Between Us || Hwabyul

O telefonema!

— Senhorita Moonbyul? Aqui quem fala é o doutor Joshua Oh. Receio ter boas notícias sobre o tratamento do Sr. Harrison. 

— É um alívio escutar isso. Bom, e qual seria o tratamento adequando? 

— Estive recentemente com um amigo oncologista que está desenvolvendo um tratamento paleativo e talvez o Sr. Harrison se encaixe. Vale ressaltar que está em fase de teste e que talvez possa piorar o quadro dele. Temos outro problema…

— E qual seria? — seu tom sério.

— Bom, o tratamento atualmente acontece na Argentina, e a médica que cuida do Sr. Harrison, Doutora Yuna, não permite a viagem por ser tão longa.

— Entendo. Conversarei com quem for necessário. No momento estou viajando a negócios, mas estarei de volta em breve. Passo no seu consultório assim que possível, obrigada! — disse em tom seco e desligou o telefone.

Moonbyul não saberia começar o seu dia sem um bom banho, mas estava estressada demais para pensar em qualquer coisa racional naquele momento. Foi até a cozinha conferir se Rebecca ainda estava lá, era crucial que não fosse interrompida nas próximas horas. A ex namorada havia ido embora, mas a sujeira do que havia acontecido não se limparia sozinha. Enviou uma mensagem para Chloe dizendo que ela devia trabalhar hoje somente depois do horário de almoço. Com o pano de prato já sujo ela limpou as gotas de sangue no chão e enrolou a colher suja neste jogando-os na lata de lixo com tanta frieza quanto a da excursão de seus atos deploráveis com a pobre moça.

Enquanto isso, em Seul.

— Aquela vadia não vai foder conosco, eu assumirei, sim, a porra desta empresa nem que seja a última coisa que eu faça! — disse.

— E como fará isso, senhor? 

— Ela nunca está aqui para administrar a empresa, e é por isso que está uma completa bagunça. Ora, bolas! Uma mulher assumindo o negócio de família, o legado desta empresa virou uma piada — disse caminhando. — Por outro lado, eu sempre estive aqui, acompanhei o crescimento desta empresa, não deixarei uma puta louca foder com tudo, afinal, eu sou a pessoa que deveria ter desde o início assumido esta empresa, e o farei em breve. 

— Interessante. Pergunto-me como você dará um golpe, e se não tem medo do que ela pode fazer, ela vem ganhando fama no país, não será fácil, derrubá-la e… — foi interrompido por uma gargalhada alta e medonha.

— Estamos falando de uma mulher. Você acha mesmo que uma mulher será superior a mim, melhor, a nós? Quando ela voltar estaremos no poder. Aliás, temos que descobrir o porquê dela viajar tanto, trate de resolver isso para já! 

— Sim, senhor! Aviso-te assim que souber de algo — respondeu sereno e saiu da pequena sala deixando apenas o robusto e mediano homem pálido e de barba e cabelos tão brancos quanto a sua pele. 

O homem sentou-se em sua poltrona e respirou fundo apreciando o que estaria por vir. Olhou para o seu reflexo no notebook aberto sobre a mesa a sua frente e começou a rir maldosa e compulsivamente.

[…] 

De volta a Nelson…

Do outro lado do mundo o céu estava negro e a chuva torrencial caia como farpas. O céu farto com nuvens roxas iluminado apenas por ramificações de claridade vindas dos relâmpagos. O céu cantava com o vento forte e o som dos trovões que rasgavam a noite. Na Scorpions o clima diferia, pois, a luxúria borbulhava lá dentro. O ar estava abafado com o suor dos corpos, as mentes frenéticas com tanto ‘show’ de luzes e fumaça. O palco bem iluminado mostrava os corpos das ‘strippers’ sensualmente ao ponto de enlouquecer os homens que endeusavam suas curvaturas.