas se deitam em suas camas e, mesmo lutando contra o sono, o cansaço as vencem. No dia seguinte, todas são acordadas por Carolina.

_Bom dia, meninas, é melhor se levantarem ou vão ficar atrasadas para o evento. _ Ela mantinha um sorriso simpático no rosto, mas ninguém acreditava nela, pois sabiam a verdade.

_Em que consiste esse evento? O que precisamos fazer? _ Fernanda sondou - a.

_Primeiro: tomar um banho e se arrumar. Segundo: desfilar para algumas pessoas importantes para elas promoverem a carreira de vocês.

_Por que não conta a verdade a elas? _ Mary a desafiou com uma risada sem humor.

_O que você está fazendo aqui? Deveria estar com as modelos mais antigas.

_Com as mais experientes, você quer dizer. Só sei que me colocaram aqui e não se preocupe: já adiantei sua parte, contei a elas sobre a casa de prostituição. Já até dei as boas-vindas. _Mary continuava a debochar.

_Com você eu me resolvo depois, afinal, o senhor Cooper vai vir hoje e já agendou sua companhia. _ Os olhos de Mary se arregalaram e seu pequeno corpo começou a tremer, ela estava apavorada, seria novamente espancada até que Cooper se cansasse.

Ao constatar o efeito da notícia sobre Mary, Carolina deu esboçou um sorriso sombrio. Ela se virou para as outras quinze garotas, que se encontravam naquele local, com um olhar macabro.

_ Já que todas estão informadas, não quero nenhum resmungo sobre isso. Vou mandar para cá as roupas que usarão hoje. Um aviso: se comportem e agradem alguém. _ Carolina diz.

Agora, em sua voz não havia resquício sequer de simpatia e seu olhar era severo, ela queria passar autoridade e medo para as outras, para que todas as obedecessem.

Ao se virar, Carolina não viu o que estava prestes a acontecer: Lara, a arrogância em pessoa, se levantou e andou em direção à sua nova chefe, para desferir- lhe um tapa e exigir que a deixassem ir embora.

Porém, no meio do caminho, Elizabeth segurou - a, evitando que todas pagassem pelo erro de uma. Entendendo o recado, Lara soltou- se de forma agressiva, sentindo- se frustrada. Antes que Carolina Hudson chegasse à porta foi questionada sobre a alimentação das modelos.

_A próxima refeição dependerá apenas de vocês.

Uma Noite Sem FimDonde viven las historias. Descúbrelo ahora