Capítulo 6. Quem é Carol?

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   Me aconcheguei junto ao seu corpo suado, deitado com o braço sobre os olhos, respirando profundamente você era simplesmente lindo.

   Não uma beleza de cinema ou estilo play boy, era algo mais desleixado e simples.

   Sim, simples, a palavra perfeita, sua casa, sua vida e principalmente você, nesses meses em que nos falamos pude perceber isso, confesso que foi uma das coisas que mais me cativou.

   Os rapazes daqui eram esnobes e seguros de si, de uma forma, que os deixava mais parecendo crianças mimadas do que homens, evitavam demostrar carinho, não gostavam de muito contato, na verdade, quanto menos conversa melhor. 

   Você não, sempre procurava estar o mais presente possível, sempre perguntava se estava tudo bem e como havia sido meu dia, e isso ia me conquistando ao poucos, você abriu os olhos e sorriu, e lá estavam elas, minhas queridas covinhas.

  _E aí madame?
 
_E aí o que? - falei me virando de bruços e te encarando.
 
_Nada. Tá calada, sendo que tu fala tanto.
 
_Tava te olhando gato.
 
_E ai gostou? - você disse com um sorriso de canto de boca - conteúdo aprovado ?
 
_Mais que aprovado.

   Me inclinei e te beijei sentindo teu peito suado encostando em meus seios.

   Eu acho que foi naquele momento que eu comecei a te amar, digo eu acho, pois hoje em dia percebo que aquele foi um dos melhores momentos que passamos juntos.

  _Bora mulher vai te vestir.
 
_Não, tô com preguiça - falei virando de bruços - deixa eu ficar aqui quietinha.

  _Não vou falar de novo em.

   Senti uma palmada na bunda, que ficou queimando.

   Levantei num pulo caçando meu sutiã e short, enquanto você ria e sentava no sofá.

   Confesso que amei sua expressão quando falei, era quase engraçado você se atrapalhando para se vestir

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   Confesso que amei sua expressão quando falei, era quase engraçado você se atrapalhando para se vestir.

  _Tá doendo - você reclamou, alisando o local da palmada.

    Sentada ao meu lado você se aconchegou, fazendo uma cara que me lembrava uma criança com raiva, passei meu braço ao seu redor, e comecei a te acariciar.

   Após um tempinho, eu já estava quase cochilando e achei que você também morena.

  _Posso ver seu celular? 

   Abri os olhos e você me fitava, com aqueles seus olhos castanhos e curiosos. Porra! E agora? O que eu faço?

  _Tai ô, pega aí - disse jogando o celular ao seu lado.

   Observei enquanto você pegava animada e olhava as fotos, foi passando desde um passeio que fiz na praia, cerca de três meses atrás até as fotos da Carol com umas amigas.

  _Quem é?
 
_Minhas primas e minha irmã.

   Me distrai pensando naquela manhã na praia, sentia saudades, não dela, mais do socego do interior e da minha família.

  _QUEM É CAROL?! - sua frase veio curta e grossa.

  _Ahn? Ninguém porque? - falei fazendo a cara mais sinica que podia.

  _Ninguém é porque tem Niel e Carol aqui? 

   Lembrei que o nome do Bluetooth era esse. Ô vacilo.

   Morena você me encarava furiosa, mais demonstrando uma calma descomunal, mais seus olhos te entregavam morena, e eu confesso que amei te ver com ciumes.

  _É uma menina do interior, que eu ficava de vez em quando.
 
_Exatamente, você ficava.

   Você apagou o nome dela e colocou Niel e Ana, sorri e te puxei para um beijo, que você retribuiu mordendo meu lábio inferior com força, logo pude senti o leve gosto de sangue.

  _Vai arrancar pedaço mesmo?
 
_Se eu souber que tem outra, não te quero mais.

   Seu celular tocou interrompendo o que teria sido uma longa conversa, quem sabe nossa primeira discussão, você atendeu, me olhou e se ajeitou rapidamente e prendeu os cabelos.

  _Eu preciso ir, minha irmã tá doida atrás de min.

  _Tá bem eu te ligo.
 
   Abri a porta e você saiu a passos rápidos da minha casa.

   Sentei no sofá e suspirei, fitei o colchão no chão com os lençóis bagunçados, denunciando o que fizemos ali, peguei o celular e enviei uma mensagem pra Carol.

  "Vou pro interior assim que der, precisamos conversar ".

   A resposta foi rápida.

  " Tá bem meu amor, tô com saudades ".

   Olhei rapidamente e joguei o celular encima da mesa, de repente, ele vibra e acende, olho de relance e vejo a mensagem:

  "Eu te amo".

   Suspiro e fecho os olhos, se eu quisesse mesmo ficar com a Natália ia ter que por um fim nisso.

2 hrs depois.

   Meu celular não para de tocar e eu ignoro as chamadas, meu patrão pode até me por pra fora, mais eu faltaria quantas vezes fosse preciso, pra ficar com a Natália. 

   Começo a arrumar a casa, ligo o som, dobro os lençóis e quando levanto o colchão pra passar a vassoura, escuto um barulhinho e vejo o cordão da Natália, ela tinha tirado quando deitou por cima de min, já que ele atrapalhava o beijo quando ela se inclinava.

   Lembro a primeira vez que à vi, ela vinha descendo a rua de braço dado com Kessy, ela estava com um cordão na boca mordendo o pingente distraída.

   O tio de Kessy trabalhava comigo e tinha nos chamado pra inaugurar a casa nova, enquanto outros caras cheiravam e bebiam, e Magno e o tio de Kessy assavam o churrasco, eu resolvi ir lá pra fora pra fumar, foi quando te vi passar, meses depois conheci o Wedson, pai de Kessy e foi naquela noite, em que eu te vi novamente.

   Quem diria que um dia eu ia ficar com você, quem diria que eu iria me apaixonar por você.

   Juntei o cordão, e pus no pescoço.

   Se nada desse certo entre nós eu queria ter uma lembrança sua.

Tudo o que não fomos (Em Revisão)Where stories live. Discover now