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A exatamente um ano e meio atrás nas redondezas de Caledon - uma pequena área rural a 60 km de Toronto - um grupo de criminosos procurava por uma quantia de dinheiro que supostamente havia sido enterrada entre as pequenas fazendas que compunham a cidade.

Este dinheiro, que se dizia pertencer a uma gangue e foi escondido logo após um assalto a banco, era um dos boatos mais famosos que circulavam pelo local. A probabilidade dele realmente existir era mínima, mas isso não era suficiente para parar aquele grupo de ladrões.

Depois de muitos ataques a moradores locais, os policiais da cidade resolveram pedir a nossa ajuda, e por isso, esse se tornou um dos primeiros casos comandados por mim.

O primeiro cujo qual eu perdi uma vida inocente no processo.

Robert J Thompson. O homem de 56 anos que foi abordado junto a sua mulher Esther, feito refém pelos bandidos, e morto logo em seguida.

Ele possuía uma pequena fazenda de vinho, mel e derivados em Caledon, e vivia sozinho com sua esposa.

Depois de trancar Esther no porão da família, e levar Robert até as suas terras, obrigando-o a escavar em busca do montante de dinheiro, o grupo desistiu e o matou friamente.

Eu cheguei logo depois, quando já era tarde demais. Meu trabalho era unicamente evitar uma próxima vítima, mas eu falhei por completo despreparo.

Desde então eu ajudo Esther com a fazenda, os filhos não poderiam voltar para ficar alí, e ela não conseguiria manter o local sozinha. Por isso, com a ajuda de alguns amigos e pessoas que se voluntariaram, mantemos aquele lugar funcionando, e produzindo renda para Esther.

E é exatamente para lá que estou indo depois de deixar Jungkook em casa.

O caminho apesar de longo, consegue ser tranquilo, e em uma hora - as vezes menos - eu chego no local.

- Minha criança! - Esther se aproxima assim que me avista chegando. Seus olhos brilhantes e cabelos acinzentados, compõem a imagem da pessoa que eu tanto prezo - Eu estava tão preocupada, você não apareceu na semana passada e não avisou ninguém.

Eu deixo minha moto um pouco a frente no portão, e vou logo abraçá-la.

- Tete, eu sinto muito, estive ocupado com o trabalho. - fiz um carinho suave em sua bochecha - Mas eu acompanhei tudo de casa. Michael me passou as informações pelo celular.

Ele me olhou serena e negou repetidamente.

- Tsc. Eu já disse para você não se preocupar com isso. Olha para você! - Me fitou de cima a baixo. - Perdeu peso e está pálido. Você precisa se cuidar, Jmin.

Esther precisou de alguém depois da morte do marido, e eu fui a primeira pessoa que ela viu quando liberta do porão, no fatídico dia. A pessoa que confirmou o que ela já sabia.

E permaneço aqui até hoje.

Eu não poderia tornar esse caso pessoal, deveria manter distância, mas não foi o que fiz, e é exatamente por isso que escondo quem eu sou para a maioria aqui.

- A senhora está dizendo que eu estou feio e acabado, por um acaso? - provoquei, sentindo um leve tapa em meu braço. - Eu estou só sem apetite. Não se preocupe tanto.

Depois de levar várias broncas sobre o meu peso e minha saúde, seguimos até lá dentro. Eu precisava checar a administração e o rendimento do mês, com as vendas das mercadorias produzidas na fazenda.

- Esse mês foi ótimo, aumentamos a demanda, e o mel foi um dos produtos mais requisitados. - observei. - Acho que devemos contratar mais pessoas para ajudar nos apiários.

DISTRITO 111 •Jikook•Onde as histórias ganham vida. Descobre agora