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  Como eu disse, uma vez para Namjoon: enxergo a vida de apenas um ângulo.

  Essa, infelizmente é a realidade da maioria dos cadeirantes. A não ser dos corajosos, em que eu admiro totalmente suas capacidades de manter suas vidas, sem peso na consciência.

  Mas, retomando; uma das piores coisas de estar nesse estado, com certeza é ver a vida passar enquanto você está plantado. Ver as pessoas trabalhando, viajando, sendo promovidas profissionalmente, fazerem o que amam, se apaixonando, tendo filhos e, se... Casando.

  E é tudo isso que Yoongi tem me mostrado desde que liguei a vídeochamada. Nem precisei sair de casa. Nem, precisamente, do meu quarto.

  Isso dói um pouco. Mas não é tanto, principalmente quando vejo a felicidade estampada no rosto do meu irmão mais novo, pela tela do notebook.

  — Soyun? Soyun? — Yoon chama, me retirando de meus pensamentos de queixa.

  — Oi? — pisco várias vezes, piorando a situação.

  Pela tela do notebook Yoongi faz sua expressão de cansaço, no qual fica parecendo um gatinho manhoso.

  — Poxa, Sow... — ele me chama pelo apelido. — Nem me escutando você está!

  — Deixa de ser mimado, Min Yoongi. — o chamo, pelo sobrenome de meu pai.

  É uma história meio longa esses nossos sobrenomes. Os meninos foram batizados pelo sobrenome de meu pai, enquanto as meninas foram batizadas com o nome de minha avó. Parecia uma família destinada a se separar até em nosso nascimento. Mas o sobrenome de minha avó foi meu melhor presente. Eu nunca me sentiria confortável em dizer que sou parte dos Min's. Os pretensiosos, gananciosos, mesquinhos e bem-sucedidos Min's.

  Mas Yoongi, infelizmente não nasceu menina.

  — Então me diz, o que eu falei? — ele desafia, me fazendo engolir e seco.

  Yoongi e seus joguinhos malcriados.

  — Pelo amor de Deus, Yoongi! Você não é uma criança. — contra-ataco, o vendo sorrir travesso.

  — Mais um motivo: você está fugindo do assunto. — reviro os olhos com seu comentário.

  — É só retomar o assunto. — o digo.

  Yoon suspira pesado.

  — Eu estava dizendo que recebi uma promoção. Agora sou gerente! — ele anuncia animado.

  Franzo o cenho em resposta.

  — Qual foi, Soyun? Nem pra ficar animada. — ele reclama.

  — Eu ficaria animada se fosse algo em que você gostasse, Yoongi.

  — Soyun, por favor, já conversamos sobre isso. — seu semblante cai.

  — Isso não faz sentido Yoon. Nem você está feliz com essa promoção. Isso significa que vai ter que trabalhar por mais tempo nisso. — esbravejo, o vendo rescostar sua mão sobre a mesa.

  — Eu sei, Soyun, não precisa me lembrar. — ele diz com a voz triste.

  Me arrependo na hora.

  A última coisa em que quero é magoar a pessoa mais preciosa na minha vida.

  — Desculpa, Yoon! Não queria te entristecer. Eu sou uma idiota, eu sei. — Yoon ergue os olhos.

  — Não Soyun, não precisa se desculpar. Eu só queria ter a mesma coragem que a sua. De enfrentar meus pais e seguir meu sonho. — ele olha para o nada, imaginando em como seria sua vida, como jogador de basquete.

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