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N A R R A D O R

As mãos cobertas por luvas e o corpo por um tecido e um plástico. No rosto máscaras e uma aba de proteção acrílica não deixar respingos de tosse ou alguma outra secreção cair sobre parte da pele e causar uma outra infecção.

Liz estava nos braços de um dos médicos, desmaiada com sangue deixando suas narinas e suor pregando seus cabelos. As pessoas nas ruas abriam espaço para eles poderem passar, sem contato, sem transmissão, certo? Errado. Aquela maldita doença se provava dia pós dia que com toque ou não, ela chegava.

Lydia foi avisada sobre a irmã, já que não estava nem próxima de casa quando tudo aconteceu. A cesta de frutas recém colhidas caiu no chão lamacento e a mesma correu sem direção a enfermaria.

- Não. - Rick a impede - Você sabe que não pode entrar, Lydia!

- É a minha irmã!

- Eu sei, mas se entrar dentro daquela sala você se torna mais uma pessoa doente dentro da comunidade. Sua irmã, ela não vai querer isso, ela não vai gostar disso, então por favor, me ouça. Não entre dentro daquela sala.

Lydia respirou fundo, tentando não chorar, ouvindo a voz de sua mãe gritando em sua cabeça para que ela fosse forte e não um saco de merda chorão. Ela limpou o rosto e se sentou na grama, debaixo de uma das árvores em frente a enfermaria, foi onde ela ficou, encarando o lugar para onde sua irmã havia sido levada.

Carl, após horas, deixou seu posto de vigia e seguiu para sua casa, vendo a tia de Liz abraçar Lydia pelas ruas, e seguir até a casa onde elas elas moravam.

- Ei! - ele chama e ambas olham para trás. - Como Liz está?

A tia da mesma suspirou e conversou com Lydia, pedindo para a mesma ir para casa.

- Não sabemos. Essa é a verdade! Estou levando a Lily, para a minha casa, Daryl disse que ela podia ficar com a gente enquanto Liz não fica bem. - ela coça a têmpora - Eu só queria saber como ela conseguiu pegar essa merda de doença, sendo que nem dentro de casa ela está ficando. As coisas...

- Ela pode ter pego isso em qualquer lugar, principalmente pelos mortos. Da última vez, na época da prisão, as pessoas ficaram doentes por causa deles, o lugar ajudou também mais...

Um estrondo e uma nuvem de fumaça surgiu no ar. 

Os moradores da comunidade pegaram as armas de seus coldres e correram em direção a nuvem que agora se tornava vermelha. Carl tinha um  olhar preso na fumaça, se aproximando devagar, com a arma em punho e dedo fora do gatilho.

- Veio...

- De fora dos muros. - Rick responde. - Fiquem de olho!

As pessoas se espalharam ao redor de todo o muro daquele lado, Rick avisou para os outros poderem ficar atentos nos outros lados dos muros que cercavam a comunidade, e assim muitos fizeram. Proteger todos os cantos possíveis.

Quando a fumaça se dissipou, a imagem que surgiu foi de um corte pobre e totalmente nú. Os olhos brancos e leitosos já não se moviam, sem sinal de uma possível vida.

" Quando menos esperarem - S "

Rick olhou para o filho e para as pessoas ao redor. Sussuradores ou Salvadores rebeldes? Levando em consideração ao fato de que os Salvadores haviam amenizado suas idas, e que haviam meses que eles não apareciam para pegar as coisas, eles podiam ser descartados.

- Não deixem os muros sem vigias. Não queremos mais surpresas como essas! - Rick grita. O grupo de pessoas se dispersou e o líder de Alexandria se aproximou do corpo para analisar ele um pouco mais.  - Eles usaram um corpo pobre, não uma pessoa.

- A questão não é essa pai.

Rick ergue o olhar para o filho e o incentiva a continuar.

- " Quando menos esperarem", temos pessoas armadas e pouco treinadas. Eles podem vir a qualquer momento e a nossa melhor lutadora, está deitada em uma cama doente, junto com quase metade da comunidade. Não podemos correr o risco de trazer pessoas das outras comunidades pra cá. Não dá!

- Eu sei Carl! Por isso precisamos agir com o que temos e dentro da comunidade para protegermos quem precisa.

H O R A S     M A I S      T A R DE

Daryl que estava dentro da enfermaria entregando os poucos suprimentos que haviam conseguido, encarou a cama num canto, isolada. Liz. Seus olhos ficaram presos ali e ele sem poder se aproximou.

Ele não pensava que aquilo poderia acontecer, não com ela pelo menos. É que como se pra ele a força que ela tinha, não a deixasse ficar doente no nível que ela estava. Ele sabia da sua história, sabia da sua luta por cada minuto que havia sobrevivido. 

- Fica bem logo, estressadinha! - ele diz tirando os cabelos o rosto da mulher e se afastando logo depois. 

A cortina que estava entreaberta foi fechada, deixando apenas Liz ali, respirando com a ajuda de um aparelho e recebendo uma medicação que não sabiam se teriam mais depois de um certo tempo, ou se até mesmo, teriam para outras pessoas.

Demorei tempos demais? SIM. Peço perdão também, porque eu não estava com a cabeça muito boa por conta de acontecimentos familiares. Mas espero conseguir escrever mais e acabar esse livro esse ano.
Votem e comentem muitooooo
Beijos e fuiiiii

The Enemy | ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ|Where stories live. Discover now