Capítulo 35 - Bala Clava

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O capítulo está sujeito a alterações.

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  _Como você teve coragem? - digo encarando Niel nos olhos - um filho porra, um filho, nem pra ter a decência de me contar - e ainda faz esse showzinho de merda na frente de todo mundo, pra que ? A troco de que.

  _A morena fazer o que, aconteceu.

   Aconteceu. Essa era a explicação dele pra ter me feito de palhaça a noite toda, o enjooo vem com tudo e eu volto a vomitar ali mesmo, por pouco não é encima dele, o senhorzinho dono do bar me anpara até que escuto a mesma voz de antes, perguntando de um banheiro, o rapaz da festa aparece novamente e me apoio nele e ele me conduz bar a dentro.

  _Não vomita no meu coturno, que eu ainda trabalho até de manhã.

  _Pode deixar, eu vou tentar.

   Chegamos em uma salinha pequena com um sofá, ele me deixa sentada lá abre a porta sanfonada e volta pra me buscar, mal chego no banheiro e volto a vomitar me apoio no vaso e sinto o gosto horrível na boca, ele segura meus cabelos pacientemente enquanto eu ponho tudo o que eu não comi pra fora, quando término ele da descarga e me encara e da um sorriso amarelo.

  _Vou buscar seu celular, e ver como anda as coisas lá fora, não saia daqui.

   Ele sai porta a fora e eu me olho no espelho, me sinto um lixo, retiro o kimono e lavo meu rosto e passo água na boca, passo a mão molhada pelos cabelos, e percebo que essa noite foi pior do que eu poderia imaginar, um filho, como ele pode fazer isso comigo, eu era a outra, e eu podia viver com isso, eu não podia mais competir com ela, a ficha caiu de que eu realmente tinha perdido a guerra.

   Enxugo o rosto com o kimono e o jogo no lixo, dou um nó nos cabelos e quando saio do banheiro dou de cara com "bom policial" já com a bala clava cobrindo de novo seu rosto e me sento ao seu lado, ele me entrega o celular e eu o desbloqueio e fico olhando pra lista de contatos, penso nos meus pais, na minha irmã, penso no Júnior, e ligo peço que ele venha me buscar, minha voz de choro entrega que não estou bem e ele pede que eu mande um SMS com o endereço do bar, envio e ponho o celular no cós do short e fico lá estática, olhando pra parede verde desboatada nos cantos.

  _Eu vou ser presa ?

  _Não vejo motivos pra isso, você já é de maior?

  _Sim, tenho que ir na delegacia ou algo assim ?

  _So se quiser, o rapaz que apanhou não quer fazer queixa - ele diz com a voz estranha devido ao abafado do tecido - e o dono do bar só vai fazer a denúncia pela manhã, o valentão vai passar o dia na delegacia pra apreder, mais alguma dúvida?

  _Qual o seu nome ?

  _ Oliveira, meu nome de guerra é Oliveira - ele diz mostrando o nome escrito na farda junto com o seu tipo sanguíneo - e infelizmente eu tenho que ir moça, eu espero que você fique bem e de verdade cuidado, eu ficaria mais tempo com você aqui mais tenho outras ocorrências.

   Ele diz se levantado, e apoiando a mão na lateral do colete.

  _Tudo bem, muito obrigada.

  _ Eu que agradeço, você animou minha noite.

  _Não fui eu que chamei a polícia!

  _Mas foi o motivo da briga!

    Ele pisca pra mim e sai, me deixando com esse projeto de piada mal contada, pego o celular e entro novamtee no face, comento na foto de Carol "que venha com saúde", e resolvo desativar minha conta temporariamente, já passa de meia noite, vou para saída do bar e pego uma vassoura, volto para entrada do bar e começo a varrer os cacos de vidro enquanto o senhorzinho coloca as cadeiras encima da mesa, término e vou falar com ele, pedindo desculpa por tudo.

  _Que isso minha filha, não foi culpa sua, os homens são tolos e ficam violentos quando bebem demais, eu que peço desculpa por não ter me atentado à quantidade de bebida que já havia sido servida, o bar estava muito lotado, e seu namorado é sempre tão calmo, não esperava por isso.

