·O Céu·

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Juro solenemente não fazer nada de bom
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Narradora

Sabe quando o céu acorda espelhando seus sentimentos? Hoje ele espelhava os sentimentos confusos de Régulus Black.

Primeiro ele estava cinza como um aviso de
tempestade, depois o sol surgiu do nada, agora o sol tinha sumido novamente. O que aconteceria depois? Só o reflexo do céu saberia, mas ele não sabia porque estava tão confuso quanto ele.

--Você está bem Black?

--Estou Mulciber -- respondeu.

--Não parece.

--Não seria melhor você se preocupar com outras coisas em vez da minha vida? -- as palavras podiam transparecer raiva, mas o tom ao pronunciá-las foi da indiferença habitual.

--Ei, calma.

--Nos vemos depois.

Se afasta dos outros sonserinos, ele não estava com a mínima paciência para suportar qualquer pessoa. As vezes aquilo acontecia, mas dessa vez o seu lugar estava ocupado com um grupo de adolescentes, pensar naquilo não o ajudou, pois logo seus pensamentos estavam na sua cópia versão feminina.

--Que droga -- murmurou.

Ele sabia que fora sua decisão, lógico que com certa influência de seus pais, se tornar comensal, ele conhecia os riscos, mas pareciam tão pequenos comparados com os bens da causa do Lorde, um mundo bruxo purificado. Mas ele tinha percebido que talvez tivesse minimizado demais as consequências quando sentiu a ardência da Marca Negra pela primeira vez, não que fosse assumir que tinha começado a andar em uma corda bamba.

A tatuagem já estava ali no seu braço e não podia simplesmente se demitir, como não podia simplesmente reatar seu laço com Sirius.

Régulus percebeu o quanto tinha custado ficar do lado de seus pais, custara sua relação com o irmão, custara uma tatuagem que não poderia ser removida, custara a sua liberdade e ele sabia que iria custar muito mais, como sua vida.

O que tinha a perder seguindo o conselho de Héstia? Talvez não fosse o que ele fosse perder, mas o que isso poderia causar as outras pessoas. A garota queria conhecer o verdadeiro Régulus, o que era diferente do aluno e filho perfeitos, porém ele sabia que ela provavelmente não gostaria dele.

Héstia conhecia uma parte desse eu verdadeiro, a parte mais "bela", porém ninguém conhecia a outra parte, a parte que guardava o garoto totalmente quebrado. Porque no fundo Régulus sabia que esse era ele, um garoto quebrado escondido por trás de frieza, indiferença, sorrisos falsos e por trás das íris cinzas que sempre transmitiam uma calma e frieza.

Provavelmente alguém ia achar possível reconstruí-lo, até desistir porque a tarefa era impossível.

Contudo algo relutava em dar a simples resposta de Não, não quero me aproximar da garota ou de outro viajante, mesmo sabendo que existiam mais prós se tomasse esse caminho.

Uma viagem (in)esperadaWhere stories live. Discover now