5 - Pais São Virgens!

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Após uns belos minutos e uma cartela de chiclete, vi a silhueta de Camila caminhando cabreira até a mesa, ela estava branca e de olhos arregalados, cutuquei ela e a garota quase caiu da cadeira, exagerada.

— Não precisa ficar com essa cara como se tivesse visto um fantasma Camila!- sussurrei entre dentes, Camila piscou algumas vezes e depois coçou a nuca.

— É que... Eu não sei nem oque pensar...

— Não pensa nada OK, se você for ficar assim é melhor a gente nem começar, o objetivo da nossa "Amizade com benefícios" é continuar a amizade normal, e você não está normal — revirei os olhos, Frustada, eu tinha adorado chupar ela, Camila era deliciosa, e porra, era linda, e eu estava tão excitada com suas expressões de prazer, imaginei que ela também tinha gostado.

Peguei e taça de vinho e tomei um gole, ri da cara indignada da Camila olhando o vinho, afinal a mãe dela não deixava ela beber nenhuma bebida alcoólica junto com ela, dizia que Camila tinha o organismo fraco e ficaria ruim no outro dia, Camila ficava com uma cara de cu olhando ela tipo "sério?!"
A mãe da Camila tratava a Camila como se ela tivesse 7 anos ainda e ela  ficava puta com isso e eu só sabia rir, talvez seja por ela ser filha única.

— Quer? — fiz uma careta oferecendo — affs, esqueci que você tem o organismo fraco — Camila cruzou os braços emburrada eu amava tirar uma com a cara dela, meus olhos estavam lacrimejandos de tanto rir, resolvendo esquecer o ocorrido.

— Não quero falar com você — falou emburrada, parecia uma criança que não ganhou doce .

— Só faltou o "Não sou mais tua amiga" — Camila me fuzilou com o olhar e pegou o celular do bolso começando a jogar um jogo ridículo de tacar pedra em um abismo, quem joga uma bosta dessas? Camila.

— Estou em greve de silêncio com você Lauren, por rir da minha situação constrangedora!

— Haha quero ver até onde vai essa tua "greve de silêncio" — fiz aspas com os dedos caindo na gargalhada, Camila deu de ombros fechando ainda mais a cara.

[...]

— Sério? Vai ficar nessa greve de silêncio mesmo?! — Camila estava esperando os pais dela pagarem a conta assim como eu na frente do restaurante, me ignorava completamente olhando as unhas, semicerrei os olhos, mas ela não ia mesmo — Então amanhã eu vou conversar uma coisinhas com a Hayley — disse como quem não quer nada, Camila me fuzilou com os olhos.

— Você não seria capaz — me apontou o dedo indicador.

Hayley era uma colega de clase nossa, Camila era parceira de laboratório dela, por sorteio da professora, a garota se mudou para Napa no começo desse ano, e eu via os olhares de Camila para a sonsa da Hayley, Camila falava que não, que nem sabia se gostava de mulher, mas um olhar diz mais que mil palavras, já dizia Sócrates.

— Olha, voltou a falar comigo — levantei às sobrancelhas várias vezes, divertida.

— Ridícula!

— Também te amo! — disse piscando , Camila bufou e cruzou  os braços — Ain que fofinha fazendo manha! — caçoei afinando a voz

— Caralho você está impossível hoje! sério, ficou a noite inteira enchendo o saco — comentou mal humorada

— Sabe, eu achei...— fui até o ouvido dela sussurrando maliciosamente — que depois da minha ajudinha você ia ficar de bom humor —  em seguida mordi o lóbulo da orelha dela, Camila se arrepiou inteirinha e eu ri quando constantei isso, me afastei e pisquei — Haha ajeita isso, Camz! — apontei para a calça dela que já estava com o volume muito visível — porque nossos pais estão vindo — Camila olhou pra baixo e depois arregalou os olhos correndo até a escuridão atrás do restaurante para ajeitar, cai na gargalhada, a sorte dela é que esse restaurante é um pouco afastado da cidade, voltou correndo parando ao meu lado ofegante no momento em que nossos pais passaram pela porta, eles olharam desconfiados para ela e Camila deu um sorrisinho amarelo, e eu? Estava rindo igual uma hiena.

— Mãe, vou dormir na casa da Camz hoje — falei tentando controlar a risada para minha mãe.

— Na verdade vocês vão dormir na casa da árvore hoje....— meu pai comentou, eu e Camila tínhamos uma casa na árvore que ficava no fundo do quintal dos pais dela que era enorme, eu e Camila sempre ficávamos lá , as vezes nossos pais chegavam na gente nos expulsando de casa porque nós tinhamos que reviver as lembranças da infância (não saiamos de lá quando éramos crianças) nos mandando ir dormir na casa da árvore.

Camila e eu nos olhamos em sincronia, com os cenhos franzidos e lábios crispados.

— Porque? — Camila perguntou desconfiada.

— Porque vocês tem que reviver...— começou a mãe de Camila como se estivesse falando com doente mentais .

— Elas já são grandinhas o suficiente, Sinu! — falou Alejandro com impaciência — vamos Pá-Pá — bateu a costa de uma das mãos na outra, eu estava boiando mas Camila soltou um gritinho ao meu lado, pulando.

— Ah! Credo! Que nojo! — fez uma ânsia de vômito me deixando ainda mais confusa — então nossa vida foi uma mentira?! Eu realmente achava que vocês prezavam nossos momentos da infância! — falou indignada enquanto um tremor passou pelo seu corpo junto ao conhecimento.

— Prezamo , mas todo casal precisa ter momentos íntimos filha — Sinu disse com uma voz infantil que fez Camila bufar.

— Mas na casa inteira?- Alejandro concordou — mãe?!

— Ah! Agora entendi! Credo, eu não queria ter entendido, Camila tira isso da minha mente! achei que meus pais eram virgens! — falei indignada, vivi uma mentira, meu corpo inteiro estava tremendo.

— Chega de papo! Vamos pra casa — Meu pai falou e todos saíram deixando eu e Camila plantada no chão olhando de boca aberta sem conseguir acreditar.

O pudor não existia mais.

Friendly Feelings (Interx)Where stories live. Discover now