Aurora, um nome nada convencional para a época, está em sua primeira temporada. Não que ela precise, até porque já está prometida para um marquês, mas sua mãe insiste para que ela tenha a experiência de debutar. Contudo, seu noivo, desde a infância...
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Pedi para que Lily avisasse a mamãe que eu dormiria na casa de Lady Olivia. Eu sabia que o marido da duquesa havia viajado por conta de assuntos de trabalho, ele viajava com frequência. Menti ao falar que a duquesa não gostava de ficar na casa somente com os empregados e acabou chamando-me para dormir lá. E claro eu não poderia recusar o convite de um membro tão importante da aristocracia. Lily assentiu de imediato e entrou na casa.
Chamei o cocheiro e adentrei a carruagem. Já era fim de tarde, então as moças provavelmente estariam voltando para suas casas depois de um passeio. Imaginei que a duquesa também, ela adorava o Hyde Park. O cocheiro guiou a carruagem pela cidade. Em meio a isso eu não conseguia deixar de questionar-me...
E se a duquesa ainda não tiver voltado de seu passeio? Eu provavelmente ficaria do lado de fora. Provavelmente seus empregados me deixariam entrar, mas seria falta de educação ficar na casa de alguém sem ela estar lá.
Olhei pela janela e vi estarmos quase em frente à casa do Conde de Spencer. Eu sabia ser ali, pois, mamãe uma vez havia me dito enquanto voltávamos de um baile na casa de uma de suas amigas aristocratas. Não sei exatamente o que senti no momento em que nos aproximávamos da casa, mas era algo diferente do normal. Então me vi fazendo o que eu nunca faria em sã consciência. Ou talvez a antiga Aurora não fizesse.
— Pare a carruagem! — Ordenei e o cocheiro obedeceu de imediato. — Descerei aqui.
O cocheiro desceu e depois ajudou-me a descer também. O vento frio fez meu corpo tremer.
— Mas aqui não é a casa da duquesa, senhorita.
— Eu sei, mas ela disse que me encontraria aqui e que iríamos em sua carruagem para sua casa.
— Porque não vejo a carruagem dela?
Eu estava ficando irritada com todo aquele interrogatório desnecessário.
— É possível que tenha acontecido algo. Não se preocupe, provavelmente voltaremos na carruagem do conde, irmão dela.
Ele assentiu por fim.
— Não diga nada sobre ter deixado-me aqui. Se perguntarem estou na casa da duquesa. Por favor... Faça isso por mim.
Ele assentiu novamente e saiu na carruagem. Eu confiava em nosso cocheiro. Ele trabalhava em nossa casa desde antes mesmo que Florence e eu tivéssemos nascido, ele era uma boa pessoa. Um pouco curioso, mas mesmo assim uma boa pessoa!
Tomei coragem e me dirigi até a porta da casa. Bati e esperei por longos segundos. O frio fez meu queixo tremer.
Oh, Deus! O que você está fazendo aqui, Aurora? O conde nem deve estar em casa. Ele é um homem ocupado. Se pegarem você sua reputação estará arruinada.
