Capítulo 45. Aliada

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Julho, 2003

— Isso é maravilhoso! – Minha mãe exclamou, sorrindo e eu olhei para ela pasmo, mas queria gargalhar.

— Sério? Nossa, eu pensei que você me daria um sermão! – falei, aliviado, esboçando um sorriso.

— Por que eu te daria um sermão, príncipe?

— Porque eu ainda estou no colegial?! – respondi soando óbvio. – Porque eu sou muito novo?! Tenho só dezenove anos e Melanie também.

— Ah, isso não é nada de mais! – Ela balançou a mão sem dar importância ao fato. – Tem adolescente engravidando, muito mais jovem do que vocês. Além do mais, quando a Melanie tivesse o bebê vocês nem estariam mais no colégio.

— E quanto a Harvard?

— O que é que tem?

— O que é que tem? Melanie grávida atrapalharia os planos de irmos para Harvard. Eu e Melanie irmos para Harvard com um bebê? Tenho certeza de que o meu pai e, William e Claire, ficariam malucos com isso.

— Ah, com certeza o seu pai ficaria maluco, sim, e William ficaria de cabelo em pé com a filha dele grávida. Mas nem ele e nem seu pai iam poder fazer nada. Quanto a vocês irem para Harvard com um bebê não ia ser problema algum, daria muito bem para conciliar as coisas. Eu poderia ir para lá e ajudar no primeiro mês, ficar indo e vindo, não seria problema algum, eu ia adorar – falou com um sorriso tão largo quanto o sorriso que ela deu quando pedi a Melanie em namoro. – Mas olha só para você, querendo um filho com a Mel. Você não queria nada disso há uns anos atrás. – Rimos. – Vocês dois casados, eu ser avó de um filho seu com a Melanie... Isso é o que eu sempre quis! Sonho com isso desde que vocês ainda eram somente amigos. Não acredito que isso está mesmo se realizando. Eu vou ser avó! – exclamou, com empolgação.

— Não, mãe, não vai ser. Pelo menos não ainda. – Me levantei da cama, frustrado. – Eu já disse que o que eu tentei fazer não deu certo. E para completar, Melanie descobriu que eu queria engravidá-la e estava tomando a pílula enquanto eu estava furando as camisinhas! – falei entre dentes, sentindo a raiva tomar conta de mim mais uma vez.

— Nossa, você fez isso mesmo?! – perguntou, surpresa e eu assenti.

— Foi o único jeito para tentar engravidar Melanie. Mas não deu certo porque ela sabia o que eu queria mesmo antes de eu pensar nisso – respondi e grunhi de raiva.

— Foi por isso que você quebrou o espelho?

— Também. Mas é que para completar, nós tivemos uma briga feia.

— Foi muito feia?

— Muito! Ela me expulsou de lá, furiosa e aos gritos – respondi e fiz uma pausa rápida, pensando se eu deveria contar para ela o que aconteceu. Resolvi contar sem detalhes, afinal minha mãe é formada em psicologia, mas não exercia a função, porém poderia achar a minha atitude extrema. – Ela me bateu por conta disso e eu a contive, mas... ela acabou se desequilibrando e caiu, bateu a cabeça na parede – contei, sem olhar para ela, me lembrando da cena repetidas vezes. – Eu acho que tive culpa...

— Não pensa assim, você não teve culpa de nada, eu tenho certeza de que foi um acidente. Você não machucaria a Melanie.

— Não, não mesmo! – afirmei veemente, olhando para ela. – Eu fico maluco só de imaginar de acontecer alguma coisa com ela. Eu tentei ver se estava tudo bem, se ela tinha se machucado, mas ela não deixou e me expulsou de lá.

— Foi só uma briga de casal, Phillip. Todo casal briga. Até eu já dei uns tapas em seu pai. A gente perde a cabeça, se descontrola, mas depois colocamos a cabeça no lugar. Vocês vão se acertar depois. Dê um tempo para ela se acalmar e a raiva dela, e a sua, passar. Você sabe como a Mel é, ela não consegue ficar muito tempo zangada, aborrecida com alguém. Ainda mais sendo essa pessoa você, ela te adora.

Obsessão: A História de Phillip Thompson - Vol.1Where stories live. Discover now