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Vários dias depois dos últimos ocorridos, em uma pequenina cidade, com poucos habitantes, cidade essa longe da vila que havia sido incendiada. O local vivia do plantio de arroz. 

Na estrada que levava até a pequena cidade nas montanhas, estava Akarui. Andando com a katana de seu mestre na cintura, e usando um grande chapéu cônico de palha, que o protegia do sol e também bloqueava seus olhos para as pessoas próximas.

Quem também estava na estrada era "Yosen", um homem da altura do aprendiz de Saigo e pouco mais velho que ele, vinha em direção contrária a Akarui. Enquanto andavam, houve um momento onde passaram próximos um do outro, o portador de Hinoha não se importou e apenas continuou, mas Yosen não.

-Ei, espere!- Disse o homem, que nunca tinha visto o ronin.- Você não é desse lugar. Quem é você?

O de chapéu de palha não respondeu e continuou andando.

-Você não vai passar se não me responder.- Disse, segurando Akarui pelo ombro.

O que usava um chapéu cônico parou de andar, virou-se para Yosen, e levantou sua cabeça para poder ver o rosto de quem o tinha feito parar. Esse que, usava um kimono azul-safira com gravuras feitas para parecerem com ondas do mar, na roupa; seu cabelo era cheio e espetado, com a cor dos olhos sendo um azul muito escuro, parecido com o azul do mar. Ele não era qualquer um, tinha a mesma presença intimidadora que Akarui, e mesmo tendo aprendido tudo que sabe sobre combate, sozinho; ainda assim não era alguém para se ignorar.

Em volta da estrada havia muitos bambus, então Akarui quebrou um pedaço usando as próprias mãos, e rapidamente fez três movimentos como se usasse uma espada. E em um quarto movimento, ele rapidamente desfere um golpe que iria acertar o rosto do oponente, mas esse desviou com um rápido salto para trás. O homem com olhos cor de mar, pegou a katana que carregava consigo, mas não a retirou da bainha, ele queria lutar sem precisar da lâmina.

Yosen tenta rapidamente acertar golpes em Akarui, que defende e desvia de todos, e ainda usando apenas uma mão, usa o bambu para golpear seu oponente no topo da cabeça. Isso, o faz perde um pouco o equilíbrio e a parte atingida começa a sair algumas gotas de sangue.

-Você, é dos Katanas, não?- Disse o guarda da cidade distanciando-se um pouco.
-Nunca eu seria de um grupo como aquele.- Respondeu Akarui.- Eu estou viajando pois quero extermina-los.

O homem com olhos cor-de-mar ficou surpreso com a resposta, Akarui tinha a mesma opinião que ele. Mas mesmo assim, estava com o pé atrás nessa ideia, imaginava que seu oponente poderia estar mentindo para ele.

-Prove para mim.- Falou Yosen.
-Essa espada que carrego comigo, eu a usei para matar membros do exercito dos Katanas de sangue.
-Por que deveria acreditar em algo assim?
-Você prefere acreditar nisso ou ficar sem saber a resposta? Não há como te provar isso.

O homem que conversava com o ronin, pensou um pouco antes de responder.

-Vou deixar você passar. Mas se eu ver você fazendo qualquer coisa suspeita, não excitarei em usar isso.- Yosen disse enquanto segurava sua katana.

***


Já na cidade, Akarui andava pelas ruas, procurando algum que poderia ficar por aquele noite que viria em poucas horas, mas não achava lugar algum. Até que, quando a lua já brilhava no céu, ele decidiu simplesmente deitar-se no chão de um beco. Ele não se importava com as aparências disso, mas alguém sim, e esse alguém era uma mulher que o viu ali. Ela estava voltando para sua casa quando enxergou o homem deitado no chão duro e sujo, ela se aproximou dele e o cutucou com o dedo indicador.

-Com licença senhor, o que faz aqui?- Ela falou com uma voz suave.

O ronin que tinha deixado seu chapéu em seu rosto, deixou de ficar deitado e sentou-se. Olhou para a mulher, e ela era muito bonita, sua aparência lembrava um pouco com a de Himari, porém era possível perceber que ela era um pouco mais velha que a filha de seu falecido mestre.

