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L I Z 

Depois de deixar a vigia do portão e ajudar nas coisas da cozinha eu caminhei até a casa. Retirei meus sapatos sujos de barro do lado de fora e abri a porta da cozinha. O filho de Rick e uma garota estavam parados dentro da cozinha e tinham uma das minhas cartelas de remédios em mãos. 

- O que estão fazendo aqui? - questiono deixando os sapatos caírem no chão próximos aos meus pés.  - O que estão fazendo aqui?

A garota deixou um sorriso fraco escapar e devolveu a cartela para a bancada de pedra no meio da cozinha. Ela deu dois passos para frente e sorriu largo. 

- Sou Enid! Amiga do Carl. 

- Não me importo, sobre quem você é. Eu quero saber o que estão fazendo na minha cozinha?

- Vim trazer minhas coisas pra cá e estávamos procurando alguma coisa para comermos. - ele diz, dando passos à frente. - Vamos morar juntos agora! 

Ele tinha uma postura e fala debochadas, como se não se importasse com aquela merda toda ou apenas estava fazendo aquilo para me irritar.

Reviro meus olhos e aperto meus pulsos. 

- Não vamos morar debaixo do mesmo teto. Você vai sair daqui agora, vocês dois. Vocês tem 5 segundos.

Passo por eles e subo para o quarto, batendo a porta e retirando minha blusa suja. Encaro o buraco da bala e passo meus dedos sobre o mesmo, sentindo o ardor do ferimento. 

- Você vai ter que me aguentar. - o filho de Rick diz abrindo a porta do meu quarto. - Fui contratado para ficar de olho em você, para não precisar gastar mais nenhum dos recursos da enfermaria de forma descontrolada. 

- Olha aqui - jogo minha blusa no chão e caminho até ele com meu tronco semi-nú - Eu não preciso de babá. Não quero você aqui dentro dessa casa. Quero que você se foda junto com todo mundo dessa comunidade. Eu trouxe a porra daqueles remédios, daquelas gases e todo o resto de volta, então se eu quiser usar, eu vou. 

Eu queria poder socar a cara dele, queria poder arrancar aquele outro olho dele da cara e enfiar goela abaixo. 

- As coisas não melhoraram só por que você chegou, ao contrário, só pioraram. Você causou intrigas, brigas e fez pessoas sofrerem. Aqueles remédios seus devem ser para isso né? Pra você dormir a noite como uma princesa, com a consciência menos pesada. 

- Você não sabe da minha vida. 

O bolo em minha garganta estava me sufocando e a vontade de deixar as coisas ruírem estava  aumentando. 

- Não, eu não sei da sua vida, mas eu sei que você sofre para dormir a noite. Que por baixo dessa carranca toda só tem uma merda de menininha assustada e que a qualquer momento vai sair correndo para debaixo da saia de alguém, que vai pedir ajuda e vai chorar na frente dos outros. Você é uma fraca. Aposto que quando o mundo morreu todos deram graças a Deus por você sair da vida deles, aposto que...

- Chega! - grito. - Saí daqui!

- Vou sair do seu quarto, não da casa. 

Ele bateu a porta me deixando sozinha dentro do quarto.

Inspiro várias vezes e passo as mãos em meus cabelos. Ele nem me conhecia e já me afetava com as palavras e eu não gostava daquilo. Ninguém conhecia meu passado ou as coisas que eu tinha passado até chegar ali, então não podia deixar nada me abalar. 

Não vou chorar ou me rebaixar. 

- Filho da puta! - exclamo jogando uma das almofadas contra a janela. 


Mais um postado!!!!
Espero que tenham gostado
Quero mais uma vez mais de 30 comentários no capítulo pra poder postar o outro, será que conseguem?
Divulguem com os amigos.
Beijos e fuiii

The Enemy | ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ|Onde histórias criam vida. Descubra agora