Ótimo amigão.

Dahyun me olha, claramente desconfortável por termos sido largados sozinhos.

— Quer beb...

— Quero! — me interrompe e pega minha mão. Assusto com o toque repentino. — Meu dia foi péssimo.

Ela sai me puxando para o meio da multidão de jovens, rumo à cozinha. Esbarro diversas vezes numa pessoa ou outra pela rapidez que a menina anda. Seguro sua bolsa e ela vai direto abrir a geladeira. Um grupo de meninos terminam de encher os copos e passam por nós.

— Sabe fazer drink com vodka? — assinto, desconfiado. — Maravilha, faça.

Dahyun retira quatro garrafas e as coloca em cima da bancada. Tequila, gim, rum... Ela endoidou?

— Baix...

— Só faz, Jungkook — dá a volta no balcão e senta em um dos banquinhos.

Caralho, a coisa foi feia...

Abro o congelador e encho um copo vermelho de plástico com gelo. Despejo, uma por uma, cada bebida, começando pela vodka. Os olhos da garota me observam com atenção.

— O que aconteceu, amo... — travo. Esqueci desse detalhe. — baixinha? Por que está brava?

Ela bufa.

— Meu pai foi pessoalmente em casa entregar o convite do casamento dele com a amante — revira os olhos. — Teve coragem.

Não consigo imaginar meu pai se casando novamente. Nada tira da minha cabeça que essa mudança de personalidade, foi minha culpa. Ele era um homem completamente diferente antes de perder a esposa. Alegre, brincalhão. Voltaria a ser ou a trataria mal como eu e Haneul?

— Sinto muito — abro a geladeira novamente, dessa vez à procura da coca-cola. Aproveito e cato um copo para mim.

— Não é para "sentir muito" — ri —, é para xingá-lo comigo.

Rio, colocando a coca, e depois, chacoalhando o copo de leve para misturar as bebidas. Entrego em sua mão assim que termino e me sento ao seu lado no banquinho.

— Vou te dar um conselho que aprendi recentemente — ela cheira o copo. — Não guarde rancor dele, não guarde de ninguém. Eu não odeio a Amber, ela foi um obstáculo que eu pude superar e amadurecer. Não preencha seu coração de ódio, aproveite a sua vida e as pessoas que gostam de você. Esse é o importante, entendeu?

Ela sorri, concordando.

— Obrigada, Jungkook.

— Está feliz de estar aqui? Eu meio que te obriguei a vir — tomo um golinho do refrigerante.

— Sim, estou. Ficaria mais, se você desse uma resposta.

Ajeito a postura e a encaro, arrumando uma forma de soltar para fora. Porra, eu não havia planejado para agora...

Jungkook!

Viro de costas. O garoto se aproxima com os braços esticados e me puxa para um abraço. O cheiro de álcool invade meu nariz.

TEXT ME • jungkookWhere stories live. Discover now