-Quem é você?- Falou Akarui.
-Me chamo "Sakura". Nunca vi o senhor antes por aqui.- Sakura estava confusa com a situação.- Essa cidade e muito pequena, é quase uma vila, todos se conhecem, mas eu não conheço você. Qual o seu nome e por que está dormindo aí?
-Akarui. Estou aqui porque preciso dormir e não me importo onde.
-O que!?- Sakura estava muito surpresa com a resposta.- Até o mais pobre dos mendigos adoraria uma cama se ela lhe fosse oferecida. Você não deve ficar dormindo no chão, quando tem a opção de um futon(colchão)As pessoas aqui são acolhedoras e sempre disposta a ajudar os outros, ainda mais você que deve ter passado por Yosen, o que protege a nossa cidadezinha, ele não deixa pessoas ruins entrarem.

Ele então levantou-se de vez agora. E pegou seu chapéu do chão.

-Venha. Na minha casa há um quarto de visita que você pode ficar.- Falou a mulher.

-Tem mesmo certeza disso? Deixar alguém que nem mesmo conhece entrar em sua casa?

Akarui queria muito um lugar confortável para ficar mas era orgulhoso demais para dizer isso, e também não queria deixar a mulher desconfortável.

-Por quanto tempo vai negar? Eu estou oferecendo de muito bom grado, então por favor.- Ela insistia.

O ronin finalmente concorda com isso e segue a mulher até sua casa. Na frente da casa, ele vê que não é muito grande, é bem simples mas não deixa de ser acolhedora (e melhor que o chão).

Sakura abre a porta de sua casa, deixa a visita entrar e essa quando entra, tem uma surpresa não muito agradável. Ele vê Yosen sentado próximo a uma mesa, e tomando chá.

-Olá querido. Você não diz que devemos sempre ajudar as pessoas? Bem, eu vi esse homem dormindo em um beco, e decidi trazê-lo para nossa casa para poder ter um lugar para ficar.- A dona de casa disse com um sorriso no rosto.

Yosen, que estava com um pano amarrado na testa devido ao seu ferimento, olha para o visitante, levanta-se e diz.

-Ele vai voltar para o beco agora.- Ele não queria alguém tão suspeito, dormindo logo em sua casa.

Nesse momento Akarui percebeu algo, Yosen era casado com Sakura. Depois dessa fala do dono da casa, muita discussão entre o casal começou, ela queria muito ajudar o ronin, e ele não queria de maneira alguma aquela pessoa em sua casa. E depois de alguns minutos disso. Akarui acaba ficando na casa, mas é obrigado a ter que deixar sua katana com o homem dos olhos cor-de-mar.

No quarto dos moradores da casa. A esposa já estava para deitar-se no futon, mas seu marido estava pensativo e andava de um lado para o outro do quarto, enquanto olhava para Hinoha de Akarui, não sabia do poder que havia nela então estava examinando apenas a parte visível da espada, e mesmo sem ser nenhum perito no assunto, pode ver que ela era muito bem feita.

-Querido, venha dormir.- Disse Sakura enquanto tirava seu prendedor de cabelo com formato de flor.
-Não consigo relaxar com ele aqui. Agora me arrependo de tê-lo deixado ficar.- O homem de kimono de ondas começou a coçar a cabeça.

Yosen falava isso, mas suas ações o contradiziam, porque ele já estava guardando sua coisas e indo deitar, com exceção de sua espada que ele deixou perto de si.

-Vai continuar com isso?- Sakura deitou-se e ficou abraçada com seu amado.- Precisa ser mais receptivo com as pessoas, assim como as outras pessoas na cidade são.
-Seria melhor se ele ficasse na casa de outra pessoa.
-Não, não seria porque se você soubesse disso, preferiria deixa-lo perto para sempre ficar de vigia, não é?

Yosen não queria dizer que sim, mas sabia que aquilo dito por sua esposa era verdade.

Katanas de SangueNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