Epílogo

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Deitada na cama observo Júnior enrolar o cigarro com a habilidade que só um viciado tem, a luz do banheiro está acesa e ilumina a cama e parte do quarto.

Ele finalmente acende o cigarro seus olhos castanho amarelados, estão ainda mais claros pelas noites que ele vem passando em claro, apesar de todo consumo excessivo ele ainda se mantém aparentemente saudável, a fumaça que agora começa a preencher o quarto me faz relaxar.

Eu fico o encarando, procurando qualquer semelhança entre Daniel e ele, as covinhas, ombros largos, cor da pele ou mesmo a cor dos olhos, qualquer semelhança pra me agarrar, óbviamente não acho.

Volto a pensar nos nossos planos, lembro de você me dizendo que já era hora de alugar uma casa maior e da minha felicidade porque enfim poderíamos comprar um cachorro, de como você me dizia que eu poderia passear com ele sempre que quisesse, afinal ele seria nosso né? Nosso filhote.

Não posso deixar de pensar em tudo que eu fantasiei em minha mente, e nos planos que realmente fizemos juntos, no que você me prometeu entre beijos e risadas.

Bom, agora tudo isso foi pro ralo afinal, ela estava grávida, eu sempre senti pavor a idéia de ser mãe, ter um ser dependente de você é uma idéia que nunca ne atraiu, sei que seu sonho sempre foi ser pai, coisa que ela se mostrou mais que disposta a realizar, agora vocês dois seriam a família perfeita, numa casa perfeita e eu seria como tantas outras amantes afinal, esquecida com a chegada da criança salvadora da pátria, melhor, do casamento.

Eu nunca poderia competir com ela.

O toque quente dos lábios em meu pescoço me faz arrepiar por completo, eu já nem tenho mais força pra chorar, me viro e encaro Júnior que me da um sorriso amarelo e me da um selinho.

Aprofundamos o beijo, e logo estamos sem roupa a todo momento ele me encara e pergunta se tá tudo bem e é tão cuidadoso comigo, que me pergunto por que eu simplesmente não me apaixono por ele, seria tão mais fácil.

Apesar de tudo foi Júnior quem cuidou de min, quem ficou do meu lado, ficamos quietos um bom tempo eu sentia a mão dele acariciando a lateral do meu corpo e eu tento me obrigar a esquecer, esquecer de tudo, tudo o que poderíamos ter sido e não fomos.

Tudo o que não fomos (Em Revisão)Where stories live. Discover now