CAPÍTULO III

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3. O novo membro do clube.

Naquela noite, demorei horas para dormir, estava sendo difícil acreditar que meu espaço havia sido invadido por um garoto problemático, entretanto o mais complicado de assimilar era como eu fui tão debilmente induzida a assinar um papel sem lê-lo.

Na sala do diretor tive alguns pensamentos malignos, mas nenhum deles seriam postos para frente. A mínima coisa feita para o Senhor Crowns poderia causar um tremendo alvoroço estadual contra minha família, tendo em vista várias consequências para mim; suspensão, expulsão ou qualquer coisa que manche meu impecável histórico escolar.

Antes de entrar para a primeira aula do dia, agendei com a secretária do diretor uma reunião, como se realmente eu fosse alguém importante naquela escola. Depois de toda insistência, a mulher deu-se por vencida e arranjou um horário para a Senhorita Campbell após o intervalo – aquele era o sobrenome de solteira de minha mãe e eu amava ser chamada assim, me lembrava os dias em que Nancy estava comigo em Nova York, lá eu era considerada uma pequena versão da mesma –.

Desde então, passei todos os seguintes horários empolgada, talvez nervosa, com o que deveria sair dos meus lábios para o Senhor Crowns, no entanto todas essas emoções não me deixaram pensar – e repensar – sobre os óculos gatinho em meu rosto. 

Quando o último sino avisando a hora do intervalo soou, fui o mais rápida possível para a sala do clube de jornalismo. Era o meu local preferido de toda a escola e onde eu adorava passar cada parte da pausa estudantil, sem interrupções, sem barulhos, havia somente uma parede descascada – o que era ruim – e eu saboreando um pudim feito pelo meu pai.

Atenta, terminei o meu lanche antes da pausa chegar ao fim e sem demoras prossegui para a entrada da direção. Um minuto foi o tempo suficiente para o Senhor Crowns abrir a porta e me receber, enquanto movimentava suas mandíbulas para mastigar sua refeição.

— Estou a ouvidos. — ele disse sem me encarar, sentou-se em sua cadeira giratória e segurou sua xícara de café, levando-a para seus lábios carnudos.

— Eu não quero que — busquei em meu cérebro o nome do senhor piedade, mas nada veio a mente e eu não diria o seu apelido para o diretor. —, que aquele garoto faça parte do clube. — me sentei bem a frente do Senhor Crowns e sem algum entusiasmo, ele me encarou. 

— Não complique as coisas, Forbes. — Ele citou o meu outro sobrenome, o qual pertencia ao meu pai. Deixou a xícara na mesa e endireitou sua postura, aquele simples ato fez meu cérebro travar, o homem à minha frente poderia muito bem me retirar das atividades do clube, eu era uma peça em seu tabuleiro de xadrez. — Jared Patterson cometeu um erro e não sabemos o real motivo, porém ele seria expulso de qualquer maneira, com motivos ou sem motivos. — balancei a cabeça com curiosidade para que o Senhor Crowns continuasse. —  Decidimos que seria melhor uma punição maçante para ele. — uau, aquilo me ofendeu e não deixei de demonstrar o sentimento em meu rosto. — Quem sabe ele goste do clube e diga para você o motivo da brincadeira, ou até mesmo entre na linha.

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