CAPÍTULO 14

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— Eu chamei você para se divertir e não para ficar pelos cantos. — Nathan me lembra disso enquanto me leva para a pista de dança. Eu chego com ele até o meio da pista; começou uma música divertida. Eu não sei dançar. Por favor, não me pergunte. — Sabe dançar?

Droga, ele perguntou.

— Não. Eu me sinto um ponto apagado no meio de luzes.

— Kristin, a única luz que eu vejo nesse lugar é a sua. — eu olho em seus olhos e eu fico surpresa com o que acaba de dizer. Ele pega em minhas mãos. Eu posso sentir seus anéis. — Solte-se. Eu vou ensiná-la.

— Ok. — eu aceito e ele começa a dançar para mim do jeito dele. É totalmente masculino, mas, eu vou tentar pegar.

— Balança a cabeça, solta os pés, mexe esse quadril, remexe um pouco. — ele me mostra e eu tento com uma mexidinha. Estou tentando mesmo. — Isso.

— Assim? — eu começo a dançar do meu jeito toda desengonçada, ainda mais com esse all star maior que meu pé.

— Não. Espera... Argh! — acho que pisei no pé dele.

— Desculpa. Esse all star é um pouco grande pro meu pé. — confesso.

— Estou vendo. — ele está surpreso.

— E eu não sei dançar. — torno a dizer, rindo de nervoso.

— Calma, não precisa ficar nervosa. Para tudo tem sua primeira vez. Tenta ir mais devagar, procurando não pisar no pé de ninguém. Apenas sinta a música. — ele me incentiva e eu tento sentir a música. Eu espiro fundo, fecho os olhos e tento...

Em meio a tantos jovens eu sou a única parada aqui de olhos fechados. A música é tão divertida, essa batida dá vontade de pular. Ouço a voz de Nathan perto do meu ouvido, ele diz para eu sentir. 3, 2, 1...

Eu me solto e começo a dançar com ele.

— Isso, assim mesmo. — ele gostou, está sorrindo.

Eu me empolgo. Já não consigo mais parar.

Ele me pega pela cintura, eu começo a me remexer com ele.

Estou tocando em seus braços... São fortes. Eu tento não tocar muito, mas ele está me dando liberdade.

Eu avanço e me viro de costas para ele. Eu posso sentir suas mãos ocuparem meus quadris enquanto rebolo junto a ele. Sinto sua frente volumosa por trás e a minha mão pousa automaticamente no seu rosto.

Ele solta um suspiro quente sobre a curvatura de meu pescoço e sinto seus lábios se aproximarem vagorosamente a hélice da minha orelha.

Sinto um leve arrepio, acabando por descobrir que esse meu local é sensível.

Droga... Meus olhos estão se fechando involuntariamente. Ele está tão perto.

Eu me afasto, evitando parecer que estou levando isso como segunda intenção, pois eu não estou.

No entanto, esse contato físico me faz questionar.

Perco o ritmo virando-se de frente para ele que me puxa de volta para si.

Nossos corpos se chocam de frente e ele me olha de uma maneira misteriosa com essa música envolvente.

Não sei o que ele está pensando agora, mas sinto que não são pensamentos puros.

Droga. Será que ele bebeu?

Estamos numa festa, então provavelmente sim. Ou não. Eu ainda não o vi com um copo na mão.

A Maré das LembrançasWhere stories live. Discover now