Capítulo 38

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Pov Patrick

- E pela amor da Deusa, não entrem em outro território, digo, não saiam do nosso. Podem destruir qualquer vampiro aqui dentro. Escaparam? Deixem ir. Entenderam? - Todos acenam e eu os deixo ir.

Depois de dar informações e ordens para meus homens eu retornei para casa.

Minhas terras estão uma bagunça com vampiros idiotas testando minha paciência. Nem dá para os pegar direito pois eles zombam da minha cara indo para o território mundano sabendo que não podemos entrar/invadir para quebrar os pescoços deles.

Sim, eu realmente vou ficar careca antes dos 40 por tanto estresse, no mínimo calvo se eu tiver uma boa genética.

Vampiros zombando dos meus lobos e nos atiçando para brincar de pique-pega, o sumiço de Mathias, inimigos que entraram em meu território para fazerem o que bem entendessem e sumindo que nem fumaça, a saída de Alison, que provavelmente não irá retornar, vários lobisomens me pressionando por mudanças e melhoras, acordos, alianças, papeladas. Tudo era tão sufocante e preocupante, frustrante.

Que merda de alfa eu estou sendo, não estou conseguindo controlar nada, resolver nada.

E como se tudo já não fosse pesado de mais para carregar, quando eu chegava em casa não conseguia descansar tranquilamente sabendo que Sabrina estava chorando em seu quarto. Ela finge que não acontece, finge que nada a atinge, mas eu conseguia escutar seus soluços no silêncio da noite.

Eu realmente era uma criança para este posto? Alguém inexperiente e imaturo para carregar o peso das responsabilidades, sem estruturas para carregar o fardo emocional?

Eu tinha que ser rígido e firme em minhas atitudes, preciso e calculista nas decisões, com o mínimo de margem de erro.

Era desgastante.

Abri a gaveta de minha mesa e peguei um porta-retratos da família com uma foto do dia que viajamos para uma das praias paradisíacas da América central, era difícil conseguirmos um momento para a família toda ir viajar. Todos estavam com roupas tropicais, minha mãe, Sara, estava abraçando meu pai enquanto o mesmo a segurava pela cintura e apoiava a outra mão no ombro de Santiago, este que estava inclinado para a frente apertando as bochechas de Sabrina que obviamente estava emburrada.

Ela tinha acabado de montar uma escultura de areia com alguns animais e um pássaro a assustou fazendo a mesma cair em sua ainda não completa arte. Foi impossível não rir da sua situação o que a irritou mais.

Eu estava em pé, um pouco afastado de meus irmãos, ao lado de minha mãe e bebendo um coco um pouco sério não me importando muito em bater fotos. Me lembro bem que a foto seguinte foi minha mãe me puxando para um abraço também. Esta outra foto só não ficou no porta-retratos porque Sabrina tinha se virado para bater em Santiago e meu pai ficou rindo, deixando só eu e minha mãe bons para a foto.

Pelo menos todos estavam com feições genuínas nesta.

Eu tinha meus 18 anos e meus irmãos 16 e 12, San e Sabrina. Mesmo com as diversas discussões e os sermões de nossa mãe nos divertimos muito nesta temporada.

"Eu escutava uivos de dor, de luto, de muitos lobos. Não entendi do que se tratava até ouvir o uivo mais triste que já tinha presenciado, ele era arrastado demonstrando somente uma parte de sua dor, o que foi tamanha ouvindo, levando outros lobos a uivar também. Era o do meu pai. Não demorei um segundo para levantar do sofá e ir atrás dele"

- Mãe. - Murmurei baixo passando o dedo em sua imagem - Não conseguimos te proteger, agora não consigo proteger mais ninguém.

Encaro um pouco a foto e pego o antigo cantil de meu pai, ainda possuía seu líquido amarelado.

A Loba SelvagemOnde as histórias ganham vida. Descobre agora