CAPÍTULO 11

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Na última sexta a noite - Katy Perry

É tarde da noite.

Meus pais chegaram e agora estão dormindo.

Estou deitada de bruços em minha cama de novo, caindo em pensamentos, tentando pensar sobre ir ou não ir nessa festa. É a questão.

O telefone da casa está tocando. Quem será uma hora dessas?

Eu me levanto da cama e concluo que meus pais não estão ouvindo.

Eu sigo descalça até a sala de estar.

Eu olho na bina e vejo que é um número desconhecido. Eu clico e atendo...

— Alô? — é aquele mudo de novo. Respirando grave e alto. Haja paciência para isso. Essa respiração é tão... triste. Melancólica. — Você está bem?
A pessoa pausa a respiração e desliga.
Mais uma ligação esquisita.

Quem será? Por que não consegue falar comigo, dizer sequer uma palavra?

Ou por que essa pessoa quer tanto ouvir a minha voz?

Se esse alguém quer me colocar medo, está conseguindo. Eu acho melhor que eu durma logo.

Se é que eu consiga.

***

Andando pelo corredor da escola com a Quinn, eu ainda não disse nada. Sei que ela quer saber minha resposta sobre a pergunta de ontem.

Ir à festa do fulano que eu nem sei o nome.

Eu sigo até meu armário e percebo que ela está apressando os passos. Ela me barra em meio corredor antes que eu chegue ao meu armário escolar.

— Tá legal, Kristin, qual é a sua? — ela pergunta me olhando irritada — Ficou calada até agora. Decidiu-se?

— Acho que sim. — acho melhor eu ir antes que ela me mate.

É só uma festa. Não haverá nada demais nisso. Por que devo ter medo? Fala sério.

— Então... — ela está andando para trás na minha frente enquanto eu ando. Ela vai acabar caindo se não olhar por onde pisa de costas. — Vai?

— Vou. — aceito.

— Isso! — ela abre um sorriso esplêndido e me abraça.

— Tá. Agora eu preciso ir para o meu armário. — eu me apresso, chegando até ele.

— Ok, eu vou para minha sala. — ela se retira toda animada. Posso notar seu alívio de longe.

Eu só espero que essa noite seja apenas uma noite e nada mais.

Eu entro na sala de aula e me sento na cadeira do fundo ao lado da janela e aguardo até que a aula comece.

— Você não vai soltar esse cabelo todo mesmo. — ouço-o bufar e eu olho para seus olhos risonhos. É o Nathan parado de pé ao meu lado pronto para arrastar a cadeira e se sentar. — Bom-dia.

A Maré das LembrançasWhere stories live. Discover now