𝐓𝐰𝐢𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭-𝐅𝐢𝐥𝐡𝐚 𝐝𝐚 𝐋𝐮𝐚

26.| Uma péssima notícia

✰*.:｡𝑪𝑨𝑷𝑰́𝑻𝑼𝑳𝑶 𝑽𝑰𝑵𝑻𝑬 𝑬 𝑺𝑬𝑰𝑺✰*.:｡

─✧𝖺 𝗏𝖾𝗋𝗒 𝖻𝖺𝖽 𝗇𝖾𝗐𝗌⚘ˎ'-

Jade tentava processar as palavras que acabara de ouvir.

E então, ela pensou: por que coisas ruins acontecem com pessoas boas?

Com tantas pessoas no mundo, por que tinha que acontecer com ela?

E diante dessas reflexões, Jade descobriu mais uma coisa sobre si mesma. Ela não sabia lidar com a morte.

As lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto, enquanto olhava para um ponto fixo do chão e refletia o que tinha acontecido nos últimos cinco minutos.

"Uma semana. Talvez duas."

Isso martelava em sua cabeça, lhe causando dor e angústia.

Ela estava sentindo uma sensação tão ruim em seu coração, que era como se alguém estivesse o pisoteando várias vezes.

Ela se alertou novamente quando ouviu seu nome ser chamado algumas vezes. Gilbert estava de frente pra ela, a sacudindo pelos ombros.

—temos que falar pra ela.—Jade se esforçou para dizer alguma coisa.

Gilbert afirmou. Jade secou suas lágrimas, no que não adiantou muita coisa, já que tinha uma cara de choro eminente em seu rosto.

—desculpe o barulho.—Gilbert disse assim que bateu na porta e os dois entraram no quarto.—o Bash já está resolvendo.

—bom, médicos em treinamento, podem traduzir para mim? O médico disse que eu tenho uma coisa chamada sepse? O que é isso? Qual é a cura?

Gilbert puxou a cadeira, se sentando ao lado da cama. Jade obrigou suas pernas a se moverem, ficando ao lado dele.

—sepse é um tipo de infecção.

—era o que eu temia. Mas é contagioso?

—vamos ficar bem.—ele responde.

—já é um alívio. Mas ele vai voltar com algum remédio? E quando? Cansei dessa cama, e preciso cuidar da ceia.—ela sorriu.

Gilbert parecia cada vez mais sem palavras pra dizer. Sua mandíbula travou, começando a deixar Mary preocupada.

—Mary, ele não irá voltar.—o garoto finalmente disse.

—sei, tenho que esperar passar então. Em quanto tempo acham que eu vou começar a me sentir melhor?

Aquilo estava corroendo Jade por dentro. Ela fechava as mãos com tanta força para poder conter o choro, que suas unhas começavam a cravar sua carne.

—eu...—Gilbert começou, dessa vez sem nada pra dizer.—eu sinto muito, Mary.

Então sua ficha caiu. Mary se virou para Jade, apenas para encontrá-la com seu rosto cheio de lágrimas.

—vocês tem certeza?—ela perguntou, com a voz chorosa.

—não há nada que possamos fazer.—ele respondeu, cansando-se de segurar o choro.

Sebastian entrou no quarto, ele não tinha expressão nenhuma. Ou talvez tinha, mas que não poderia ser identificada naquele momento.

—eu preciso ver a Delphine agora.—Mary pediu.

—Jade, Gilbert, podem buscar nossa filha?—Sebastian pediu.

—vamos.—Jade murmurou para Gilbert, o puxando pelo pulso.

Deixaram os dois no quarto, então indo para a cozinha. Jade se sentou na cadeira, assim ela podia chorar, não queria fazer aquilo na frente de Mary.

Gilbert se abaixou ao lado dela, tirando as mãos da garota de seu rosto, secando algumas lágrimas com o polegar.

—eu não acredito que nós não podemos fazer nada.—ela diz em meio ao choro.—eu não aguento só ficar assistindo ela morrer.

Ele não tinha o que dizer. Jade tinha tirado as palavras da boca dele, e Gilbert não tinha o que dizer. Apenas envolveu a menina em seus braços, deixando-a chorar.

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Gilbert tinha ido buscar a Delphine, enquanto Jade tinha ficado na casa. Ela organizava a cozinha, ela queria fazer alguma coisa útil.

Matthew e Marilla chegaram de carroça, trazendo a pequena bebê. Disseram que Anne e Gilbert já estavam vindo.

E quando finalmente chegaram, Mary disse que queria conversar com Anne. Jade ficou de pergunto o que seria o assunto das duas, mas ficou na sua. Gilbert ainda estava muito pra baixo, sentado a mesa sem dizer uma palavra.

Jade iria se aproximar pra tentar confortar o menino, quando Anne entrou no cômodo, alegando que Mary queria falar com os dois.

Meio relutantes, eles então entraram no quarto. Mary estava sentada em uma poltrona com Delphine em seu colo.

Se sentaram na cama, de frente para Mary.

—Sebastian vai buscar o padre, e vamos fazer o batizado da Delphine.—ela diz.—vamos ver se conseguirmos fazer ainda hoje.

—vai ser ótimo.—Jade tentou forçar um sorriso.

—e eu tenho um pedido a vocês. Que cuidem bem da minha filhinha. Sei que o Bash vai dar conta, mas quando ele está de luto ele não raciocina muito bem.—ela riu soprado.—então por isso que peço, confio a Delphine a vocês.

—Mary, você não precisa nem pedir. Claro que vamos cuidar dela.—Gilbert lhe assegura.

—e tenho mais um pedido. Anne me deu a sugestão de escrever cartas a ela. E eu vou fazer isso, escrever dezoito cartas. Uma para cada ano que ela completar até a maioridade. Eu preciso que se certifiquem de dá-las a Delphine.

—isso é muito lindo, Mary.—Jade diz, tentando não se emocionar.—não se preocupe, vamos entregar todas as cartas.

—eu amo muito vocês dois, e sei que vão cuidar bem da minha filha. Mas eu também quero que cuidem de vocês mesmos. Não estarei aqui pra presenciar a formatura de vocês, ou pra ver os seus filhos correndo por essa casa.—ela sorri, dando uma alfinetada em Jade, mas que foi percebida por Gilbert, fazendo ele dar um sorriso.—mas eu já tenho tanto orgulho de vocês dois. Serão dois médicos maravilhosos, disso eu garanto. Fizeram tanta diferença na minha vida. Vocês cuidaram tanto de mim e do Bash, que eu não sei como lhes agradecer.

—você não tem que agradecer, Mary. Nós também te amamos muito, e fizemos tudo o que foi feito apenas pra ver a sua felicidade.

—acho que nunca tive amigos tão queridos.—lágrimas escorreram pelo seu rosto.—vou sentir falta disto. Do Bash resmungando e de vocês discutindo. Foi o que me manteve firme por um tempo, foi o que me manteve feliz.

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Perdão por não postar esses últimos dias amores da minha vida, mas vou ver se consigo adiantar os capítulos perdidos ainda hoje.❤️

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