CAPÍTULO XVII

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17. Bolsos do meu suéter.

Eu possuía menos de uma semana para entregar a famigerada matéria que me levará a Nova Iorque para o Senhor Crowns, pois minhas notas eram excelentes e se dependesse só delas, eu não me preocuparia tanto. No entanto, ainda faltavam alguns ajustes e um pouco mais de informações para bater a meta de quatro mil palavras. Era um avanço e tanto para alguém dentro de uma bolha de bloqueio de escritor. Na verdade, não. Eu não estava tendo dificuldade na hora de transportar todas as palavras para o papel, o meu problema era deixar minha insegurança, indecisão e minha preguiça falarem mais alto do que o meu objetivo.

E por momento havia um pedra no meio do meu caminho. Faltava mil palavras para serem levadas para o notebook, no entanto eu não fazia ideia de como consegui-las e sobretudo estava em falta algo para fechar a matéria com chave de ouro; um relato verdadeiro e pessoal sobre alguém que já sofrera qualquer tipo de dano com tal assunto. Pensei que eu poderia ser a dona dos fatos, no entanto a única coisa dita por mim seria sobre as mãos asquerosas de Kurt Ramona me tocar sem minha permissão. Por mais que o meu coração pulsasse de raiva para escrevê-lo, minha consciência dizia "não". E ela tinha razão, não era uma boa ideia relatar algo pessoal no meu artigo, assim a matéria se tornaria um desabafo nada profissional e as pessoas me olhariam como se a qualquer momento minha próxima informação será sobre meu nível alto de miopia.

Por volta das duas horas, mamãe atrapalhou minha tarefa com uma ligação repentina e pela sua voz histérica, encontrava-se muito animada. E por um lado foi bom manter uma conversa normal com Nancy depois do furo de Natal. Mas eu não podia negar que passar a famigerada data longe da minha mãe fora um baita alívio, seria bem pior se ela não me falasse de sua afilhada e sim esfregasse Elizabeth como uma jóia polida na minha presença.

Como papai diria agora; Há males que vem para o bem. E ele não mentiu quando o disse, por exemplo Jared fez algo travesso com nosso patrimônio escolar e com isso, sua punição era participar da atividade extracurricular mais enfadonha de Storm Hills. No fim, estamos recebendo coisas boas juntos e o mais importante; a companhia de um e do outro.

— Você está me ouvindo? — mamãe chamou minha atenção e recebeu um único, esperto e falso sim da minha parte, eu sequer sabia o rumo da nossa conversa. — Acabará tudo bem.

— Ah, claro que vai — mordi a parte interior da minha bochecha antes de questioná-la sobre o que estávamos falando e ela me respondeu no mesmo instante, como se soubesse que eu não ouvi nada do que saíra de seus lábios. — Você vai me ligar no ano novo?

— Sim. Então não durma, por favor.

Não era novidade alguma que mamãe não iria me ligar, em todas as datas era sempre a mesma promessa e no fim as desculpas para não serem cumpridas se renovavam. No entanto eu ficaria acordada no último dia do ano, não para esperá-la, seria perda de tempo, mas sim para terminar minha matéria e entregá-la para o Senhor Crowns antes que o prazo acabe.

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