  _Ele não é mais meu namorado - o senhor me olha com pena e sinto vontade de chorar - eu vou andando, daqui até minha casa é um bom pedaço de caminho, o senhor se cuida.

  _Você também, cuidado no caminho, já está bem tarde pra andar só.

  _Um amigo ficou de vir me buscar mais não apareceu até agora, se ele chegar aqui o senhor diz que eu fui andando por favor.

  _Aviso sim pode deixar.

   Dei uma última olhada no celular antes de sair e Júnior havia enviado uma mensagem dizendo que já tinha saido de casa, desligo o celular e vou andando, logo começa uma neblina fraca, quase imperceptível o vento sopra frio e me arrependo mentalmente de ter jogado meu kimono fora, mais na hora me pareceu prudente, não vi sentido em ficar com ele fedendo a vômito.

   Aos poucos a chuva vai engrossando e acabo decidindo parar em uma casa duplex que tinha um pequeno puxadinho onde o portão ficava, consigo me proteger um pouco da chuva, mais meus tenis estão molhados e logo começo a bater os dentes de frio, vejo um farol no início da rua e o carro passa por min devagar, para logo em seguida vir em uma ré rápida e subir na calçada.

  _Vai entrar ou vai passar a noite aí? - Júnior diz com a cara de poucos amigos - a porta de trás tá aberta, cuida.

   Apressada eu entro no carro e tiro meus sapatos, o ar condicionado me faz tremer ainda mais, mas não digo nada, ele arranca com o carro na rua que já começava a ficar barrenta, ele me pergunta o que aconteceu e com vergonha eu conto, digo o quanto estava apaixonada por Niel e do que tinha acontecido no bar.

   Ele escuta solta alguns palavrões mais não me julga, na metade do caminho pra sua casa já estou mais calma, quando paramos em um sinal eu passo rápida pro banco da frente e ele sorri.

  _Que abrir a janela ? A chuva já passou.

  _Quero sim - digo enquanto coloco o cinto de segurança - você não precisava fazer isso, ter ido me buscar.

  _Eu sei que não, mais amigos servem pra isso.

   Ele abre as janelas e desliga o ar condicionado, põe uma música pra tocar e seguimos a viagem calados, tento esvaziar a minha mente e aproveitar a brisa fria que já demandava o nó que eu tinha dado no cabelo.

   Acabamos indo pra casa antiga de Alex, tinha poucos moveis e era bem espaçosa diferente daquela que eu havia ido no dia da festa, que era apertada e tinha uma micro cozinha, subo as escadas e vou direto pro banheiro, tiro a blusa e acho uma escova e pasta em cima da pia, grito perguntado se posso usar e Júnior grita de volta que sim.

   Tiro a blusa e jogo encima do balcão do banheiro, e começo a escova os dentes, lavo a boca e o rosto e quando me viro Júnior está me encarando já sem camisa e só de bermuda.

_Gostei do sutiã, ficaria melhor sem ele.

_Se manca eu só quero dormi, eu tô me sentido péssima, e tô fedendo a vômito.

_Isso é um detalhe - ele passa por min e abre o armário encima da pia - agora você tá cheirosa - ele diz chiringando perfume em mim - cheirosa e gostosa.

   Ele me dá um beijo estralado na bochecha fico parada na porta do banheiro enquanto ele arruma a cama, quando ele sai do quarto aproveito pra me deitar, encaro o teto e logo as lágrimas voltam a descer, puxo o lençol e me escolho chorando, quando Júnior volta ele me encara e tranca a porta, senta próximo de min e acaricia meus cabelos, ele vira meu rosto pra ele e nos encaramos, ele me dá um selinho e me diz que vai ficar tudo bem.

Eu aceno com a cabeça, e acabo cochilando.



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Olá amores, esse foi o fim do livro um, vou postar o epílogo em breve  e vou começar a escrever o dois, o que será que vai acontecer daqui pra frente ? Como será o próximo encontro dela no Oliveira? Acompanhem o próximo livro baby,  beijos de luz pra vocês.

  

Tudo o que não fomos (Em Revisão)Where stories live. Discover now