Não me provoque!

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Moonbyul entrou no escritório e trancou a porta. Por garantia, tirou as chaves e guardou no bolso do short. Hwasa estava sentada em sua cadeira, observando cada passo da platinada. Moonbyul fixou seu olhar sobre a morena, seu corpo quase desnudo, toda aquela imposição, era tudo muito excitante.

— O que você tem de tão importante assim para me dizer que dispensou o cliente? — indagou Hwasa.

A lembrança de Hwasa beijando-o para provocá-la ainda fresca em sua memória tomou seus pensamentos e a mulher permaneceu em silêncio. Seu semblante fechou-se em uma expressão de ódio tão evidente que Hwasa riu. Conseguira atingir o ponto fraco de Moonbyul.

— O gato comeu sua língua? Ou agora você é uma mulher de poucas palavras? — provocou.

Moonbyul andou até o bar, no canto da sala e pegou uma garrafa transparente cujo líquido era rosa clarinho e cintilante. Um cor-de-rosa tão bonito que fazia a bebida ser admirável. O rótulo da garrafa, um pequeno retângulo preto, dizia em letras douradas e cursivas o nome da bebida e a saga a qual a bebida fora produzida. Um belíssimo Mathilda Rosé de 2016. Suspirou por uns segundos olhando a garrafa da bebida antes de finalmente abri-la. Não era uma ocasião especial, e ela não precisava de uma. Apenas desejava saborear um dos mais famosos vinhos australianos, que para alguns nem mesmo um ano de salário pagaria, para outros, como ela, não era tanto dinheiro assim considerando a qualidade da bebida.

Vinhos australianos são impecáveis, talvez os melhores do mundo, muito conhecidos por seu sabor frutífero e sua densidade marcante. E também por serem encorpados, e obviamente, muito saborosos. São extraordinariamente detentores de uma elegância vinícola sem igual. E ela adorava todo o despudor e prazer que a bebida e o sexo entregava-lhe. Era entusiasta desse estilo de vida, e mesmo que poucos conhecessem esse seu lado, considerado por ela mesma como sombrio, ela não fazia muita questão de escondê-lo.

Moonbyul pegou uma taça no armário que havia embutido em seu barzinho, enquanto isso, atrás dela, Hwasa sentou-se na cadeira de da senhorita Byul e a afastou da mesa até que o móvel de rodinhas se encostasse na parede de vidro atrás dela. Se aconchegou e abriu as pernas, de modo que quando Moonbyul se virasse, teria total visão de seu corpo semi-desnudo. Seus cabelos caiam sobre seus ombros e alguns fios depositaram-se teimosamente sobre seus seios.

O silêncio na sala era absurdamente ensurdecedor, o único zumbido que se ouvia devinha da música altamente estrondosa que tocava no andar de baixo da ‘boate’ que faziam as paredes do escritório tremerem mesmo que sutilmente.

Moonbyul depositou o vinho cor-de-rosa-claro da garrafa em sua taça e o encontro do líquido com o cristal soou um tilintar harmonioso e sutil aos ouvidos. Hwasa escorregou uma de suas mãos por sua coxa, em seguida deslizou-a para sua intimidade coberta pelo pano fino da calcinha. Seu coração acelerado, ela nunca havia feito aquilo, e talvez estivesse gostando. Sentiu seu corpo esquentar, uma sensação gélida em seu abdome ao qual ela não sabia explicar o porquê, seus dedos encontraram seu ponto de prazer e ela fechou os olhos enquanto movimentava os dedos. Moonbyul levou a taça a entrada de suas narinas e suspirou querendo apenas esquecer de tudo que acontecera minutos atrás. Querendo encontrar uma forma de contornar toda aquela situação sem ter uma enxaqueca no fim da noite. O cheiro era adocicado. Ela suspirou e desceu a taça de forma que conseguisse ver o líquido dentro, balançou levemente vendo o vinho chacoalhar-se dentro do recipiente e finalmente levou a taça fina de cristal aos seus lábios, bebeu finalmente. E deram-se alguns segundos para saborear, de olhos fechados.

Hwasa mordia os lábios, sentia o êxtase em seu corpo, mas não queria gemer, não até a outra vê-la. Moonbyul virou-se calmamente, seus olhos encontraram o de Hwasa. Hwasa não sabia o que fazer, e apenas continuou, delicadamente afastou a calcinha para o lado e molhou os dedos na boca, levou até sua intimidade novamente e continuou estimulando seu ponto de prazer. Seus olhos fixos nos de Moonbyul, que, estava tão sem reação, e, ao mesmo tempo, tão estranhamente excitada que apenas se manteve no mesmo lugar, observando de longe e sentindo o calor de seu corpo entregue aquilo. A tensão sexual pesou no ambiente, elas sentiam-se entregues uma, a outra. Mesmo sem se tocarem. Mesmo sem saber onde aquilo levaria. Mesmo que aquilo, em algum momento fugisse ao controle das duas. Elas queriam.

Between Us || HwabyulWhere stories live. Discover now