3- Namjoon

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  — Como foi seu dia hoje, Jin? — pergunto, vendo meu melhor amigo chegar do trabalho.

  — A mesma merda de sempre. — ele tirou seu casaco e pôs no armário, na entrada da casa. — Você está cozinhando? — perguntou ele, vendo que eu cortava umas cebolas sem muita precisão.

  — É, estou tentando aperfeiçoar minhas habilidades culinárias. — concordo sorrindo, o vendo erguer uma sobrancelha.

  — E desde quando você sabe cozinhar, Namjoon? — Jin questiona, calçando suas pantufas. — E ótimo jeito de começar, queimando a carbonara.

  É apenas Jin falar e o cheiro de queimado começa a se espalhar pelo cômodo.

  Olhei rápido para o fogão, que emergia uma fumaça fraca, mas o bastante para entender que a carbonara queimou. Desligo rápido o fogo e tiro a tampa, quando um monte de fumaça sem alastra pelo meu rosto. Preciso fazer uma careta para não entrar em meus olhos. Abano a fumaça com o pano de prato, enquanto avalio a queimadura.

  — Não foi muito. — mexo um pouco o conteúdo — Ainda é "engulível".

  Me viro para Jin, observando seu olhar de nojo para mim.

  — Ah, que ótimo dia. — ele revira os olhos e se senta na mesa, mexendo em seu tablet.

  — Cara, seu dia foi tão horrível assim? — pegunto, enquanto mexo a carne. — Está com uma cara péssima — avalio seus gestos, o observando largar o tablet e grunhir, pondo seu rosto em mãos.

  — Péssimo, para não dizer o pior. — Jin responde bufando. Um certo tipo de dor aperta meu peito.

  — Deixa eu adivinhar, Lee Soyun. — deduzo o vendo concordar. — Impossível que essa moça seja tão insuportável. — só de ouvir o nome dessa moça dá calafrios em Jin. Já eu, não consigo acreditar que existem pessoas do modo que Jin descreve essa mulher. Ou talvez exista. É cada tipo de gente que vemos.

  — A questão é que ela não é insuportável. E sim que eu estou tentando fazer o que posso, mas ela não se esforça, nem um pouquinho. — Jin com certeza se sente culpado por isso. E eu me sinto culpado por ser mais um peso na vida dele.  — Parece até que ela desistiu. Eu já falei para ela, que temos que trabalhar nesses 5% de chance que ela tem de voltar a andar. Mas ela não se importa, ela parece uma morta viva.

  Chego perto dele, sei o quanto meu amigo sofre por essa moça. E é deplorável sempre que ele chega assim do trabalho.

  — Não fique assim, Jin! — ponho a mão em seu ombro. — Você não tem culpa disso, é a vida dela. É escolha dela viver assim.

  — Mas esse não é o pior. Ela está cada vez mais desanimada, como se estivesse definhando. Tenho medo que ela tente uma loucura! Principalmente agora, que a terceira cuidadora dela foi embora. E eu, sou responsável por procurar uma melhor para ela.

  — Ela expulsou a cuidadora? — pergunto curioso.

  — Não. Ela foi embora, deixando uma carta falando o quanto Soyun é insuportável, mandando ela para um lugar onde o sol não bate. — explica Jin, me fazendo arregalar os olhos.

  — Não, essa mulher não pode ser tão horrível! — indago, mexendo a carne, outra vez. Cada vez mais intrigado com isso.

  — O pior é que ela é. Ou não. Talvez seja pela situação em que está. — ele levanta os olhos. — O chofer dela disse que ela era uma garota incrível, que costumava enxergar alegria em tudo. Aí, depois disso, ela se tornou fria.

  Isso faz sentido. Talvez, ela precisa de um pouco de compreensão. E espaguete.

  — Jin, essa moça também sofreu muito. — coloco a cebola na carne, pensando no quão horrível deve ser estar presa em uma cadeira de rodas.

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