Ódio

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Akarui havia acabado de chegar pela manhã, no templo onde encontrava-se as mikos Mahina, Aiko e Yoko; assim como Matsu e sua irmã Hinata que agora moravam no lugar; por último mas não menos importante, Yosen, que estava hospedando-se momentaneamente no local.

O ronin estava com Hinoha e Kurōn em seu obi onde também ficava uma sacola com dinheiro. Ele usava o chapéu cônico de palha e deixava a máscara de raposa no braço direito.

-Senhor Akarui.- Disse Yoko que estava sentada nas escadas do templo.- Ainda bem que retornou. Todos nós ficamos preocupados com você.
-Todos... nós?- Perguntou o Fukushū-sha.
-Sim. Eu, Hinata, Matsu, a vovó. Ah, e também Aiko, ela foi quem ficou mais.
-Por que?
-Por que, o que?
-Porque ficam preocupados comigo. Eu não sou nada para vocês.
-É claro que é. Você, senhor Akarui, é nosso amigo, nos importamos com você.
-Raramente falo com você, e me considera amigo?
-Sim.
-Imagino que deve saber, que eu não sinto o mesmo por você. Não, sabe?
-Isso não é verdade.
-Claro que é.
-Por que sempre mente?
-Eu não estou mentindo!- O homem estava começando a irritar-se.
-Vovó me ensinou como saber se alguém está mentindo. E você está, o tom de voz e expressões são de um mentiroso. Por que, senhor Akarui, por quê? Por que você não diz o que realmente sente? Você tem medo de algo?
-Eu não tenho medo de nada! Sua garota idiota!- Gritou o espadachim.
-Iria se sentir muito melhor se contasse o que esconde!- A menina também começou a aumentar o tom.
-Não iria porquê não estou escondendo nada! E mesmo se estivesse não falaria para você!
-Por que!?
-Porque eu odeio você!

Essas palavras foram como flechas no coração da garota de apenas doze anos. "eu odeio você!" Akarui falou isso apenas uma vez e depois entrou no templo, mas para Yoko essa frase ficou ecoando em sua mente. E isso doía muito. Ela sentou-se novamente nos degraus da escada, colocou a cabeça entre os joelhos, e começou a chorar, tentava fazer isso sem fazer barulho para ninguém a escutar, mas ainda sim emitia som, porém menor. Aquilo a magoou muito.

O aprendiz do falecido Sato Saigo, entrou na sala do primeira andar e deparou-se com Aiko e Hinata. A miko estava trocando o incenso que ficava em pequenos potes espalhados pelo lugar; a irmã de Matsu estava segurando uma tigela com vários incensos, onde a sacerdotisa pegava da tigela para colocar nos potes, e fazer depois o mesmo processo porém ao contrário.

-Senhor Akarui, finalmente voltou.- Disse Aiko.
-Onde está Mahina?-Perguntou o que acabou de chegar no templo.
-Ah, no terceiro andar.
-Rezando?
-Sim.

O ronin deu um longo suspiro após a resposta da miko.


-Então eu falo com ela depois. Estava indo pedir para ela "consertar" esse rasgo.- Ele mostrou a parte de seu kimono que rasgou na última luta.- Não é grande então seria rápido.
-Eu posso fazer isso eu mesma. Quer dizer... se você deixar...
-Você consegue?
-Consigo, sim.
-Tem alguém, neste momento, no quarto onde fico?
-Não tem ninguém lá.
-Então quando acabar o que está fazendo, passe lá para fazer esse favor.
-Cla...claro.
-Olá senhor Akarui! Que bom que voltou. E está bem... está bem, não está?- Perguntou Hinata.
-Claro que estou. Você não está ven...- O homem Por um momento esqueceu da condição da garota.- Me desculpe.
-Tudo bem. Eu não me importo. As vezes até eu esqueço disso.

O ronin facilmente notou que a irmã de Matsu estava tentando ser legal com ele, devido a sem querer falar algo que não deveria. Até porquê, quem no mundo esquece que é cego? Essa resposta da menina portanto não fez sentido e foi apenas para agradar.

-Eu estou indo para o meu quarto.- Falou o portador de Hinoha.
-Tudo bem. Irei logo para lá.- Disse Aiko.

Por mais que tenha dito que iria para o quarto, Akarui foi primeiramente para a parte de trás do templo através de uma porta nos fundos do primeiro andar. Chegando lá, viu Yosen desferindo golpes no ar com sua o-katana Mo-fubuki, fazia isso enquanto conversava com Tokugawa Matsu.

Katanas de SangueWhere stories live. Discover now