Amataresu Parte: 1

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Akarui, andava pelas estradas em direção a Kyoto onde acreditava poder encontrar informações sobre os Katanas de Sangue, ou talvez encontra-los. Ainda faltando certa distancia para a cidade, avistou uma construção próxima à estrada, era um templo xintoísta.

Chegando mais perto, viu que havia cinco soldados do exércitos de samurais vermelhos (os samurais dos Katanas de Sangue usavam armaduras vermelhas), e eles estavam carregando dinheiro e objetos religiosos feitos de ouro. Na porta do templo havia duas sacerdotisas, uma com apenas doze anos e a outra com dezoito, a mais velha estava abaixada abraçando a menor de modo que ela não olhasse para frente, pois havia outra miko (sacerdotisa) a frente delas, essa era mais velha. Quarenta e nove anos. Ela abraçava uma caixa de madeira pequena que havia moedas dentro, um dos soldados estava tentando pegar da mulher, essa que não soltava de modo algum.

-Solte isso agora!- Ordenava o samurai.
-Não! Só temos isso, não podem levar! Por favor!- Disse a miko.

A mulher fazia um escândalo. Com razão. Ela e as demais sacerdotisas viviam quase que inteiramente de doações de fiéis xintoístas, e depois da dominação do exército nas cidades próximas, tem se tornado difícil alguém ter dinheiro sobrando para doações, devido aos impostos pesados.

-Não! Não leve!- A mulher fraquejou por um breve momento, e o soldado conseguiu pegar a caixa.

E como se não bastasse, o samurai desferiu um golpe no rosto da mulher, com o punho armadurado e fechado, no meio da bochecha direita. Fazendo-a cair na grama no mesmo instante. Seus olhos encheram-se de água, mas as lágrimas não caíram de seu rosto.

Akarui viu tudo. Andava na direção dos cinco samurais, seu chapéu de palha cônico escondia seu rosto. As duas sacerdotisas que viram a mais velha cair foram ajudá-la, e perceberam a presença do homem que chegou, e os samurais também perceberam.

-Devolvam o que pegaram!- Disse o ronin olhando em direção ao chão, para o chapéu esconder seu rosto.
-Isso não é problema seu.- Falou um samurai que estava segurando seu capacete nas mãos. Ele Percebeu a katana na cintura do viajante, e segurou o cabo da própria espada com a mão.- Você é algum espadachim por acaso? Por que carrega essa arma?
-Sim, eu sou um espadachim. E também serei a causa da sua morta se não devolverem o que pegaram.- O homem de kimono vermelho deu uma batida de leve no chapéu que caiu para trás ficando nas costas dele, por estar sendo segurando por uma linha no pescoço.
-Saia agora se não quiser morrer!- O samurai aproximou-se do recém chegado para encara-lo de perto, os demais soldados também ficaram em alerta.
-Você poderia repetir?
-Você é surdo? Eu disse para você...

Mais rapidamente que os olhos de todos pudessem ver, Akarui segura sua Hinoha, a arma que um dia foi de seu mestre, pelo cabo e guarda ao mesmo tempo, para não tirar a lâmina da bainha. Ele desferiu um golpe veloz com a espada na parte esquerda do maxilar do samurai sem capacete, foi tão forte que esse golpe quebrou dois dentes e ejetou três da boca do homem. O atingido iria cair de costas no chão, mas conseguiu se mexer de modo que caísse com os joelhos no chão.

Todos presentes ficaram impressionados com o golpe, e imediatamente sentiram a aura assustadora do Fukushū-sha (vingador). Ele então colocou sua katana na cintura e sacou de vez a lâmina. Dois samurais dos quatro ainda em pé, vieram atacar o exímio guerreiro, erro deles pensarem que poderiam derrota-lo. Desferiram ambos, golpes de cima para baixa, usando suas próprias espada, com o intuito de acerta o crânio do oponente, mas esse era muito mais habilidoso que todos ali, foi treinado pelo grande mestre Sato Saigo, um dos maiores samurais da resistência contra os Katanas de Sangue. Segurou firmemente sua espada com as duas mãos, virou na horizontal e ergueu a arma. Os dois samurais usaram toda sua força no golpe, porém foram facilmente impedidos por Akarui que sem muito esforço segurou os ataques com Hinoha.

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