IT'S OVER

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-E agora? Eles vão partir o troféu ao meio?

Lena perguntou olhando para Kara ao seu lado que não segurou a risada, as duas estavam na final do time da escola de Nolan. Mas o jogo havia empatado.

-O quê? Eu não tenho conhecimento a respeito de futebol!

A morena defendeu-se.

-Porque ninguém é perfeito.

Kara respondera ironicamente, e ainda que houvesse deboche na sua frase numa forma clara de implicância ela arrependeu-se de como aquilo soou. Parecia até que havia pensado alto, Lena dera um sorriso bobo sem se importar com o desdém.

-Não deixe o seu fã-clube saber que você tem defeitos Luthor!

A loira concertou fazendo a outra negar com a cabeça. Kara não era tola, sabia muito bem o que estava acontecendo com ela. E ao pensar nisso referia-se a forma como se sentira noite passada diante de Lena e quando seu olhar escorregou para os lábios da morena de olhos verdes.

Ela estava caindo outra vez. Havia alguma coisa ali, ainda havia alguma sobra encolhida em seu coração por entre algumas coisas na tentativa de não ser descoberta. Kara sentiu-se novamente nervosa perto de Lena, o seu cheiro a estarreceu e seus olhos intensos praticamente derreteram sua alma embora por fora ela estivesse o mais próximo de solidez que conseguira.

E era daquilo que ela tinha medo. Kara tinha medo de Lena em sua vida por isso, porque teria de baixar guarda com ela para terem a maldita boa convivência em respeito à Nolan. Mas Kara suspeitava que, baixar guarda com Lena seria algo como estar com sono e dormir ao volante.

Depois de tudo pelo que passou com Lena, Kara adquiriu feridas feias e profundas e passou a detestar o amor, odiá-lo. Mas ela queria amar novamente, queria amar novamente e deixar que toda aquela mágoa por Lena e o ódio por um sentimento que sabia ser nobre, ficassem para trás.

E assim escolhera uma das pessoas que aparecera em sua vida para que deixasse o amor entrar novamente. Deixar-se florescer e desprender-se de qualquer ressentimento que fazia seu coração contrair-se em dor e seus olhos marejarem em rancor.

Bem, pareceu funcionar perfeitamente. Mark William aceitava o seu filho, queria constituir uma família com ela e era realmente legal. Era alguém completamente dentro dos critérios, mas então ele a pedira em noivado rápido demais. Kara temeu que se pedisse para pensar ou dissesse-lhe que eles estavam indo rápido demais, ele não a quisesse mais. E ficar outra vez a deriva do rancor, do ódio pelo amor e abarrotada de lembranças tóxicas.

Mas o que fazer quando estava noiva e tinha de contatar quem jurou por tanto tempo ser o amor da sua vida, por que tinha de se divorciar? Pior do que isso, o que fazer nessa mesma situação tendo um filho envolvido que essa pessoa com quem teve uma grande história nem soubesse da existência dele?

Então tudo simplesmente aconteceu. Lena voltou e com ela muitas coisas na bagagem, mais lembranças e todo o rancor. Mas o ódio do amor não, o ódio do amor ela não se permitiria sentir outra vez, afinal estava noiva e tinha de funcionar. Porém ainda podia ser pior, a pessoa que você jurou ser o amor da sua vida havia simplesmente se tornado alguém melhor.

Depois de todo o sofrimento! Ela não tinha aquele direito, tinha? De ser a mãe que Kara queria que ela fosse. De voltar a ser a pessoa que ela era. A Lena por quem ela se apaixonou. Não. Ela não tinha aquele direito porque Kara estava tentando reconstruir a sua vida e então ela chegou daquela forma e bagunçou tudo.

Seria mais fácil se ela tivesse continuado a mesma Lena que fora embora, pois quem sabe odiá-la seria melhor do que viver o medo de que sua atual relação não fosse o suficiente para barrar qualquer efeito que a morena pudesse ter sobre ela. O efeito que sempre teve.

Remember Us • SuperCorpWhere stories live. Discover now