CAPÍTULO XXII

2K 354 179
                                    

22

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

22. Uma cama, dois corpos.

Naquela noite não voltamos para nossas casas, passamos todo momento grudados um no outro e conversando sobre qualquer coisa interessante para ambos os lados, falamos de músicas, livros e Jared me explicou diversas teorias sobre a morte de Van Gogh. Ela parecia fascinado pelas suas próprias palavras, ou talvez pela capacidade de raciocinar a ponto de montar algo tão bom para ele.

Não me recordava de suas últimas palavras, no entanto me lembro de deitar a cabeça no seu ombro e adormecer. Meu corpo amanheceu dolorido no dia seguinte e sobretudo, peguei um resfriado por toda neve que caíra sobre nossos corpos.

Ouvira um sermão do papai quando me viu debater os queixos e abraçar meu próprio corpo pela manhã. Pela primeira vez em todos os meus dezessete anos eu estava de castigo, no entanto não me importei com punição – não sair de casa por um mês, a não ser para a escola, e a retirada do meu celular –, meu maior problema era o olhar repreensivo do papai sobre mim, e não era apenas sua reprovação que me fazia sentir horrível, Rob parecia desapontado, acima de tudo. E eu odiava desapontar os meus pais, independente do que eu faça.

Como castigo divino, passei doze horas do meu dia ardendo em uma febre de 38° graus. E mesmo frustrado com meu comportamento da noite anterior, papai cuidou de mim. Por pouco ele não colocara a comida na minha boca, no entanto seria extremamente vexaminoso.

Passei dois dias seguidos em repouso, sendo consumida pelo tédio e engolida pelas quatro paredes do meu quarto. Sentia uma enorme vontade de falar com Jared, perguntá-lo se estava bem, se seus pais também o castigaram ou se também pegou algum resfriado por causa do tempo congelante de Connecticut. No entanto, eu apenas o veria quando estivesse completamente melhor.

Eram oito horas da noite quando papai saiu para trabalhar e de novo, eu estava sozinha perambulando pela casa, vestindo o meu pijama de coelhos rosa e minhas pantufas que se encaixavam como uma luva com o look, ainda mais por ter o mesmo animal fofinho como estampa.

Surpreendi-me quando ouvi o som da campainha soar pelo espaço vazio da minha casa. Dei uma rápida espiada pela olho mágico, e avistei o Jared encapuzado e um tanto inquieto com as mãos no bolso do moletom preto. Pisquei algumas vezes, com medo de ser traída pela minha grave miopia, no entanto, ao que parecia eu não estava errada. E, consequentemente precisei colocar meus óculos para ter a absoluta certeza que realmente Jared estava na porta da minha casa.

Abri a porta para o garoto, que sorriu jubiloso ao meu ver. Ele tirou as mãos do bolso e ainda sem dizer nada continuou a sorrir. Eu também estava radiante com sua visita repentina, jamais imaginara que alguém me faria uma visita especial.

— Você também pegou um resfriada? — questionou ele, deixando o seu sapato no tapete da porta. 

— Hm… Não precisa tirar. — no entanto, ele já havia os tirado do pé, ficando apenas de meia. — E sim — dei um fraco sorriso antes de continuar. —, infelizmente acabei ficando resfriada. 

RUDIMENTAROnde as histórias ganham vida. Descobre agora