Prólogo

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Há muito tempo. Em meio Japão feudal, na província de Hyōgo. Havia uma vila costeira muito pequena onde todas as pessoas se conheciam, e dentre elas havia um homem específico, que esse sim, era conhecido também fora da vila. Vivia em um palácio e era muitíssimo rico, esse sendo a única pessoa dessa condição a viver no local.

-Himari! Garota, onde você está!?

Dizia essas palavras o homem mais rico e respeitado da vila: Sato Saigo. Era um homem não muito alto; olhos castanhos tão escuros que eram quase pretos; andava sempre com seu cabelo amarrado, que chegava até os ombros quando solto; já tinha por volta de seus quarenta anos de idade e estava na melhor das condições, saudável e muito rico, bastante dessas suas características vinham de ter feito grandes conquistas em batalhas.  

Vários anos antes, era um general respeitado pelas suas habilidades de combate e liderança. Ficou tão conhecido pelo Japão que até mesmo uma lenda foi criada sobre ele. Essa historia ficou muito famosa por muitos afirmarem que ela era real. A lenda consistia na ideia de que Saigo, não apenas lutava normalmente, e sim que a katana que usava, possuía características místicas, e criava chamas gigantes enquanto ele cortava os inimigos. Essa lenda o deixou conhecido como Akuma no Kenshi (Espadachim demoníaco). 

Muitos desacreditavam da lenda.Mas nunca deve-se esquecer-se de que toda lenda possui uma pitada de verdade.

-Himari! Venha logo! Estou cansado de procurar-la!

Saigo estava procurando por aquela que era sua filha mais velha, do meio e também caçula; como alguém pode ser essas três coisas? Simples. Ela era sua única filha.

A filha do samurai, que não mais batalhava, viveu a maior parte de sua vida sendo cuidada por seu pai e por empregadas da casa. Sua mãe, Tae,  infelizmente faleceu no nascimento da garota, sendo assim, Himari, nunca viu sua mãe o suficiente para lembrar-se de como seu rosto era, muito menos como era sua personalidade, a única vez que a viu, Himari tinha apenas minutos de vida, e sua mãe, já estava morta.

-Eu estou aqui pai. -Himari vai até seu pai que lhe chamava dos seus aposentos.- Você poderia me dizer qual o motivo de me chamar, meu pai.

A jovem de apenas dezesseis anos, sempre procurava obedecer seu pai e ter respeito do mesmo. Como ela sabia de seu passado, a ultima coisa que queria era ser um incomodo do presente.

-Quero que você diga para as empregadas não comparecerem amanhã.- Falava Sato Saigo, aquele que outrora já foi um dos mais temidos samurais do país.- E também diga a Akarui que algo muito especial aguarda-o no próximo treino.

Himari andava pelos corredores do casarão, enquanto escutava um leve barulho de chuva que vinha de fora. Nessa noite a lua estava em tom avermelhado, a lua de sangue. Após avisar para as quatro empregadas da casa, ela foi até o quarto de Akarui.

Akarui, um garoto apenas um ano mais velho que Himari, e que era também discípulo de Saigo. O jovem Akarui, era um órfão abandonado depois de perder seus país com apenas cinco anos. Enquanto vagava por uma terra desolada por batalhas, encontrou Saigo, esse que por sua vez traria o garoto para sua casa e faria dele seu aprendiz, ensinando-o suas técnicas de luta com espada e estratégia de batalha em geral. O adolescente tinha imenso respeito por seu mestre devido a isso.

Himari abriu a porta do quarto de Akarui, que estava treinando seus golpes usando uma Bokken (Katana feita de madeira usada para treino). Ele era mais alto que Himari e Saigo; tinha cabelo preto e despenteado com um pequeno rabo de cavalo próximo ao pescoço; possuía uma grande cicatriz nas costas feito por um corte de espada quando era criança; olhos castanho-claro e também sobrancelhas grossas. Andava muitas vezes com uma expressão seria e intimidadora, raramente ficava mais amigável e quando acontecia era apenas com Saigo ou com Himari.

Katanas de SangueWhere stories live. Discover now