PROMISE

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-Oh droga!

Ela sussurrou alto quando o objeto pelo qual buscava tateando com sua mão esquerda caíra no chão. A outra que estava com a sua cabeça em seu peito remexeu-se. Não havia outra maneira, tinha de levantar, até tentou pegá-lo do chão estando na mesma posição, mas não conseguira. Soltou uma lufada de ar olhando para o seu lado direito tomando um tempo para observá-la.

Tão linda entregue ao seu sono, com uma expressão tranquila e angelical. Kara suspirou perdida. Não havia mais como fugir, não havia mais portas, nem saídas viáveis. Ela a amava e não conseguia frear a vontade de tê-la novamente, quando a morena voltou tudo o que tinha era um poço profundo abarrotado de mágoa.

Mas então ela teve de ficar, teve de ser a mãe que tinha de ser para Nolan, e estava cada vez mais difícil de fechar os olhos para as suas mudanças, Kara bem que tentou. Mas fora como nadar contra a corrente, apenas lhe cansou e foi em vão. No fundo ela ainda a amava, no fundo estava quase considerando que estava cada vez mais plausível a vontade de tê-la de volta e pagar para ver.

Logo ao decorrer disso tudo as lembranças ruins e dolorosas com Lena que a própria a causou parecia algo cada vez mais distante de afetá-la. Parecia cada vez mais difícil de ela agarrar-se a esse tipo de coisa para manter-se lúcida quando a morena estava tão perto. O último recurso para escapar do previsível fora agarrar-se ao fato de que Lena mudara no tempo errado.

Mas tudo era completamente em vão contra aquele sentimento que se engrandeceu novamente quando a morena voltou, ele que estava tão intimidado passou a intimidar Kara. E se nada daquilo funcionou, o medo de tudo dar errado novamente não funcionaria e ela se arrependeria se não tentasse outra vez. Afinal iria ficar sempre na dúvida, foi àquela constatação que Kara chegou enquanto tentava dormir remexendo-se de um lado para o outro em sua cama.

-Eu acordei você, não foi?

Ela perguntou quando após deixar Lena na cama para pegar os seus óculos que haviam caído no chão, encontrá-la com seus belos olhos verdes abertos e sua expressão de sono mesclada a uma preguiça.

-Eu teria de acordar de qualquer jeito mesmo...

Lena respondera com o esboço de um sorriso e sua voz rouca enquanto Kara pôs os óculos em seu rosto. As duas ficaram se olhando por algum tempo, num completo e confortável silêncio com sorrisos simples em seus lábios. É que ainda soava estranho que estivessem ali, daquela forma. Ainda soava estranho para ambas o que aconteceu noite passada.

Não. Não estranho. Soava irreal, Kara se corrigiu mentalmente se aproximando e sentando na cama frente à morena que escorou seu cotovelo na cama e sua cabeça em sua mão arqueando sua sobrancelha esquerda sem quebrar o contato visual. Kara baixou sua cabeça com um sorriso que ficara um pouco mais largo e então devagarzinho levou sua mão até a mão de Lena e a acariciou.

Talvez estivesse corada, porque se sentia como se tivesse de volta a época do colegial. Lena sentia um transbordar em seu peito, parecia até que alguém estava fazendo cócegas em seu coração. E essa sensação engraçada, mas boa lhe forçava a dar alguns discretos suspiros.

-Bom dia Lee.

A loira desejou dando-lhe um beijo no rosto.

-Bom dia, nós podemos ficar aqui pelo resto do dia?

A morena perguntou fazendo uma careta engraçada.

-O resto do dia... O dia que, aliás, é domingo, e nós prometemos a Nolan que o levaríamos ao parque hoje e, se não cuidássemos dele ele aprontaria muito. Porque sim, nós temos um filho.

Lena jogou-se na cama novamente, mas ainda fitando Kara.

-Ah é, nós temos um filho.

Disse com um sorriso maior.

Remember Us • SuperCorpWhere stories live. Discover now