CAPÍTULO XI

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11. Um dia chuvoso.

No dia seguinte, Jared apareceu no clube de jornalismo, entretanto não me rendeu alguma palavra a não ser um gelado e monótono bom dia. Eu não esperava somente um cumprimento e vê-lo deitado sobre a carteira fingindo estar dormindo – percebi pelos músculos das pálpebras que mexiam às vezes –, queria que Patterson me dissesse sobre seu fim de semana, até mesmo se aceitou o encontro com a atendente da sorveteria ou sobre qualquer coisa que mandasse embora toda nossa tensão. Sentia pena de mim mesma por pensar que éramos amigos ou que estávamos criando um vínculo entre duas pessoas que precisam se acostumar uma com a outra.

Jared se remexeu na carteira e um suspiro cansado escapou de seus lábios antes de se levantar para pegar sua garrafinha de água. Ignorei o garoto, enquanto passava algumas anotações para o meu caderno de cálculo, mas era impossível não manter contato com apenas o som da água sendo engolida por ele. 

Olhando para o seu rosto desinteressado e olhos marrons focados no nada, me questionei se naquele dia, o qual saímos juntos, Jared notou o relógio no meu pulso ou se imaginava a onde eu o perdi. Por total impulso deixei as palavras saltarem de meus lábios e pela primeira vez no dia ele sustentou o seu olhar cansado para mim.

— Não me lembro. — apenas me respondeu, deixou a garrafinha sobre a mesa e sem mais alguma palavra Jared se retirou do pequeno cômodo.

Eu sabia que o comportamento de uma pessoa se baseava nas nossas atitudes com ela, mas o que eu fiz para Jared não querer me olhar, me ouvir e tampouco conversar comigo? Estávamos tão bem três dias atrás, tanto que ele colocou uma foto minha como papel de parede do seu celular, por qual motivo tudo mudou tão de repente?

Alguns minutos se passaram e nada de Jared voltar para o cômodo, no entanto ele voltaria qualquer hora, pois deixou todo seu material, sua garrafa de água e o celular na sala do clube. Olhando para o teto da sala, criei uma nova nota mental; nunca crie expectativas, elas são um banho de água gelada em um dia de inverno.

Por hora, eu queria estar em casa lendo um livro ou assistindo algo pelo novo notebook, mas não fazia ideia de quanto tempo ainda faltava para as atividades extracurriculares chegarem ao fim, pois meu celular estava em casa, o meu relógio desapareceu e no clube não havia qualquer outra coisa que marque a hora, a não ser o samsung de Jared. Por curiosidade, peguei o aparelho telefônico sobre a mesa e a primeira coisa vista pelos meus olhos era a mesma fotografia de sexta-feira passada, isso mostrava para mim que ele não estava bravo – pelo menos comigo – e que talvez esteja passando por um dia ruim.

Com isso um suspiro escapou dos meus lábios e enfim pude me concentrar de verdade nos meus deveres.

Com isso um suspiro escapou dos meus lábios e enfim pude me concentrar de verdade nos meus deveres

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