três

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Passo o desodorante mais uma vez, já havia passado mas desta vez é apenas uma garantia. Bufo me sentando no sofá, aguardando ansiosamente por Renan. Enquanto isto acontece, ensaio minhas palavras, tudo o que preciso dizer ao mesmo. Mamãe já havia saído de casa, o tédio toma conta de cada centímetro do meu corpo.

Após longos minutos ouço a voz de Renan. Corro para me olhar no espelho mais uma vez. Abro um sorriso para conferir, tudo ok. Ajeito meu óculos e respiro fundo.

Renan nunca se importou com sua aparência, por tanto não apareceu muito arrumado. Independente de qualquer coisa, ele continua lindo para mim.

Renan nunca se importou com sua aparência, por tanto não apareceu muito arrumado. Independente de qualquer coisa, ele continua lindo para mim.

— Pô, cê tá muito linda — Elogia ao me ver.

Fecho o portão atrás de mim e abro um sorriso como agradecimento. Provavelmente estou corada demais.

— Vamos?

— Vim de moto, tem problema? — Indaga.

— Não. Quer dizer, nunca andei em uma.

— Eu sei — ri — se tudo sobre você, branquinha.

Renan me ajuda a subir na moto. Pareço mais uma vara verde e totalmente desajeitada. Me ajeito sob a mesma e seguro em sua cintura.

Céus, como esperei para estar junto a ele desta forma.

Estudamos juntos por alguns anos, ele sempre me olhava, sempre tive certeza de que ele era apaixonado por mim, tal como eu sou por ele. Nos aproximamos por um tempo, mas eu sempre fui muito tímida perto do mesmo. Talvez por esse motivo ele nunca tenha se declarado a mim.

Chegamos ao trailer onde iríamos tomar açaí. Ele mandou eu me sentar enquanto iria pedir, perguntou o que eu queria como acompanhamento do açaí. Faminta como eu estava, pedi tudo.

— Ela vai trazer pra nós — Alerta se sentando ao meu lado.

O cheiro do sabonete em sua pele, era terrivelmente maravilhoso. Desperta minha imaginação fértil.

— Sempre quis te chamar para sair. — Pronuncia — mas tu sempre foi inteligente demais, eu sou burro.

— Sabe que isso não tem absolutamente nada a ver, né? Não é desculpa.

— Você é muito bonita, cara. Os moleques sempre tentavam contigo e nunca conseguiam, por que eu iria?

Não há palavras para descrever o que sinto neste momento. Felicidade, talvez.

— Sempre gostei de você. — Confesso me aproximando.

Não sei de onde tirei tanta coragem. Acho que foi os anos ensaiando.

— Eu não sabia.

— O que me deixou mais apaixonada foram as rosas. Você é incrível!

Antes que ele pudesse responder eu avanço um pouco mais. Renan entende o recado, abre um sorriso e leva sua mão a minha nuca.

Consegui. Eu estou beijando o cara que sempre fui apaixonada. Não sei o que é beijar bem, mas com toda a certeza ele beija melhor que eu. Paramos de nos beijar quando a moça chega com nossos pedidos. Meus olhos não conseguem encara-lo de forma alguma.

Renan fazia piadas, cantava e me fazia rir apenas para ver meus dentes sujos com açaí. Evitamos o máximo falar sobre meu pai, ele sabe tudo o que passo e não gosta. Quando deu oito da noite ele me levou para casa, estou preocupada com minha mãe.

— Sua mãe tá em casa? — Pergunta sereno.

— Não. Ela foi na casa de uma amiga.

— Quer que eu entre pra ficar mais um pouco contigo?

Assinto mesmo sabendo que isto seria completamente errado.

Só dei conta da burrada quando Renan está em cima de mim, sem camisa. Ambos deitados ao sofá, com a respiração ofegante. Nunca cheguei aos finalmente com um menino, sempre ficou no bom e velho beijo.

Quando penso em dizer algo, seu dedo percorrer minha barriga, entrando por dentro de meu short. A sensação é boa, até seu dedo me penetrar. Me sinto incomodada.

Deus, o que estou fazendo?

Meu coração estará acelerado demais. Eu quero continuar mas estou com tanto medo.

— Que foi? — Ele pergunta.

Notou meu nervosismo.

— Eu estou com medo — Confesso — nunca fiz isso, Renan

— Tô ligado. Só relaxa. Eu gosto de você, e você gosta de mim. — sorri — não vou te machucar, prometo. Se não quiser a gente para.

Seu sorriso foi capaz de me fazer mudar de ideia mas não de retirar minhas inseguranças. Como ele sabe que nunca fiz isso? É tão óbvio assim?

Estávamos nus, minha mente tenta capturar o máximo deste momento único. Além de tentar amenizar o constrangimento por não estar depilada.

Não posso dizer que foi como nos livros que passo o dia a ler. Foi horrível, insuportável devo dizer. Mesmo após romper meu hímem ele permanece parado. Meu corpo se retrai, parece querer expelir seu membro

— Renan...eu não quero mais! — aperto meus olhos tentando controlar a dor de alguma forma — Da doendo demais.

Sua respiração pesada bate contra meu pescoço.

— Porra... — murmura — mas já foi.

— Eu não quero mais, por favor.

O homem sai de dentro de mim, de maneira delicada e se senta. Ele está frustrado. Solto um suspiro e pego meu vestido rapidamente. Estou morrendo de vergonha. Termino de me vestir rapidamente, Renan faz o mesmo, ambos em silêncio.

Quando vou me retirar para ir ao banheiro ele segura meu pulso.

— Relaxa, tá? Isso é normal.

Meu nariz arde. Contenho o choro.

— Desculpa, Renan. Eu não sou boa para essas coisas. Sou virgem ainda

— Você era.

— Eu não...eu não sabia. — Digo um pouco assustada com a ideia.

— Você já perdeu, morena. — Ele se aproxima e beija meus lábios — eu fui seu primeiro. — Diz convencido.

— Não fala assim. — Peço rindo. — Vou ao banheiro.

Eu sinto uma enorme vontade de urinar, algo estava saindo de dentro de mim. Quando desço minha calcinha vejo sangue. Isto é normal, já li sobre e Raquel já havia me explicado.

Raquel.

Ela vai pirar quando souber.

— Você já é mulher — Digo para mim mesma — Meu Deus, eu dei minha menina! — completo um pouco desesperada.

Minha mãe vai comer meu fígado com batatas. Caramba, minha mãe...Ela já deve estar a caminho.

Saio do banheiro e vou em direção a sala. Renan estava mexendo em seu celular. Meus olhos percorrem seu corpo e noto o volume em suas calças.

— Tenho que ir. Vou ficar no plantão hoje — Alerta desanimado — já tem celular?

— Não. Eu não ligo muito para essas coisas.

— Vou ver se resolvo isso. Preciso falar contigo, pô — Renan se aproxima e me beija. — me leva no portão?

Assinto.

Ele se despede com um beijo, sobe em sua moto e vai embora. Não demora muito para que eu vejo minha mãe aparecer, junto a um homem.

Entre Rosas -(DEGUSTAÇÃO) Where stories live. Discover now